Fred Melo Paiva
Fred Melo Paiva
DA ARQUIBANCADA

É tetra!!! É tetra!!! É tetra!!! Já pensou?

Cuca, o plano D, encaixou. Os reforços caíram como luva, embora o elenco ainda precise de mais. Hulk e Júnior Santos estão liberados do DM

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É réu!!! É réu!!! É réu!!! Esta semana, assistindo à histórica sessão do STF que tira o Bozo do picadeiro e o conduz ao banco dos réus, lembrei-me da icônica imagem do tetra na Copa do Mundo de 1994: Galvão a gritar “É tetra!!! É tetra!!!”, e um Pelé, em terno e gravata, a socar o ar como nos bons tempos. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. A seleção ainda era a seleção. A amarelinha me enchia de orgulho. Quem poderia imaginar que viraria avental de fascista a babar de ódio, e que, de seleção, passaria a selecinha? Uma lástima.

 

Fui lá verificar o Galvão e o Pelé. Que coisa linda. Revivi naquela cena o meu sonho de menino – o sonho do tetra. Levou uma vida. Nasci em julho de 72, e portanto campeão brasileiro e campeão do mundo. Depois veio a seca, e eu achava que a culpa era minha. Pé de gelo. Quando Baggio bateu aquele pênalti nas alturas, saí correndo da sala, abri a porta e despingolei rua do Ouro abaixo, pelo asfalto mesmo, como um doido fugido do hospício. Não cabia em mim de tanta felicidade.

 

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Outro dia a gente foi hexa. Digo, o Galo. O termo – hexa – me remeteu à selecinha. Fiquei rindo sozinho da expressão – “o sonho do hexa”. Não me soou mais do que uma jogada de marketing, uma propaganda de cerveja ou de banco, como aquela da qual se originou o canto do corvo: “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” – foi cantar isso e tudo desandou pra sempre, desde o Roberto Carlos arrumando a meia até a aclamação do Ednaldo.

Se “o sonho do hexa” me dizia alguma coisa ao coração, era mesmo o hexa do Galo, capaz de me transportar a outro hexa, o de 83, quando eu tinha 11 anos e o Galo era o maior time do mundo, o mais temido da galáxia, o colossal e mastodôntico Clube Atlético Mineiro.

 

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Agora, com o Bozo Hell, era o tetra que vinha à mente. E hoje, quando o Galo entrar em campo em Porto Alegre, estará redivivo “o sonho do tetra”. Invejosos dirão que 1937 não vale, que não se pode levar a sério um campeonato em que havia um time da Marinha, a Liga de Sports da Marinha, LSM. Pois eu acho é que vale o dobro justamente porque derrotamos a Marinha. A Marinha do também réu Almir Garnier. Gaaaaaaaaloo!!!

Aos trancos e barrancos, o Galo deu de se recuperar dos vexames do ano passado, sabe-se lá como. Tudo errado mas deu certo. Chega à estreia no Brasileirão tendo superado os tais barrancos, e agora arranca morro acima. Cuca, o plano D, encaixou. Os reforços caíram como luva, embora o elenco ainda precise de mais. Hulk e Júnior Santos estão liberados do DM. Com o Brasileirão no foco principal da temporada, fica permitido sonhar o sonho do tetra.

 

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A essa altura do campeonato, apenas um time no Brasil é superior ao Galo – o VARmengo. Se o Campeonato Mineiro não é parâmetro para se aferir qualidade, tampouco o é o Carioca, ainda menos com Vasco, Fluminense e Botafogo trôpegos até aqui em suas caminhadas.

Internacional e Corinthians têm times e torcidas capazes de conduzi-los ao topo. O Corinthians também não joga a Libertadores, engolido que foi pelo Barcelona do Equador na fase preliminar. Vem turbinado pela conquista do Paulistão em cima do maior rival. Vai ser osso, principalmente no Itaquerão.

O arquifreguês tem potencial para evoluir. E muito, visto que parte de um patamar baixo demais – uma Tombense de Adidas. No entanto, o alto investimento feito pela nova SAF acabou por montar um elenco não muito confiável, repleto de medalhões em viés de baixa, como Cássio, o tiranossauro de braço curto.

O bom Leonardo Jardim pode dar jeito na coisa. Se o fizer, o cruzeirense terá de se besuntar no azeite, já que o técnico só chegou porque Pedrinho aceitou vender o óleo de sua família, que fase. Da minha parte, não abandonarei o velho e bom Gallo, sempre à mesa.

É tetra!!! É tetra!!! Já pensou? Se a gente ganhar, o Galvão vai ter de regravar o hit em versão remasterizada. Boa sorte, meu Galo querido, e os mais efusivos parabéns pelos 117 anos de raça e amor! Gaaaaalooo!

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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