
A próxima jogada de Ronaldo
Se parecia decepcionado, o Fenômeno agora aponta caminhos e mostra entusiasmo com a transformação das associações em SAFs
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Depois de vender a SAF do Cruzeiro e o Valladolid-ESP, além de tentar se lançar candidato a presidente da CBF, Ronaldo Nazário pensa em voltar a ter participação direta em uma instituição do futebol. No caso, o Corinthians, onde jogou no fim de carreira e fez história, conquistando a Copa do Brasil de 2009.
Se parecia decepcionado com a administração de clubes após ser hostilizado por alguns cruzeirenses e também por torcedores do time espanhol, o Fenômeno apontou caminhos e mostrou entusiasmo com as possibilidades da transformação das associações em empresas durante entrevista ao podcast Denilsonshow.
“Infelizmente, não tenho esperança com o modelo atual. É muita bagunça, muita dívida. A única saída que enxergo é a transformação em SAF”, disse ele, no início desta semana. “Se o Corinthians decidir virar SAF, eu arrumo o dinheiro e embarco. E não vai ser uma surpresa, porque acredito muito, enquanto clube, em sua massa social, seu potencial. Se organizar, o Corinthians é uma máquina.”
Parece ser uma mudança de postura, mas Ronaldo sabe muito bem do que está falando. Assim como na época em que comprou as ações da Raposa, ele conta com o respaldo de um grupo de investidores poderoso e que detém análises detalhadas da situação atual e do potencial de cada clube brasileiro.
Resta saber se terá paciência para aguentar a pressão dos corintianos, caso os investimentos – e os resultados – fiquem aquém do esperado. Afinal, a torcida do clube do Parque São Jorge não é chamada de fiel à toa, mas também é conhecida pelas cobranças veementes a dirigentes e jogadores.
Fazer movimentos fora do planejado só para agradar aos aficionados não é o perfil do ex-camisa 9. O que ele deseja mesmo é lucro. Se este vier com títulos, melhor. A ver.
A magia do futebol
Após alguns dias visitando o Nordeste de Minas, volto com as baterias recarregadas e cada vez mais certo de que o futebol não tem fronteiras. Em uma região em que as culturas mineira e baiana se fundem e as divisas geográficas são quase imperceptíveis, encontrei velhos e novos amigos, alguns deles apaixonados pelo esporte mais popular do planeta.
Vi atleticanos e cruzeirenses convivendo em paz, assim como torcedores do Flamengo e do Vasco, do Corinthians e do Palmeiras, do Bahia e do Vitória, entre outros. Mesmo que tenham pouca ou nenhuma chance de ir a um estádio ver o clube preferido, mantêm a rivalidade, com direito à discussões acaloradas sobre a qualidade dos principais jogadores e também a importância de cada título conquistado. As brincadeiras também estão sempre presentes, e ficam mais engraçadas quando são usadas expressões próprias daquela região do país.
Muita gente torce o nariz para quem não vibra com as equipes do próprio estado. Desconhecem, porém, as muitas realidades deste país-continente, que vão da dificuldade que havia para se ver um jogo pela TV quando a energia ainda não estava disponível, um ou mais períodos de “exílio” no Rio ou em São Paulo em busca de condições melhores de vida ou o livre arbítrio.
Que todos mantenham a deliciosa tradição das festas juninas, com suas comidas maravilhosas, as fogueiras queimando a noite toda, o forró tocando. E também que sigam se deliciando com o futebol, mesmo a muitos quilômetros de distância da sede do clube preferido.
Já as diretorias deveriam aproveitar esta preferência. Dar chance de pertencimento a quem mora longe, mas também é apaixonado, é não só sinal de respeito, mas igualmente de inteligência.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.