
Pela sobrevivência, fusões e federações à vista
O Republicanos gostaria de ter uma posição independente, com Tarcísio de Freitas candidato à Presidência da República
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Na esteira da consolidação da superfederação PP-União – que se anuncia como uma bancada de 106 parlamentares, fazendo jus a um quinto do fundo eleitoral e do tempo de antena – PSDB e Podemos redigem o estatuto de fusão. A negociação está avançada, com a definição de que a presidência nos estados será exercida pela legenda com presença mais forte.
No caso mineiro, por exemplo, o PSDB, no Rio de Janeiro, o Podemos. Esse embrião partidário PSDB+Podemos, que se projeta, em princípio, com 32 parlamentares eleitos em 2022 – 18 do Podemos (e PSC) 14 do PSDB –, tem passos sequenciais projetados para ampliar a sua presença no parlamento a partir de 2026, no contexto em que a cláusula de barreira consolida um processo de enxugamento do festival de legendas representadas no Congresso Nacional.
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Formalizada a fusão PSDB+Podemos, há conversas avançadas para uma federação com o Solidariedade, que em 2022 elegeu quatro parlamentares e hoje tem uma bancada de cinco, informa o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente estadual do PSDB.
Em números, nesse formato de convergência para as eleições de 2026, essa federação teria 7% do fundo eleitoral e do tempo de propaganda. Ainda para este mandato, com filiações e desfiliações pós-posse, a futura provável bancada PSDB-Podemos-Solidariedade teria 38 parlamentares.
“A tendência é de que esse novo núcleo partidário formado atraia deputados insatisfeitos com os atuais partidos. Temos a sinalização de vários que gostariam de migrar depois de concluídos esses movimentos de fusão e federação”, acrescenta Abi-Ackel.
À medida em que ganham massa, os novos corpos partidários miram formações mais ambiciosas. É o caso de PSDB+Podemos que, após a fusão, tem na agenda a conversa marcada com Republicanos. O Republicanos teve 40 parlamentares eleitos em 2022: um novo processo de fusão com PSDB+Podemos colocaria a hipotética bancada como a terceira maior da Casa, perdendo apenas para a superfederação PP-União (com 106), seguida pelo PL, com 99, a Federação PT-PCdoB-PV, com 81. São players que necessariamente ganharão importância e peso na formação das alianças para as eleições de 2026.
O que diferencia as futuras prováveis federações PP-União e PSDB+Podemos-Solidariedade-Republicanos é que a primeira penderia hoje mais a um acordo com o campo bolsonarista para a sucessão presidencial. Mas tudo pode mudar caso o governo Lula dê sinais de recuperação da popularidade. Certa de que estará em qualquer governo, ganhe quem ganhar, à futura superfederação importará menos o embate eleitoral e mais a composição governamental.
Já a federação que se projeta PSDB+Podemos-Solidariedade-Republicanos busca preferencialmente uma alternativa ao centro político: trabalhar leque de aliança que não a vincule nem ao bolsonarismo, nem ao petismo. Atualmente, o Republicanos gostaria de ter uma posição independente, com Tarcísio de Freitas candidato à Presidência da República. Se o governador de São Paulo preferir concorrer à reeleição, contudo, embarcar em um projeto de indicação bolsonarista, como, por exemplo, um de seus filhos ou a esposa, não seria o caminho desejado por PSDB+Podemos.
Até 2026, fusões e federações vão ser exaustivamente buscadas: a razão do mandato parlamentar é a reeleição. O sistema partidário vai dando sinais de reorganização em direção a um enxugamento. Se, por um lado, a notícia é boa, por outro, está longe de representar unidade partidária. Boa parte das agremiações que vão se formando constitui um ajuntamento de deputados pela sobrevivência, muitos deles acostumados ora a acompanhar a bancada, ora a agir de forma independente. É assim que, depois da eleição, como cada qual votará, sempre será outra história.
Agora vai?
Com o campo da direita democrática, centro e esquerda completamente aberto em Minas Gerais, interlocutores do senador Rodrigo Pacheco (PSD) sentem que nos últimos dias o parlamentar tem considerado mais objetivamente a sua candidatura ao governo de Minas em 2026. Vai estar mais presente em Minas Gerais, retomando diretamente o contato com as suas bases.
É esperada uma posição dele ainda este mês.
Tancredo, 40 anos
A família e a Prefeitura Municipal de São João del-Rei organizam para 21 de abril uma série de solenidades que homenagearão os 40 anos da morte de Tancredo Neves, artífice central da costura política que viabilizou a reabertura democrática com a sua eleição a presidente em 1985, no colégio eleitoral. Tancredo morreu antes de tomar posse. Está prevista missa, seguida da encomendação do túmulo e a reabertura do Memorial Tancredo Neves. Depois das solenidades, a família receberá os convidados para almoço no Solar dos Neves.
Missa em BH
Lançado na política em 1983, pelas mãos do então governador de Minas Tancredo Neves, o ex-deputado federal Aloísio Vasconcelos organiza, também em 21 de abril, às 19h, missa solene na Igreja Nossa Senhora do Carmo em homenagem a Tancredo Neves. Ao final da cerimônia religiosa, Luís Rogério Mitraud, que foi secretário de Estado da Fazenda de Tancredo Neves quando governador de Minas, fará breve pronunciamento relembrando a trajetória de Tancredo. A família será representada na missa pela historiadora Lucília Neves.
Sangue novo
Em sua primeira reunião em Brasília com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), Gabriel Azevedo, agora presidente do partido em BH, foi encarregado de apoiar a legenda no estado para a organização das chapas de candidaturas estadual e federal. Adicionalmente foi instado a concorrer em 2026. “O MDB quer o seu nome nas urnas. Não abrimos mão”, avisou Baleia Rossi. Por enquanto, ainda sem resposta.
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ICMS da educação
A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), se reuniu nesta terça-feira com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino para tratar da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) movida por grandes municípios mineiros que pleiteiam a declaração de inconstitucionalidade e suspensão da lei estadual 24.431/2023, que trata da distribuição do ICMS da educação. Aprovada em 2023 sem considerar o número de alunos, a nova lei aumentou de 2% para 10% a transferência para as cidades com melhores índices de aprendizagem. Entre as cidades prejudicadas em 2024, estão Belo Horizonte, que perdeu R$ 142 milhões; Contagem, que perdeu R$ 71 milhões, e Betim, que perdeu R$ 61,2 milhões. A relatora da ADI, ministra Cármen Lúcia, vai levar o caso ao plenário ainda neste semestre.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.