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SVR: o sistema que pode revelar um dinheiro perdido no seu nome

Ferramenta do Banco Central já devolveu bilhões a brasileiros e pode revelar valores esquecidos em contas, consórcios e tarifas cobradas indevidamente.

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Por Isabel Gonçalves 

Já pensou em encontrar quase R$3 mil esquecidos em uma conta antiga? Parece sonho, mas é realidade para algumas pessoas. Segundo o Banco Central, até meados de 2025, havia cerca de R$10,5 bilhões em valores esquecidos no SVR. Até hoje, milhões de brasileiros já resgataram quantias que variam de alguns centavos a milhares de reais.

Isso acontece porque, ao longo da vida, abrimos contas, fazemos empréstimos, participamos de consórcios ou até herdamos valores de parentes e nem sempre acompanhamos de perto esses registros. É aí que entra o SVR, uma ferramenta criada pelo Banco Central justamente para devolver ao cidadão o que é dele por direito. Então, se você é do tipo que comemora ao achar uma nota de R$50 esquecida no bolso da calça, vai gostar de conhecer o sistema.

O que é o SVR?

O SVR é a sigla para Sistema de Valores a Receber e nasceu em 2022 como parte do Registrato, uma ferramenta do Banco Central que organiza e centraliza as informações financeiras dos cidadãos. Mas o negócio bombou tanto que a plataforma não aguentou o tráfego e caiu. 

Então, criaram um site só para o SVR. Para consultar, é simples, basta entrar com sua conta GOV.br

Por que o SVR foi criado?

Imagina aquela poupança que seu avô abriu para você quando nasceu e que acabou esquecida com o tempo? Pois é, esse dinheiro continua sendo seu, mas pode ter ficado perdido por aí.

O SVR surgiu para resolver situações como:

  • contas poupança ou corrente encerradas com saldo;

  • tarifas cobradas indevidamente que os bancos foram obrigados a devolver;

  • operações de crédito com valores pagos a mais;

  • recursos de consórcios em que o cliente esquece de resgatar o dinheiro.

Além disso, você pode consultar os valores a receber de entes queridos que já faleceram e também consultar valores das empresas encerradas. Ou seja, são vários os casos em que seu dinheiro fica parado nos bancos sem você nem saber.

E por que os bancos nunca devolveram antes?

O Banco Central é quem fiscaliza as instituições financeiras. Então, quando descobre valores esquecidos, manda os bancos devolverem ao dono. 

O problema é que muitas vezes a pessoa mudou de endereço, trocou de número de celular ou até de nome. Aí entra o SVR, ele funciona como um elo entre você e a instituição que está com seu dinheiro parado. Ou melhor, parado não, eles normalmente investem e fazem esse dinheiro render (e muito). Mas para o cliente, o rendimento é zero. 

Como consultar o SVR?

Consultar o Sistema de Valores a Receber (SVR) é bem simples e pode ser feito em poucos minutos. O primeiro passo é acessar o site oficial do Banco Central dedicado ao SVR. Lá, você só precisa fazer o login com a sua conta GOV.br para descobrir se tem algum valor esquecido.

Depois disso, você vai conseguir ver qual instituição está com o dinheiro, de onde esse valor veio (ex: conta encerrada, tarifa indevida, consórcio etc.) e a quantia disponível para resgate.

Além disso, no menu lateral, você encontra subdivisões onde pode consultar os valores a receber do seu CPF, de pessoas falecidas e também de empresas encerradas. Veja na imagem:

Print da plataforma Sistema de Valores a Receber, do Banco Central do Brasil, com as divisões: Valores a Receber, Valores de Falecidos, Empresas Encerradas.
Print da plataforma Sistema de Valores a Receber, do Banco Central do Brasil, com as divisões: Valores a Receber, Valores de Falecidos, Empresas Encerradas. Reprodução Educando seu Bolso

 

Como retirar dinheiro do SVR?

