Suicídio cresce entre policiais e requer cuidados com saúde mental deles
Saúde mental deve ser acompanhada. O cérebro é um órgão que requer cuidados, assim como o coração e rins, entre outros, devendo ser avaliados periodicamente
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As notícias diárias abordando violência e problemas envolvendo policiais são frequentes e, ao mesmo tempo, preocupantes. Afinal, diversos fatores no trabalho e cotidiano deles podem provocar a piora, significando um risco à vida, atingindo qualquer pessoa, principalmente quem vive situações estressantes, como os profissionais da segurança pública.
Lamentavelmente, o Brasil apresenta elevados números de suicídios entre policiais. Para se ter uma ideia, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 apontou que essas ocorrências cresceram 55%, entre 2020 e 2021. Em Minas Gerais, dois policiais tiraram as próprias vidas, no mesmo dia, em batalhões diferentes.
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Os atos apenas reforçam a importância do cuidado com a saúde mental, pois trata-se de servidores envolvidos em constante perigo, exigindo uma postura de alerta e inquietude. Por outro lado, ainda convivem com muitas cobranças e expectativas.
A verdade é que, exatamente por esse motivo, em diversos casos de abordagens policiais, por exemplo, a população reclama de evidente despreparo e agressividade. A questão é que, se tivessem maior acesso e incentivo à práticas como a psicoterapia, evitariam transtornos como a ansiedade, depressão e a síndrome de burnout que, em dezenas de casos, se desenvolvem a ponto de ser difícil tratá-las, pelo efeito incapacitante, afetando o trabalho e a relação com outras pessoas, completamente.
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Infelizmente, esses transtornos não são problemas exclusivos de militares. Outras categorias como os bancários e atendentes de telemarketing também lidam, cotidianamente, com extremo sofrimento psíquico, pelas demandas e crueldades que escutam, em diferentes pesos e medidas, que também levam a decisões irreversíveis.
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O fato é que as condições da saúde mental devem ser levadas a sério. O cérebro é um órgão que requer cuidados, assim como o coração, pulmões, rins e outros do corpo, devendo, periodicamente, serem analisados em consultas e exames.
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Um alerta essencial é que as empresas e gestores públicos devem ter em mente que essa mudança pode ser iniciada em ambiente de trabalho, estabelecendo medidas simples para maior conforto dos colaboradores e, até mesmo, um acompanhamento psicológico para quem desejar. Cuidar da saúde mental dos colaboradores influencia, inclusive, na qualidade do trabalho prestado.
Ajuda
Formado exclusivamente por voluntários, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e prevenção do suicídio gratuitamente. A pessoa que procura o CVV porque está se sentindo solitário pode conversar de forma sigilosa, sem julgamentos, críticas ou comparações com os voluntários da instituição, que atua em todo país. O atendimento é realizado pelo telefone 188 (24 horas por dia e sem custo de ligação) e pelo chat nos seguintes dias e horários: domingos, de 17h à 1h; de segunda a quinta-feira, de 9h à 1h; na sexta-feira, de 15h às 23h; e nos sábados, de 16h à 1h.
Outros canais receber atenção e auxílio são o Mapa da Saúde Mental, que traz uma lista de locais de atendimento voluntário online e presencial em todo país, e o Pode Falar, canal lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. Funciona de forma anônima e gratuita, indicando materiais de apoio e serviço.
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As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.