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Celina Aquino
Celina Aquino
Formada em jornalismo pela PUC Minas. Começou como estagiária nos Diários Associados e teve passagens por editorias como Polícia, Saúde, Imóveis, Negócios e Emprego. Hoje é especializada em gastronomia e também escreve sobre moda
ARTIGO

Avenida das sorveterias

Em meio a várias pessoas que aceleravam os passos, corriam e andavam de bicicleta, eu me sentia como se estivesse fazendo algo fora da lei

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A Avenida Bandeirantes, que liga a Praça da Bandeira à Praça JK, no Bairro Mangabeiras, é para mim um lugar de caminhada – não sou adepta de corrida. Sempre que quero me exercitar ao ar livre, é para lá que vou. Outro dia, enquanto percorria seu 1,5 quilômetro, me dei conta de que a pista de cooper pode ser também um roteiro para tomar sorvete em Belo Horizonte. Sim, lá estava eu pensando em doce.

Numa tarde de domingo, me programei para fazer uma caminhada diferente. Coloquei roupa de ginástica e tênis e me alonguei, como de costume. Mas, dessa vez, também tive que preparar o estômago.

O meu ponto de partida foi a Praça da Bandeira. Em meio a várias pessoas que aceleravam os passos, corriam e andavam de bicicleta, eu me sentia como se estivesse fazendo algo fora da lei. Meu objetivo era um contrassenso, pelo menos entre aqueles que faziam exercícios: andar sem pressa e fazer quatro paradas para tomar sorvete.

O que me motivou a planejar essa caminhada um tanto quanto inusitada foi a constatação de que existem quatro sorveterias em 750 metros da Bandeirantes.

Primeira parada: Mi Garba, fundada há 10 anos pelo italiano de Florença Luca Lenzi. Quem me acompanha neste espaço sabe que já declarei meu amor pelo sorvete de pistache deles. Logo, entrei na loja bastante decidida. Escolhi o Pistache (100% siciliano), ideal para identificar o sabor original do ingrediente, e o Antonio, com gelato de iogurte, sorbet de maracujá e creme artesanal de pistache.

É superinteressante sentir o azedinho do maracujá com o adocicado do creme de pistache (que eles vendem no pote!) envolvidos pela cremosidade característica do gelato.

Quatrocentos metros adiante, a segunda parada: Sorveteria Universal, uma das mais antigas de BH, com 93 anos. Arthur Spina veio da Sicília, na Itália, e abriu o negócio em 1932, que hoje está com as bisnetas Aline e Liliane Lacôrte. A família continua a fazer as receitas como antigamente: 100% natural e 0% de gordura hidrogenada, como está escrito na parede.

Sempre peço o Universal, de baunilha com caramelo, flor de sal e pedaços de chocolate e, nessa visita, dei a sorte de encontrar o de banana caramelada. Comi pela primeira vez e virou meu preferido. Ainda mais quando soube que eles fazem o próprio doce de banana.

Exatamente em frente, do outro lado da Bandeirantes, fica a terceira parada: Borelli. Aberta em 2013 em Ribeirão Preto (SP), a rede chegou à avenida há um ano, seguindo a cartilha do verdadeiro gelato italiano.

Como era a minha primeira vez ali, já peguei duas indicações na fila (enorme, por sinal). Quando chegou a minha vez, o atendente confirmou que eram seus sabores preferidos. Então, não tive dúvida. Pedi uma bola do Borellito (base de fior di latte com cobertura de pistache e chocolate branco) e uma do Torta Limone (gelato de limão com pedacinhos de biscoito e chocolate branco). Amo ter o que morder num sorvete.

Mais alguns passos para andar 350 metros e chegar até a quarta parada: Frutos de Goiás, que começou sua história em 1982 no município de Cidade de Goiás (GO) e há 11 anos está em BH. Sou muito fã da marca por oferecer sabores regionais que não costumamos encontrar em outras sorveterias. 

Lá o formato é self-service e você paga pelo peso. Olhei para os freezers e identifiquei os sabores mais incomuns. No dia, eram pequi, araticum, cajá-manga, jabuticaba e graviola. Fico sempre impressionada com a qualidade dos sorvetes. A sensação é de comer a própria fruta congelada de tanto que as características originais são preservadas.

Se você quiser fazer essa caminhada maluca, vá com bastante apetite de sorvete. E leve companhia, claro, para conseguir experimentar vários sabores.

 

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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