
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

A neurodiversidade tem ganhado cada vez mais atenção nas discussões sobre diversidade e inclusão no mundo corporativo. Profissionais neurodivergentes — como aqueles diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) — possuem habilidades únicas que podem aumentar a criatividade e a eficiência nas empresas. No entanto, esses profissionais ainda enfrentam barreiras significativas para ingressar e permanecer no mercado de trabalho.
Segundo Atziry González, especialista em empreendedorismo digital e fundadora do projeto Neurodiversity-Family Index (NFI), é essencial que as empresas adotem práticas inclusivas que permitam a esses profissionais alcançarem seu pleno potencial. "Muitos processos tradicionais de contratação criam obstáculos para indivíduos neurodivergentes. Medidas simples, como entrevistas estruturadas — incluindo formatos escritos para reduzir a ansiedade social —, espaços de trabalho adaptáveis e comunicação mais clara, podem transformar a experiência desses profissionais e torná-los mais produtivos", destaca Atziry.
Além dos desafios enfrentados pelos profissionais neurodivergentes, mães de crianças neurodiversas também lutam para equilibrar suas vidas profissionais com as responsabilidades familiares. Atziry ressalta a necessidade de políticas como horários flexíveis, trabalho remoto e licenças parentais mais abrangentes. "Muitas mães neurodivergentes ou mães de crianças neurodiversas enfrentam dificuldades para permanecer no mercado de trabalho. Oferecer oportunidades de trabalho digital e modelos flexíveis pode ser uma solução poderosa para garantir sua inclusão e independência financeira", enfatiza.
Para medir e incentivar a inclusão da neurodiversidade nas empresas, Atziry criou o Neurodiversity-Family Index (NFI), um indicador global que avalia políticas corporativas voltadas para o apoio a profissionais neurodivergentes. "Essa iniciativa nasceu da necessidade de garantir que as empresas ofereçam condições justas e respeitosas para esses profissionais, realizando ajustes desde o processo de contratação até o ambiente de trabalho", explica.
Além do NFI, Atziry é também fundadora do site Moms on the Spectrum, onde promove educação em negócios digitais como uma alternativa profissional para mães neurodivergentes. "O empreendedorismo no meio digital pode ser uma excelente opção para mulheres que enfrentam desafios no mercado de trabalho tradicional. Meu objetivo é fornecer conhecimento e ferramentas para que elas construam carreiras sustentáveis alinhadas com suas necessidades", conclui.
Empresas interessadas em fomentar uma cultura organizacional mais inclusiva podem investir em treinamentos de conscientização, adaptações no local de trabalho, grupos de apoio internos e compromisso da liderança. Tais medidas não apenas promovem equidade, mas também impulsionam a inovação e a produtividade dentro das organizações.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.