Se aparecer que você tem dinheiro a receber, aí entra a segunda etapa: é necessário que a  sua conta seja nível de segurança prata ou ouro. Esse detalhe é importante porque garante mais proteção na hora de solicitar o resgate. 

O pedido pode ser feito na hora, clicando no botão “solicitar o valor”. Em muitos casos, o dinheiro cai direto na sua conta via PIX. Prático, rápido e sem burocracia. 

Quanto tempo demora para receber o SVR? 

Depois de solicitar o resgate no Sistema de Valores a Receber, o prazo para receber o dinheiro depende da instituição financeira responsável pelo valor. Em muitos casos, a devolução acontece de forma rápida, principalmente quando a opção escolhida é via PIX.

No entanto, alguns bancos podem levar um pouco mais de tempo, já que precisam conferir os dados e validar a operação. Por isso, o site do Bacen informa que o prazo é de até 12 dias úteis.

Ah e para quem não quiser ficar conferindo frequentemente se apareceu algum valor a receber, o Bacen também disponibiliza o resgate automático, sem precisar entrar novamente no sistema para solicitar cada resgate. Nesse caso, você cadastrar sua chave PIX usando o CPF. Essa função é útil para quem quer praticidade e não corre o risco de deixar valores esquecidos por muito tempo.

Print da plataforma Sistema de Valores a Receber com a solicitação automática e o passo a passo, sendo 1- Cadastro e 2-Confirmação para envio
Print da plataforma Sistema de Valores a Receber com a solicitação automática e o passo a passo, sendo 1- Cadastro e 2-Confirmação para envio Reprodução Educando Seu Bolso


E no caso de empresas encerradas e heranças? 

Para retirar valores de empresas encerradas ou de pessoas falecidas, você precisa ser um dos representantes legais daquela empresa ou comprovar a relação sucessória. O acesso a esses valores é feito com a conta pessoal Gov.br, com assinatura de um termo de responsabilidade. 

O sistema mostra em qual instituição está o dinheiro, a faixa de valor e a origem. Depois, o representante precisa entrar em contato direto com a instituição para comprovar a documentação e combinar como receber, já que não é possível solicitar o resgate pelo próprio sistema.

Segurança e atenção

Quando o assunto envolve dinheiro na internet, todo cuidado é pouco. O Sistema de Valores a Receber (SVR) é seguro porque foi criado e é operado diretamente pelo Banco Central do Brasil, a instituição que regula e fiscaliza o sistema financeiro nacional. Mas, justamente por ser um tema que chama atenção, golpistas aproveitam a popularidade da ferramenta para aplicar fraudes.

Por isso, algumas dicas são essenciais:

  • Acesse sempre o site oficial: o endereço correto é valoresareceber.bcb.gov.br. Qualquer outro link ou aplicativo que prometa consulta rápida deve ser ignorado.

  • Desconfie de mensagens suspeitas: o Banco Central não envia e-mails, SMS ou mensagens no WhatsApp para avisar sobre valores a receber. Se alguém entrar em contato pedindo seus dados, é golpe.

  • Nunca pague para liberar o dinheiro: a consulta e o resgate são totalmente gratuitos. Se pedirem taxa, comissão ou depósito antecipado, desconfie na hora.

  • Cuidado com promessas de “facilidade”: empresas ou pessoas que se oferecem para resgatar valores em seu nome quase sempre têm más intenções.

No fim das contas, a regra é simples: se não for pelo site oficial do Banco Central, não confie. Seguindo essas orientações, você garante que um dinheirinho a receber, não se torne uma dor de cabeça.

Conclusão: mais uma mão na roda do sistema financeiro

O Sistema de Valores a Receber (SVR) não é mais novidade e continua aproximando os brasileiros do dinheiro que é seu por direito. Mais do que recuperar uma grana inesperada, o SVR mostra a importância da transparência. Afinal, quem não gostaria de receber um PIX surpresa de um dinheiro que já era seu?

Então, vale a pena reservar alguns minutos para fazer a consulta. Quem sabe não tem um valor esperando por você?


 


As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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