Professor dá aula, usando o quadro, para apresentar e explicar o conteúdo para os alunos, situação comum em sala de aula, contudo, pesquisa revela que a maior parte dos educadores  mineiros são temporários, condição que pode prejudicar o aprendizado  -  (crédito: Freepik)

Professor dá aula, usando o quadro, para apresentar e explicar o conteúdo para os alunos, situação comum em sala de aula, contudo, pesquisa revela que a maior parte dos educadores mineiros são temporários, condição que pode prejudicar o aprendizado

crédito: Freepik
Há muitos anos, os professores já convivem  com a crescente desvalorização da profissão e Minas Gerais é um exemplo dessa situação. Afinal, a maior parte dos profissionais atuando é temporária e não concursada. Para se ter uma ideia, o levantamento da pesquisa “Todos pela Educação” apontou que apenas 19% do corpo docente do Estado têm caráter efetivo. A Secretaria do Estado de Educação informa que, na verdade, a porcentagem é de 47%. 
 

Os números desse levantamento ainda revelam que o crescimento estimado de temporários, entre 2013 e 2023, foi de 540%, em meio a um corte de 69,3 mil efetivos, uma queda de 77%.
 
 
A verdade é que os professores temporários podem ser tão capacitados quanto os concursados. Entretanto, eles são selecionados em processos seletivos simples e, essa ausência de garantia, estabilidade e o prazo de contrato, torna a rotatividade maior, prejudicando a aprendizagem.
 
A lamentável situação é que os estudantes acabam passando por diferentes professores na mesma disciplina, ao longo do ano, sendo que cada docente tem seu próprio método de ensino. Assim, a cada mudança, o seguimento das matérias é afetado, quer seja pelo processo não agradar o temporário ou decidir retomar alguns aspectos antes da continuidade e, de repente, estão, novamente, abandonando o cargo por uma melhor oportunidade.
 

A educação transforma vidas para melhor, sendo responsável por influenciar o futuro de um país. Contudo, educar requer seriedade. É essencial entender que os professores precisam de melhores oportunidades e condições para trabalhar, uma vez que lidam com pressão e um cotidiano desgastante; baixos salários; o acúmulo de funções e a falta de materiais adequados para uso em sala de aula. 
 

Já os alunos, devem possuir a chance de desfrutarem de um ensino de qualidade e tranquilo, começando com a criação de um vínculo eficiente com seus mestres, melhorando os resultados do processo de aprendizagem, evitando preocupações, principalmente, aqueles no último ano do ensino médio. 
 
 
A situação é tão polêmica e complexa que o tema faz parte da programação do Brain Connection, o maior congresso internacional de educação no Brasil. A 9ª edição será em Recife (PE), de 29 de outubro a 1º de novembro de 2024, apresentando mais de 50 especialistas brasileiros e europeus em palestras e debates, envolvendo a neurociência e a aprendizagem. As inscrições já estão abertas no site www.brainconnection.com.br e também é possível submeter trabalhos científicos até dia 30 de agosto.