O povo escolhido
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO
A geopolítica mundial e a política nacional nunca foram tão parecidas em seus desacertos. A humanidade acaba de assistir em Gaza, o pior capítulo da história neste breve século. A dramaticidade torna-se maior porque foi escrito por uma liderança de extrema direita, que governa um povo que foi vítima de um dos mais tenebrosos capítulo registrado pelo século passado. A humanidade não parece aprender muita coisa com a história.
Donald Trump depois de fazer uma guerra comercial sem tréguas e sem fronteiras contra tudo e contra todos, lançando até aliados no colo dos chineses – o seu mais temível adversário e também maior parceiro comercial –, agora ensaia uma guerra na América do Sul. Chineses e russos devem estar adorando. Os primeiros já consolidaram sólido poder econômico na região. Vão pouco a pouco ganhando ascendência militar. Rússia, China e seus aliados seguem vendendo armas a Venezuela.
A ideia de combate ao tráfico de drogas convence poucos, entre os quais não está o próprio comandante militar responsável pelas operações dos EUA na América Latina, o Almirante Alvin Holsey, quem, segundo o jornal “The New York Times”, se aposentou em meio às tensões com a Venezuela, levantando preocupações sobre os bombardeios que os EUA vêm conduzindo contra barcos que supostamente transportam drogas pelo Caribe.
Esses ataques têm sido alvo de críticas de entidades internacionais, como a Human Rights Watch, que afirma que os bombardeios violam o direito internacional por se tratarem de “execuções extrajudiciais ilegais”. Certos militares, assim como recentemente, no caso brasileiro, revelam em sua conduta como a honra está acima de qualquer coisa.
Em meio a escândalo e crise na Argentina, numa tentativa de recuperar a “mística”, Javier Milei dá insólito show de rock, em meio imerso em fogos de artifício. Encerra dizendo: "Vou tomar banho e me vestir de presidente". Já entre maiores de 65 anos, a fome: 30,8% foram lançados à linha abaixo da pobreza, segundo o estudo “Perfis da pobreza”, realizado ao final de 2024 por acadêmicos da Universidade de Buenos Aires e do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (Conicet). Na frente Ocidental do globo em chamas, os esforços para parar com a carnificina na guerra entre OTAN e Rússia parecem não avançar. A guerra no Sudão continua e o número de vítimas segue em escalada.
No plano interno Lula comemora o seu aniversário em território indonésio com herdeiros políticos de um dos maiores massacres do século 20, praticado entre 1965 e 1966, durante a chamada Guerra Fria. Pior, anuncia justo lá, a sua candidatura para mais um mandato. Vale aconselhar que leia “The Jakarta Method: Washington’s Anticommunist Crusade and the Mass Murder Program That Shaped Our World”, de Vincent Bevins. Quem sabe entenda como aqueles tempos sombrios estão relacionados ao golpe de 64 e à ditadura que se seguiu, em relação à qual o presidente brasileiro luta para afastar a volta de seus fantasmas.
Já do lado daqueles que talvez sonhem com o retorno ao passado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tido como o moderado da família, sugeriu, em post no X, na quinta-feira passada, que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos jogue bombas na Baía de Guanabara, para supostamente combater o tráfico de drogas. Ele respondia ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, que publicara vídeo do bombardeio a uma embarcação no Oceano Pacífico, que levava, segundo o secretário, três terroristas que operavam o tráfico internacional de drogas.
O bolsonarismo entrou em modo suicídio. Pior ainda é que tem gente experiente na política a seguir os seus passos. Enquanto isso os golden boys e girls do escândalo do INSS estão aí curtindo a vida.
A história da geopolítica e da política nacional está repleta de capítulos deploráveis, mas em tempos da tecnopolítica, parece que serão superados com louvor. Antes, errar era humano. Hoje, movido a visualizações e likes, o erro tornou-se divino. Como dizia certo personagem da nossa literatura: “Deus é paciência. O contrário é o diabo”.
Sem ambiente
Com a filiação do vice-governador Mateus Simões (Novo) ao PSD nesta segunda-feira, no Ouro Minas, a legenda vai formando maioria de viés antipetista em Minas. A leitura entre lideranças da legenda neste novo momento, consideram que não haverá espaço para os pessedistas de Brasília, que integram o governo Lula, como o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, ou que estão na base de sustentação do governo, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o deputado estadual Luiz Fernando (PSD). Para a filiação de Mateus Simões são esperados, além de Gilberto Kassab, presidente nacional, o governador do Paraná, Ratinho Junior, pré-candidato da legenda ao Palácio do Planalto.
Convites
Rodrigo Pacheco tem convites para se filiar a três legendas – União, MDB e PSB. Aguarda uma conversa de Lula antes da indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Lula tende a Jorge Messias, advogado-geral da União, porque gostaria de ver Rodrigo Pacheco concorrendo ao governo de Minas. Na bolsa de apostas – e torcida – do novo PSD em Minas, – que trabalha para ver Pacheco pelas costas – se senador não for o nome indicado ao STF, ele não aceitaria concorrer ao governo de Minas.
Sem Tarcísio
Em conversa durante visita do deputado estadual Capporezo (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro disse-lhe que acredita o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não tem interesse de concorrer à presidência da República. Bolsonaro lhe afirmou que todas as informações publicadas na mídia sobre este tema são especulação e que o governador paulista teria lhe assegurado que será candidato à reeleição. Bolsonaro segue assegurando que não haverá “plano B” pois ele será o candidato do PL ao Palácio do Planalto.
Eleição no agro
Representantes do agronegócio brasileiro estão mobilizados em defesa da candidatura de Fernando Mattos, ex-ministro da Agricultura no Uruguai, para o período 2026 a 2030, do próximo diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Considerado estratégico para as políticas agrícolas nas Américas, o IICA reúne 34 países do continente e atua há 83 anos na formulação de projetos voltados ao desenvolvimento sustentável do setor. A candidatura de Mattos concorre com propostas apresentadas pela Guiana e pela Comunidade do Caribe (Caricom), além de Honduras.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
