
Cavalo de pau à vista para Mateus Simões
No meio político e empresarial, o tarifaço de Donald Trump e os áudios de diálogos infames expostos já cobram o seu preço
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Sem conseguir ainda articular a retirada da candidatura do senador Cleitinho (Republicanos) à sucessão mineira, o vice-governador Mateus Simões (Novo) vive um dilema. Depende do governador Romeu Zema (Novo) para alavancar o seu nome em 2026. Mas pode se prejudicar pela narrativa bolsonarista “raiz” adotada pelo governador mineiro. O vice pode ser afetado pela transferência da rejeição a uma estratégia discursiva que, embora aplaudida por um nicho de eleitores “raiz”, revela-se incapaz de transbordar para o eleitor moderado.
Conforme sugerem os dados das últimas pesquisas de intenção de voto, esse é um eleitor que pondera a quem rejeita menos: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o presidente Lula (PT). E neste momento, Bolsonaro parece vencer a corrida do mais rejeitado. No meio político e empresarial, o tarifaço de Donald Trump e os áudios de diálogos infames expostos já cobram o seu preço. Empresários redobram a aposta e a Federação União Progressista articula abertamente a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência tendo como vice o senador Ciro Nogueira (PP-PI). A ideia é seguir assoprando com declarações de apoio e, por outro lado, mordendo com a intensificação das articulações de uma chapa sem o sobrenome Bolsonaro.
Nesse contexto, Mateus Simões defronta-se com as alternativas. A primeira, com baixa chance de sucesso, dependeria de uma articulação já tentada com o próprio Jair Bolsonaro, que avisou não pretender apoiar Zema no primeiro turno. Em Minas, Mateus tampouco parece ser a escolha do ex-presidente. Bolsonaro está pressionado pela crescente autonomia do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e pelos parlamentares bolsonaristas autênticos em favor da solução “Cleitinho” para o governo de Minas, na hipótese de Nikolas não concorrer ao governo. Sem retirar Cleitinho, o campo bolsonarista fica congestionado para o vice-governador.
A alternativa posta para Mateus Simões é equilibrar-se entre o apoio de Romeu Zema – que seria forçado a entrar em acordo com o seu marqueteiro para amenizar as narrativas – e articular-se ao centro, desvinculando-se do bolsonarismo raiz. É neste momento em que a aposta na filiação de Mateus Simões ao PSD cresce. A expectativa de parte da bancada estadual do PSD, que defende o apoio à candidatura dele em 2026, é de que a filiação dele à legenda aconteça em 15 de setembro, quando é esperada a chegada em Belo Horizonte de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Não há confirmação que tal vá ocorrer. Até porque a direção nacional tem dúvida em relação ao timing, neste momento em que Lula inicia uma recuperação política e articula, em Minas, a chapa Rodrigo Pacheco (PSD) com a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT). Pacheco tem convites para filiar-se ao União, ao MDB e ao PSB.
A aposta da campanha de Mateus Simões e dos deputados do PSD que o apoiam é de que se conseguir migrar, o vice-governador irá disputar o eleitor moderado com o senador Rodrigo Pacheco e com o ex-prefeito Alexandre Kalil, que transita nesse campo político. Os estrategistas do vice-governador prospectam nesse cenário a divisão do eleitor moderado e de centro-esquerda entre Pacheco e Kalil, situação que lhe daria mais fôlego para eventualmente alcançar no segundo turno o senador Cleitinho, que lidera as pesquisas. Seria um cavalo de pau na direção discursiva da campanha do Novo da dupla Zema-Mateus. Mais por necessidade do que por autêntico desejo.
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Os mineiros na CPMI do INSS
Além do senador Carlos Viana (Podemos-MG), que presidirá a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, os deputados federais mineiros Mário Heringer (PDT) e Bruno Farias (Avante) também integram o colegiado, responsável por investigar desvios na concessão de aposentadorias a milhões de brasileiros. O senador Cleitinho (Republicanos) e o deputado Rogério Correia (PT) atuarão como suplentes. Os trabalhos começam hoje, com a apresentação do plano de trabalho do relator, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). (Vinícius Prates)
Dia da Lei Magnitsky
O vereador Irlan Melo (Republicanos) propôs a criação do Dia Municipal da Lei Magnitsky em Belo Horizonte, a ser celebrado anualmente em 30 de julho, referência ao dia em que o governo dos Estados Unidos usou a lei contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo o projeto protocolado na Câmara, a data será dedicada ao combate à violação da liberdade de expressão e às prisões arbitrárias, reforçando a proteção a direitos humanos e prevenindo processos politizados. (VP)
Vício em apostas na pauta
A Câmara de Belo Horizonte realiza hoje uma audiência pública sobre ludopatia, o vício em jogos de azar reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela legislação brasileira como transtorno. O debate, proposto pelo vereador Edmar Branco (PCdoB) e mais cinco parlamentares, reunirá gestores públicos, profissionais de saúde, pesquisadores e familiares de pessoas afetadas, em meio ao aumento de casos na capital, como o crescimento de 300% nos atendimentos relacionados ao transtorno registrados pelo Hospital Espírita André Luiz. (VP)
Tramitação de projetos
O portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) implantou um novo recurso que permite ao cidadão conferir as etapas das propostas em tramitação no parlamento. Até então, o portal trazia apenas o histórico da tramitação, sem informações sobre as etapas faltantes. Agora, ao abrir a página de determinado projeto, o usuário visualiza onde a proposição se encontra no processo de tramitação e quais passos deve percorrer até o final. “É possível ver quanto uma proposição já andou e o que falta para chegar ao final da tramitação. Além disso, todas as fases estão descritas, detalhadas em cada turno”, explica o servidor da Gerência de Comunicação em Mídias Digitais (GCMD), Fernando Guerra, que conduziu a implementação do recurso. (Da Redação)
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