Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
ENTREVISTA MATEUS SIMÕES

"Se trouxermos Republicanos e PL, seria eleição de um turno"

"Foi anunciado hoje pelo presidente nacional da legenda que o pré-candidato do PSD é Mateus Simões. Então, ninguém pode pretender ocupar essa posição"

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Filiado ao PSD, o senhor articula para ser candidato único no campo da direita, com apoio do Republicanos e do PL, para polarizar contra a candidatura da esquerda. No plano nacional, está sendo cogitada alguma coligação entre PSD e Novo ao Palácio do Planalto entre os governadores Ratinho Júnior (PSD) e Romeu Zema (Novo)?

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Mateus Simões: Essa conversa não existe hoje, não acho conversa impossível, mas são dois governadores fortes, com pontuação parecida nas pesquisas, talvez faça pouco sentido falar em negociação de unificação dessas candidaturas. Separados representam mais força do que se eles estivessem juntos, em termos de cobertura populacional. Mas há obviamente uma identificação, são dois candidatos com perfis parecidos. Isso reforça a ideia de que no segundo turno estaremos todos juntos. Hoje, as pesquisas revelam que, quando separados, passam de 20% das intenções de voto quando somamos os dois. Quando se juntam não chegam a 20%.

Quando projeta cenários nacionais ao Palácio do Planalto, que candidaturas o seu grupo político considera?
MS: O governador e eu temos a mesma leitura do quadro político: só jogamos com as cartas que estão na mão, não fazemos conta com os outros candidatos. O que a gente tem de certeza é que, se Romeu Zema estiver bem posicionado, sendo governador do segundo maior colégio eleitoral, com mais de 60% de aprovação, qual o sentido de não ser candidato? O plano do governador Romeu Zema é estar bem posicionado para ser o candidato que passa ao segundo turno ou ser o candidato que fez a diferença para que aconteça. Acreditamos que possa haver um cenário com um Bolsonaro candidato? Sim. É possível. Ratinho está colocado, Ronaldo Caiado (União) está colocado. Tarcísio de Freitas é a grande incógnita, mas hoje diria que não é candidato por dois motivos: tem uma reeleição muito mais simples e é favorito para 2030. Se o governo Lula enfraquecer, ele seria candidato.

 

Durante a sua filiação ao PSD, alguns dos que discursaram afirmaram que, entre as alianças com grandes legendas previstas, o senhor já conta com a Federação União e PP e estaria em conversa avançada com o PL e com o Republicanos. Com quem estão negociando no PL e no Republicanos. O senador Cleitinho desistiria de ser candidato?
MS: Temos clareza de quem já está conosco. PP, União, PSD, Novo, Podemos, Solidariedade, PRD, Mobiliza e DC já disseram que estão conosco, são nove partidos. Tenho conversado no PL e no Republicanos com todas as instâncias, federais e estaduais, com os parlamentares e possíveis candidatos. Converso com Cleitinho e com Nikolas. Para mim, parece claro que Nikolas tem caminho de retorno ao Congresso pela liderança que exerce à direita. E o senador Cleitinho diz que só vai tomar essa decisão no ano que vem. Então, a gente continua conversando, porque acreditamos que se trouxermos o PL e o Republicanos seria eleição de um turno só e isso seria melhor porque retira possibilidade de um palanque para Lula em Minas no segundo turno.

Se Cleitinho não sai nem Nikolas, quem seria então o seu adversário? Quem a sua campanha projeta como adversário?
MS: Trabalhamos com cenário em que a esquerda lançará mais de um candidato. Teremos Alexandre Kalil (PDT) sem apoio do presidente Lula (PT). E acho que o PT vai lançar candidato. E qual é a dificuldade do PT? Se o Lula é forte, o PT é fraco em Minas, tanto é que o próprio Rodrigo Pacheco (PSD) é a personificação física de um candidato de centro-direita, um candidato aristocrático. Eles estão atrás desse perfil. Quem tem esse perfil em Minas? Além de Rodrigo Pacheco, tem o presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB), que é historicamente adversário do PT na região dele. Alguns falam do ex-procurador-geral de Justiça Jarbas Soares. Mas a situação de Lula em Minas é difícil e há dificuldade de construção até de partidos em Minas. Há poucos partidos em Minas ainda disponíveis. 

Algumas lideranças empresariais estão entusiasmadas com a possibilidade da candidatura de Cleitinho ou de Nikolas. Como o senhor avalia essa hipótese?
MS: Quem é de fora se entusiasma às vezes com os números das pesquisas. Falo de forma muito concreta. Como vai ser a primeira negociação do Cleitinho com os servidores públicos na data-base? Ele sempre defendeu que deve dar tudo o que servidor pedir, e nós não temos. Como vai ser a prestação de contas dele com investimentos em infraestrutura, se ele faz um bom trabalho de denúncias, mas não há recurso para resolver todo problema de infraestrutura de uma vez só. E ele não é inocente, do ponto de vista de ingênuo. O irmão dele é prefeito, sabe o que é administrar. Esse entusiasmo é de gente que refletiu pouco sobre o que significaria para ele ser governador. É muito diferente da carreira política que teve até aqui.

A posição do PL em Minas, expressando desejo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é de que não abra mão de duas candidaturas ao Senado. Como ficaria a sua composição com PL?
MS: Quando conversei com o ex-presidente Jair Bolsonaro – ele esteve há três meses em Belo Horizonte – e também conversei com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, a conversa era sobre uma vaga para o Senado. Tanto é que deixo uma vaga em aberto. Temos Marcelo Aro (PP), colocado pela Federação União-PP, e a gente teria um nome em aberto para o PL. Se eles precisarem de duas vagas, teremos um problema, porque não vou descumprir compromisso com quem chegou desde o começo no processo. Espero que o PL chegue a uma conclusão que não seja esta, de duas vagas ao Senado.

Houve convite de sua parte para composição com Tadeu Leite (MDB)?
MS: Eu gostaria muito que ele estivesse conosco. Entendo que como presidente da Assembleia tem uma função institucional pesada. Mas a cada dia que a eleição se aproxima, mais claro deixo ao MDB que gostaria que estivesse conosco. O nome dele é sonho de consumo de todos. 

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O senador Rodrigo Pacheco (PSD) era até aqui o nome favorito do presidente Lula para concorrer ao governo de Minas. Como ficará a situação dele dentro da legenda, agora com a sua filiação?
MS: Foi anunciado hoje pelo presidente nacional da legenda que o pré-candidato do PSD é Mateus Simões. Então, ninguém pode pretender ocupar essa posição. Mas, tirando isso, todos os outros possíveis papéis que esses homens públicos pretendam ocupar são legítimos. Pacheco parece muito concentrado na discussão do Supremo Tribunal Federal (STF). São duas vidas muito diferentes para se estar em dúvida entre STF e o governo de Minas. Minas Gerais não pode ser governada como prêmio de consolação de quem não foi escolhido para o STF. Se ele quiser ser candidato ao governo de Minas, não será pelo PSD.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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