Mais lidas
compartilhe
SIGA NO
Por Alexia Diniz
Você piscou… e a inteligência artificial já está no seu banco, no seu app de investimento e até ajudando a escolher onde guardar seu dinheiro. O que antes parecia coisa de filme agora está virando rotina: do atendimento no aplicativo à análise da sua conta, a IA está em tudo.
Mas calma. Isso não significa que um robô vai assumir sua conta. Quer dizer… ainda não.
Como tudo começou: a OpenAI de olho nas suas finanças
A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, deu um passo curioso e comprou a Roi, uma startup de finanças pessoais com inteligência artificial. A ideia dessa startup era simples, mostrar tudo o que você tem ações, criptomoedas, imóveis e até NFTs, num único painel, e ainda conversar com você sobre isso.
A IA da Stripe entendia o jeito de cada usuário. Se você era mais “tradicional”, ela falava de renda fixa e planejamento. Se era “cripto lover”, puxava papo sobre blockchain. E é justamente isso que a OpenAI quer colocar dentro do ChatGPT, um assistente que entenda como você pensa sobre dinheiro.
Parece só tecnologia, mas é bem mais que isso. É o início de uma nova forma de lidar com as finanças.Sem aplicativo, sem planilha, sem nem perceber que você está usando um “banco”.
O “banco invisível” da inteligência artificial
Com a ajuda da Roi (empresa famosa de pagamentos online), a OpenAI está criando algo que muitos chamam de “banco invisível”. A ideia é que você possa comprar, investir ou pagar contas dentro de uma conversa com o ChatGPT, sem precisar abrir o app do banco, digitar senha ou pegar o cartão.
Imagina conversar com o ChatGPT e dizer:
“Paga a conta de luz.”
“Investir R$500 no Tesouro Direto.”
“Quanto rendeu minha carteira esse mês?”
E pronto, tudo acontece ali mesmo, no chat. É como se o gerente do seu banco, o aplicativo e a planilha de gastos tivessem se misturado em um único lugar, e falassem com você do jeito que você preferir.
Mas não são só os gringos: o Brasil também está nessa corrida
Se você acha que essa revolução vai demorar a chegar por aqui, pense de novo. O Mercado Pago, por exemplo, já lançou seu assistente financeiro com IA. Ele responde por voz ou texto, faz Pix, paga contas, cria “cofrinhos” e logo vai até sugerir investimentos.
É o banco que conversa com você, literalmente.
A XP também entrou na onda tecnológica, mas com foco em segurança. O novo recurso chamado “Espaço Seguro” usa geolocalização para proteger transações, e já permite limitar o uso de Pix e TED fora de endereços cadastrados. Não é exatamente uma IA “falante”, mas mostra como a automação e os dados inteligentes estão tomando conta da experiência bancária.
Vantagens da IA dentro das suas finanças
A inteligência artificial pode trazer muitos benefícios:
-
Agilidade: nada de ligar pra central, esperar horas e repetir seus dados.
-
Personalização: a IA entende seu perfil e pode sugerir produtos e investimentos que fazem sentido pra você.
-
Prevenção de erros e fraudes: algoritmos conseguem detectar movimentações suspeitas em segundos.
-
Economia de tempo: ela faz o trabalho pesado (organizar, comparar, simular) enquanto você decide.
Mas… nem tudo é perfeito
Usar IA no dinheiro também traz riscos. Especialistas alertam que muita gente já está se apoiando só em respostas prontas dessas ferramentas para planejar a vida financeira, e isso pode ser ruim.
A IA não conhece seus sonhos, nem entende suas necessidades pessoais. Ela é ótima para organizar dados, fazer cálculos e até prever tendências, mas quem precisa tomar a decisão final é você.
Além disso, tem o tema da privacidade, quanto mais a IA sabe sobre você, mais exposta fica sua vida financeira. Além do fato de que se ela consegue fazer pix e investir, ela tem acesso livre e direto ao dinheiro.
Como usar a IA a seu favor
Dica 1 - Use, mas com consciência: ela pode te ajudar a montar orçamento, simular investimentos e organizar dívidas, mas não deve decidir sozinha por você.
Dica 2 - Combine tecnologia e planejamento: a IA te mostra o caminho, mas o “porquê” e o “pra onde” ainda dependem das suas metas.
Dica 3 - Questione sempre: se a IA sugerir algo que parece bom demais, pare e pense. Dinheiro fácil ainda não existe, nem com inteligência artificial.
Conclusão: você quer um banco que fala com você?
Tudo indica que estamos caminhando para um mundo em que os bancos vão conversar com a gente como um amigo no WhatsApp. Só que, por trás desse “amigo”, tem uma IA poderosa, aprendendo com cada resposta, cada transação e cada escolha que você faz.
Ela vai ajudar, sim. Mas o desafio é garantir que essa ajuda não vire controle. No fim das contas, a inteligência artificial pode ser a melhor aliada das suas finanças, se você continuar sendo o chefe.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
