Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
EM MINAS

Frente ampla se organiza em apoio a Rodrigo Pacheco

Sob a perspectiva estritamente do meio ambiente político, o nome de Pacheco agrada às lideranças da direita democrática, de viés conservador à esquerda

Publicidade

Mais lidas

Parlamentares do grupo político do senador Rodrigo Pacheco (PSD) entraram em campo esta semana, pelo momento sem alarde, sondando e reagrupando as respectivas bases de prefeitos, vereadores e líderes locais, na expectativa de que o senador anuncie a sua candidatura ao governo de Minas ainda este mês. Rodrigo Pacheco segue em silêncio sobre o assunto. Logo após a Semana Santa, os articuladores do senador irão intensificar encontros com deputados estaduais e federais simpatizantes, segundo interlocutor que, neste momento, coordena o movimento. Dada a natureza de Pacheco, há políticos de seu grupo que, embora reconhecendo que ele hoje esteja propenso a concorrer, ainda estão cautelosos, aguardando o pronunciamento.

 

 


A análise que contribuiu para que o grupo de apoiadores de Pacheco se mobilize em articulação de sua candidatura ao Palácio Tiradentes decorre de uma constatação óbvia que salta aos olhos em Minas: enquanto no campo da extrema direita e da direita que a orbita há um congestionamento de nomes ao governo do estado, da centro-direita, passando pelo centro do espectro ideológico à esquerda impera o vazio político. Se esse vazio, por um lado, constitui desafio a esse campo político, por outro, torna-se oportunidade única ao político que se apresenta com capacidade para promover a convergência das forças políticas, hoje dispersas.

 

Sob a perspectiva estritamente do meio ambiente político, o nome de Pacheco agrada às lideranças da direita democrática, de viés conservador à esquerda. Pacheco tem potencial para promover essa convergência, o que há mais de dois anos não passou despercebido pelo presidente Lula (PT), incentivador que sempre que o encontra faz chamadas públicas para que concorra em Minas.

 

Se de fato confirmar as expectativas de seu grupo político e anunciar a sua pré-candidatura, Pacheco se inicia na corrida com três convites a considerar, todas possibilidades que se somam à hipótese de permanecer no PSD: filiar-se ao União, com a promessa de Antônio Rueda, presidente nacional do União, e de Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, de que terá a indicação das legendas federadas no estado; migrar para o MDB, de onde saiu; ou ir para o PSB.

 

 

A hipótese da candidatura de Pacheco ao governo de Minas – que até o início da semana se apresentava como improvável e remota, inclusive desanimando apoiadores de primeira hora do prefeito Álvaro Damião (União) –, se confirmada, muda o jogo da sucessão estadual em Minas. Isso porque há um campo político que não se afina nem está confortável com o ethos bolsonarista que paira sobre as prováveis candidaturas até aqui colocadas: o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o vice-governador Mateus Simões (Novo) – até aqui moderando o discurso, mas que viu nesse domingo o governador Romeu Zema (Novo) subir no palanque de um réu denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de Estado.

 

Se de fato Pacheco concorrer, tem pela frente um campo político órfão de lideranças no estado. Os convites de filiação partidária que recebeu apontam para um perfil de político que transita e dialoga com facilidade com os partidos do Centrão à esquerda. Ao que tudo indica, é o embrião de uma candidatura, concebida por uma frente ampla e democrática. A se confirmar, forçará a unidade, já no primeiro turno, do campo da extrema direita e da direita radical a que se associa. A literatura clássica romana foi pródiga em articular a perspectiva da pessoa diante de dilemas, associando a coragem e a ação à boa sorte: “A sorte favorece os bravos” é o provérbio que frequenta as obras do dramaturgo Terêncio (195 a.C.) e Virgílio (70-19 a.C.).

 

 

Pedágio

 

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), Durval Ângelo, emitiu parecer pela admissibilidade da denúncia formulada pelas deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Beatriz Cerqueira (PT) e pelo deputado Ulysses Gomes (PT) para que avalie a suspensão do processo de concessão do lote de rodovias estaduais no Vetor Norte da capital mineira. Isso significa que a denúncia foi apresentada dentro dos parâmetros definidos pelo regimento do TCE, preenchendo requisitos e apresentando a documentação.

 

Câmara de conciliação

 

Distribuído nesta quinta-feira (10/4) para a relatoria e posterior julgamento no Tribunal de Contas do Estado, é um caso com potencial para ser levado à Mesa de Conciliação, instituída por Durval Ângelo após a sua posse. Coordenada pelo conselheiro Agostinho Patrus, na Mesa de Conciliação poderá ser negociada alguma eventual revisão no modelo de concessão. Os leilões de concessão estão previstos para junho.

 

Interinidades badaladas

 

Depois de o prefeito interino Juliano Lopes (Podemos) ter recebido visitas de cortesia de sua mãe, tias, de políticos aliados da “Família Aro”, além de 20 suplentes a vereador que concorreram na chapa do Podemos, foi a vez da presidente interina da Câmara Municipal, Fernanda Altoé (Novo). Nesta quarta-feira (9/4), ela recebeu o vice-governador Mateus Simões (Novo) para um café. A interinidade de Juliano Lopes e de Fernanda Altoé se encerra nesta sexta-feira (11/4), quando o recém-empossado prefeito Álvaro Damião (União) retorna de uma viagem ao Peru. Ao que tudo indica, contudo, a interinidade poderá se repetir muitas vezes ao longo deste mandato.

 

 

Deportados

 

Nesta sexta-feira (11/4), um novo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos vai chegar ao aeroporto internacional de Fortaleza. Após o desembarque, os passageiros serão levados em voo da Força Aérea Brasileira para o aeroporto de Confins, na Grande BH, de onde serão distribuídos aos seus destinos. Desde janeiro, mais de 300 brasileiros já foram devolvidos ao país. Diferentemente do primeiro voo de deportados em janeiro que aterrissou em Confins, o governo federal decidiu redirecionar as operações para o Ceará, assim evitando que os brasileiros deportados sobrevoem o território nacional algemados – como são tratados pelas autoridades americanas.

 

Reciprocidade

 

Com base no princípio da reciprocidade diplomática, a partir desta quinta-feira (10), cidadãos dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália voltam a precisar de visto para entrar no Brasil. A medida foi determinada por decreto do presidente Lula em 2023, revogando a isenção concedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem contrapartida dos três países.

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Tópicos relacionados:

candidatura eleicoes minas pacheco

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay