Paulo Guerra
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COP29

COP29: por que o Brasil demora tanto?

Demora para a seleção da equipe gestora da COP tem contribuído para aumentar as tensões em Baku

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Em um momento em que as negociações avançam a passos de tartaruga, os bastidores da COP29 se voltam para o Brasil. A expectativa é a de que o país consiga acelerar a ação climática no mundo, e a indicação do Brasil de quem serão os HLC sinalizará para os demais países o que eles podem esperar das negociações do Brasil. Porém, a demora para a seleção da equipe gestora da COP tem contribuído para aumentar as tensões em Baku.

 

 

Para entender melhor a importância, é preciso saber que as COP são organizadas por um time composto de Presidente, Chair e High Level Champions (HLC), por parte do país anfitrião e pelo secretariado por parte da UNFCCC.

 

O secretariado tem como missão gerenciar eficientemente as negociações para que os delegados estejam no lugar certo, na hora certa, equipados com os documentos necessários e com todas as facilidades de que necessitam.

 

 

O Presidente da COP assegura a observância das regras e procedimentos e trabalha com as delegações dos países para alcançar consenso sobre questões-chave.

 

O Chair deve liderar a mobilização de governos e partes interessadas e garantir a preparação tranquila e a entrega bem-sucedida das COPs.

 

 

Por fim, os High Level Champions são os enviados do país anfitrião que buscam influenciar globalmente a ambição climática. Os HLC viajam pelo mundo inteiro negociando com atores privados, governamentais e do terceiro setor. Além das negociações internacionais, eles também precisam ter substantiva influência no contexto nacional.

 

Quanto mais efetivos os HLC forem antes da COP, melhores tenderão a ser os resultados durante a COP. Isso acontece porque os HLC são responsáveis por criar um ambiente positivo de influência mútua. O pressuposto é de que os acordos positivos publicados geram empolgação e pressão nos demais atores para também celebrarem acordos mais ambiciosos.

 

 

Nos bastidores da COP29, o nome de Izabella Teixeira tem ganhado cada vez mais apoio, e a expectativa é de que ela assuma a posição de chair da COP30. A ex-ministra é vista como uma pessoa de altíssima relevância no contexto climático internacional, com experiência em negociações de alto nível e muito respeitada pelo mundo da diplomacia internacional, sem contar o amplo acesso que possui junto à iniciativa privada e terceiro setor.

 

Atualmente, Teixeira é conselheira em pelo menos uma dezena de organizações. Se a ex-ministra for de fato selecionada para o cargo de chair, é muito provável que participe da escolha dos HLC, e, nesse contexto, o nome de Marcello Brito que já é o mais especulado para HLC passa a ter ainda mais força, já que os dois possuem longo histórico de trabalhos conjuntos.

 

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Talvez a COP29 não apresente resultados substantivos, mas a manutenção das esperanças do mundo poderia se dar pelo anúncio, pelo Brasil, de nomes que possam de fato promover um processo negocial mais maduro e frutífero na COP30. Agora é uma questão de quem e quando.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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