
O encontro marcado entre Trump e Lula
Adicionalmente, o presidente da Câmara, Hugo Motta, fez publicar a rejeição da manobra do PL, que indicara Eduardo Bolsonaro para a liderança da minoria
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"Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar." A mensagem foi enviada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao pai, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, em 7 de julho de 2025.
O diálogo foi obtido pela Polícia Federal (PF) no celular de Bolsonaro e embasou a representação da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que denunciou Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo, no âmbito do inquérito que trata da atuação do parlamentar junto ao governo dos Estados Unidos para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros da Corte.
Eduardo Bolsonaro tem a perfeita dimensão de que não vive um bom momento em sua guerra pessoal e familiar pela anistia ampla ao pai, condenado por liderar a trama golpista. As sanções ao ministro relator Alexandre de Moraes anunciadas antes do julgamento de Jair Bolsonaro, com a imposição da Lei Magnitsky – além do cancelamento dos vistos dos ministros do STF, exceção a Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça - não alteraram o curso da ação penal.
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Tampouco surtiu efeito a tentativa de pressionar pela anistia ampla no Congresso Nacional, em princípio com as mobilizações de rua, entre as quais, a de Sete de Setembro chamada pelo Pastor Silas Malafaia, inclusive com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo).
Já a aprovação do regime de urgência do projeto da anistia em casamento de conveniência com o Centrão para passar a PEC da Blindagem, provocou mudanças. Despertou um segmento social que até então assistia em silêncio, pelo menos nos últimos sete anos, o barulho das mobilizações da direita bolsonarista.
Em repúdio à PEC da Blindagem e à eventual anistia aos envolvidos na trama golpista, mobilizações potentes emergiram neste domingo, lotando as ruas das capitais brasileiras. Há agora mais de um Brasil nas ruas.
No âmbito do Congresso Nacional, já se articulava a transformação da “anistia” em redução de penas aos condenados da trama golpista no chamado “PL da Dosimetria”. Recado das ruas recebido, não apenas a PEC da Blindagem teve o velório convocado para esta quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.
Adicionalmente, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) fez publicar a rejeição da manobra do PL, que indicara Eduardo Bolsonaro para a liderança da Minoria, tentando evitar a perda do mandato pelas ausências em plenário. Em outra frente, por representação do PT, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara abriu nesta terça-feira processo que pode levar à cassação de Eduardo Bolsonaro por condutas incompatíveis com o mandato parlamentar.
Após o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e a “ótima química” entre ele e o presidente Lula anunciada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nas terras ao Sul o dólar caiu; o Ibovespa subiu. Foi anunciado o encontro para a semana que vem, possivelmente por telefone ou vídeo.
“É um ponto de inflexão que pode dar novo padrão de relacionamento entre os dois países. De certa maneira, recompõe as relações interpessoais entre Lula e Trump e pode redesenhar o que vinham sendo as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos”, avalia Dawisson Belém Lopes, professor de Política Internacional e Comparada da UFMG.
“Trump tem como estilo a exploração de imagens, a tentativa de criar situações que rendam cliques. E também tem o hábito de abandonar as pautas quando deixam de recompensar na popularidade. Talvez, e essa é uma hipótese, o tema Brasil tenha rendido o que tinha de render.
E diante da resistência brasileira que não aceitou ceder em sua soberania e sustentou a independência do Poder Judiciário, restou a Trump buscar outros assuntos, outra “low hanging fruit” (algo, ou uma fruta, mais fácil de ser colhida). Essa estava mais alta e mais difícil de pegar”, afirma o professor, sugerindo que Trump irá agora explorar outras pautas.
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Balanço
Em levantamento de 30 projetos de lei nos eixos de energia, meio ambiente, tributário e jurídico, que tramitam na Assembleia Legislativa, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) classificou 21 como divergentes, ou seja, contrários aos interesses do setor. Nove foram considerados convergentes aos interesses da indústria mineira, entre os quais, dois com ressalvas.
Combustível do futuro
Entre os projetos em relação aos quais a Fiemg assinalou convergência de interesses com o segmento está matéria de autoria da deputada estadual Maria Clara Marra (PSDB), que estabelece diretrizes para a instituição em Minas do programa “Combustível do futuro” , promovendo a transição energética e a sustentabilidade ambiental. Segundo avaliação da Fiemg, o programa incentiva o uso de etanol e biodiesel, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, fortalecendo o agronegócio e impulsionando pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias.
TAC
Assinado por 12 parlamentares do Psol, PT e Rede, o projeto de lei 228/2023 que proíbe atividades minerárias por meio de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) foi classificado como divergente pela Fiemg. A matéria tramita na Comissão de Minas e Energia.
Emater, não!
O deputado estadual Professor Cleiton (PV) defende que o prédio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) não seja incluído no pacote de imóveis a federalizado possivelmente para abrigar a sede do TRF-6, no âmbito da adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag).
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“A Emater é vital para a agricultura mineira. Produtores, vereadores e prefeitos de Minas teriam grande dificuldade em se deslocar para a Cidade Administrativa em busca do atendimento”, assinala. Na Assembleia, a Emater é consenso da direita à esquerda.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.