Mateus larga na frente para construir candidatura
Enquanto todos se mexem em círculos, Mateus Simões segue à frente: embolsou o PSD e tem por meta assegurar a Federação PP-União em seu palanque
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Com data marcada em 27 de outubro para se filiar ao PSD, o governador em exercício, Mateus Simões (Novo), se articula para transformar as incertezas da conjuntura eleitoral mineira em tração em seu favor. Em que pese, entre os principais pré-candidatos avaliados em pesquisas de intenção de voto ao governo de Minas, seja aquele menos conhecido e, neste momento, com o pior desempenho – no campo político, Mateus Simões sai na frente. Ele representa, até aqui, a única pré-candidatura confirmada, que, em condições normais, não cogita recuo, até porque estará no exercício do governo no ano eleitoral, portanto, concorrendo à reeleição.
No PSD, insere-se em estratégia nacional claramente definida por Gilberto Kassab, presidente da legenda: o partido só não lançará o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), ao Palácio do Planalto se Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, for candidato. Em qualquer das duas hipóteses, o PSD terá o mesmo adversário no plano nacional: o presidente Lula (PT), candidato à reeleição. Tudo mais são incertezas, são cenários abertos.
Com a direita bolsonarista em linha de choque com a direita que orbita o bolsonarismo – mais particularmente a Federação Aliança Progressista (PP-União) –, a composição da corrida ao Planalto não ajuda as formações nos estados. Inelegível e em prisão domiciliar, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) segue reafirmando que será o candidato de seu campo político. Como a realidade dos fatos aponta para outra direção, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) articula a candidatura de Tarcísio para ser o vice na chapa; Eduardo Bolsonaro reage atirando em Tarcísio e Ciro; Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, escorrega e lança dardos em Eduardo Bolsonaro, recebendo o troco. A família Bolsonaro quer a primazia no espólio eleitoral.
Se no campo bolsonarista a confusão está armada, dificultando a definição do PL para a sucessão em Minas Gerais, no campo lulista, a questão posta é de natureza vital para a governabilidade e as composições da corrida presidencial: o governo Lula seguirá se recuperando? Se for bem nos estados, o cenário será um. Se for mal, até Tarcísio de Freitas desejará concorrer.
Em Minas, as incertezas são maiores: são pré-candidaturas bem posicionadas a do senador Cleitinho (Republicanos), que lidera a pesquisa; a do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que não confirma nem descarta concorrer; a do ex-prefeito Alexandre Kalil (PDT), agora na estrada ainda buscando composições; e, menos provável, embora do desejo de Lula, do senador Rodrigo Pacheco (PSD), também cotado para a indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se nomeado, por óbvio, Pacheco não será o candidato ao governo de Minas. Se não nomeado, aceitará o desafio para concorrer em Minas?
O campo lulista vislumbra a estaca zero. A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), volta a ser apontada, mas preferiria concluir o seu mandato ou disputar o Senado Federal. Alexandre Kalil é cogitado, tem boa interlocução com lideranças do PT, mas em momento algum declarou intenção de uma coligação formal com a legenda. Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, seria outro nome, mas gostaria de concorrer ao Senado. Na bolsa de apostas, crescem construções, sem que necessariamente passem por uma aliança com Lula: Tadeu Leite (MDB), presidente da Assembleia Legislativa, e Jarbas Soares, ex-procurador-geral de Justiça, são nomes aventados.
Enquanto todos se mexem em círculos, Mateus Simões segue à frente: embolsou o PSD e tem por meta assegurar a Federação PP-União em seu palanque, aí agregando um terço dos recursos. Em carta de despedida do Novo, Mateus Simões informou que segue conversando com o PL e o Republicanos, assim como busca incorporar Podemos, Solidariedade, PRD, Mobiliza e DC em sua aliança. É uma projeção, para a qual não combinou com Pacheco, nem os seus aliados, que tendem a se filiar ao União, ao MDB ou ao PSB. Seja como for, em meio às indefinições, por enquanto, Mateus Simões vai vencendo a disputa eleitoral por WO.
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Copasa em pauta
A Assembleia Legislativa convocou para esta terça-feira (21/10) três sessões plenárias, que devem se repetir nesta quarta-feira (22), quando será encerrada a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, também chamada de PEC do Referendo, que retira a exigência da consulta popular para a privatização da Copasa. Nessas seis sessões, a oposição fará obstrução. A partir do momento em que o prazo de discussão se encerra, a PEC poderá ser votada. São necessários 48 votos em plenário em favor da proposta. Os trabalhadores do Sindágua, vinculado à Copasa, prometem greve entre esta terça e esta quinta (23), em protesto contra a privatização da companhia.
Visita
O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para visitar Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (23/10), das 14h às 18h. Irá ao condomínio em Brasília onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar.
Apoio ao Senado
Em meio à disputa interna no seio bolsonarista mineiro sobre os prováveis candidatos indicados pelo ex-presidente ao Senado, nesta segunda-feira (20/10), o deputado Eduardo Bolsonaro publicou nas redes declaração de apoio à pré-candidatura de Caporezzo: “Meu futuro senador! TMJ, Caporezzo. Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira, já dizia o professor Olavo”. O deputado estadual respondeu: “Ter a sua amizade e a sua confiança para esse cargo tão importante já é, por si só, uma grande vitória para mim. Para um soldado que está ao seu lado na batalha, importa mais do que a própria guerra! Força e honra!”.
Musculatura
O presidente estadual do Republicanos, deputado federal Euclydes Pettersen, assinala que a candidatura do senador Cleitinho (Republicanos) será definida em 2026. “Só posso dizer que a candidatura precisa refletir a vontade popular. Se as eleições fossem hoje, ele lidera as pesquisas, seria candidato. No momento, certo iremos fazer as nossas pesquisas e definiremos”, diz o parlamentar. Euclydes considera “precipitação” quem já está fechando coligações partidárias. “Muito precoce. Vamos focar em nossos mandatos. Na hora certa, as decisões serão tomadas”, diz.
“O Mantiqueira”
O Projeto República da UFMG, coordenado pela historiadora Heloísa Starling, em parceria com o Museu Carde – mantido pela Fundação Lia Maria Aguiar em Campos do Jordão (SP) – lança nesta terça-feira (21), às 19h, na Livraria Jenipapo, em BH, o suplemento cultural “O Mantiqueira”. Participam da conversa com Heloísa Starling Livia Baião, diretora do museu virtual Rio Memórias; Arthur Starling, designer e ilustrador; e Aline Monte Sião, do Carde. O suplemento será publicado três vezes ao ano, impresso pelo Grupo Autêntica, com histórias que articulam visão crítica do tempo presente, portanto, do século 21. A edição inaugural traz entrevista com Evaldo Cabral de Mello, considerado o maior historiador vivo do país; um ensaio de Silviano Santiago, vencedor do Prêmio Camões em 2022; e o artigo “A força de Hitler”, escrito em 1924 pelo filósofo Ernst Bloch, que alertava para os riscos da ascensão do nazismo.
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