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Por Alexia Diniz
Quando eu era criança, meu avô sempre dizia: “Carro bom é carro pago”. Ele dirigia o mesmo Fusca há décadas, com um carinho quase exagerado. Já meu primo, hoje em dia, troca de carro a cada dois anos, dizendo que “não aguenta coisa velha.” Quem está certo? Bom, depende. A verdade é que trocar de carro é uma decisão que envolve emoção, mas, principalmente, cálculo financeiro.
Se você está se perguntando se está na hora de trocar de carro, respira fundo e vem comigo. Vamos conversar sobre o que realmente importa antes de bater o martelo.
Como saber se está na hora de trocar seu carro?
Não existe uma receita única, mas alguns sinais são bem claros:
- O carro vive na oficina e virou um poço sem fundo de despesas.
- O seguro está nas alturas porque o modelo é antigo ou muito visado.
- A desvalorização já virou avalanche, e a cada ano vender fica mais difícil.
- Sua vida mudou: nasceu filho, mudou de cidade, aumentou o trajeto diário.
Se algum desses pontos te fez balançar a cabeça em concordância, pode ser o momento de repensar.
Melhor vender o carro direto ou dar como entrada?
Depende do seu perfil. Vender por conta própria normalmente rende mais dinheiro, mas também dá trabalho: tem que cuidar do anúncio, responder aos interessados, ir ao Detran. Já usar como entrada é mais fácil, especialmente porque muitas lojas assumem débitos e agilizam tudo. Só fique ligado: a avaliação nesses casos geralmente é mais baixa que no mercado particular.
Tem época certa no ano para trocar de carro?
Tem, sim! Evite os meses de janeiro e fevereiro, quando o IPVA e o licenciamento pesam no bolso. Também fuja das épocas de alta demanda, como começo e fim de ano, quando todo mundo resolve comprar carro com o 13º ou de olho nos modelos novos.
Por outro lado, dezembro pode ser uma boa: concessionárias fazem queima de estoque para fechar o ano. Se você estiver organizado financeiramente, pode conseguir descontos e condições bem melhores.
Carro novo ou seminovo: qual vale mais?
- Carro zero: tem cheiro novo, garantia, menos manutenção. Mas prepare-se para a desvalorização nos primeiros anos e o preço mais salgado.
- Seminovo: é mais barato, mas exige cuidado redobrado. Olhe bem a procedência, quilometragem, histórico de manutenção e possíveis acidentes.
Quer uma dica boa? Foque em seminovos com até 3 anos e pouca quilometragem. Evita dor de cabeça e mantém o custo-benefício.
Comprar, financiar, consórcio ou alugar?
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Financiamento: ótimo se você precisa do carro agora, mas vem com juros altos. Coloque uma entrada robusta para aliviar as parcelas.
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Consórcio: “sem juros” (mas tem a taxa de administração, que pode ser mais alta que os juros do financiamento), mas pode demorar. Exige paciência ou capacidade de dar um bom lance.
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Carro por assinatura: virou tendência. Você paga uma mensalidade que cobre IPVA, seguro, manutenção. É prático e evita dor de cabeça, mas o carro nunca será seu.
Que documentos você vai precisar?
Se for vender:
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CRV (Certificado de Registro do Veículo)
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IPVA quitado
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Multas pagas
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Vistoria, dependendo do estado
Se for comprar:
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RG, CPF
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Comprovante de renda e residência
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Para financiamento, ter crédito aprovado e um bom score
Não caia no impulso, para trocar o carro!
É fácil se empolgar com um carro novo, mas cuidado: depois vem o susto das parcelas, do seguro, do consumo de combustível. Antes de fechar negócio, pesquise, teste, faça contas. Se puder, experimente até alugar ou assinar o modelo por um tempo antes de se comprometer num financiamento longo.
E nunca esqueça de ter um plano B. A vida muda, e aquela parcela vai continuar batendo na porta.
Atenção redobrada ao comprar seminovo
Se optar por um usado, faça o dever de casa:
- Cheque multas, histórico de roubo, batidas.
- Veja se tem recalls pendentes.
- Avalie o estado geral: lataria, pneus, interior, motor.
Uma vistoria detalhada pode evitar prejuízo grande depois. Vale muito investir nisso.
E se seu carro ainda estiver dando conta?
Nem sempre trocar é a melhor escolha. Se seu carro está quitado, com manutenção em dia e atende suas necessidades, pode ser mais vantajoso mantê-lo e investir o dinheiro em outra coisa. Afinal, gosto é gosto, mas finanças precisam de lógica.
Conclusão: trocar de carro mexe mais com o bolso do que com o coração
No fim das contas, trocar de carro não é só sobre status ou desejo de mudança. É uma decisão que impacta diretamente seu orçamento. Planeje, pesquise, compare. Fuja de vendedor com papo encantador e promoções milagrosas.
Seu bolso (e sua tranquilidade) vão agradecer. E se quiser ajuda para comparar opções e não cair em ciladas, conte com o Educando Seu Bolso. Aqui, a gente te ajuda a fazer escolhas inteligentes, sem empurrar chave ou comissão.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.