
Criança segura, futuro garantido
A quantidade de adolescentes que afirmaram ter interagido com pessoas desconhecidas e suspeitas na internet também chama a atenção: 20%
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Maio Laranja é o mês destinado ao combate à exploração e ao abuso sexual contra crianças e adolescentes. O principal objetivo é sensibilizar a população, afinal, todos são responsáveis pelos cuidados com as crianças, jovens e adolescentes. Neste ano, o tema da campanha do ChildFund Brasil - Criando Futuros, é “Criança segura, futuro garantido”, e alerta para os perigos existentes no ambiente virtual.
A população brasileira entre zero e 19 anos corresponde a cerca de 50 milhões de pessoas, segundo o Censo de 2022, e um terço desse grupo já sofreu algum tipo de agressão virtual. Esse dado foi destacado na pesquisa intitulada “Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet”, lançada pelo ChildFund Brasil, com foco na violência sexual virtual. A pesquisa servirá como apoio para entender os comportamentos digitais dos adolescentes e os desafios enfrentados no ambiente on-line.
Os primeiros dados divulgados em 2024 revelaram que, dos adolescentes que já sofreram algum tipo de violência, cerca de 12% já foram vítimas de duas ou mais formas dessa violação (com ou sem interação com o agressor).
Algo que corrobora com os resultados do estudo são as 53 mil novas denúncias que a ONG SaferNet recebeu de crimes relacionados a imagens de abuso e exploração sexual infantil em 2024. Apesar de o número ter diminuído em relação ao ano anterior - recorde na série histórica e o maior em 18 anos -, a gravidade dos crimes aumentou.
Na primeira infância, os riscos do uso prolongado de telas vão além do contato com pessoas suspeitas. Eles envolvem também atrasos no desenvolvimento que a exposição pode provocar. Já para adolescentes, além de supervisionar, o diálogo é importante, principalmente conversas sobre interações com desconhecidos e os riscos que essas ações podem acarretar.Na primeira parte do estudo, foi possível identificar a quantidade de horas que adolescentes ficam on-line e até os horários de maior vulnerabilidade e exposição. Eles passam, em média, quatro horas por dia conectados em ambientes digitais, como redes sociais, aplicativos de mensagens e jogos. A conexão é feita, principalmente, via celular, e as horas não consideram o tempo dedicado a atividades escolares.
INTERAÇÃO
A quantidade de adolescentes que afirmaram ter interagido com pessoas desconhecidas e suspeitas na internet também chama a atenção: 20%. O estudo entrevistou 8.436 estudantes, grande parte de escolas públicas das regiões Nordeste e Sudeste do país, e identificou os aplicativos mais utilizados quando há casos de violência com interação entre vítima e o agressor. WhatsApp e Telegram foram mencionados em 55% dos relatos.
É preciso lembrar que a responsabilidade pelas futuras gerações deve ser de toda a sociedade, não apenas das mães, digo mães, porque, na maioria dos casos, são as mães que se preocupam com a supervisão do que os filhos estão acessando no ambiente virtual.
As mídias sociais têm que ser responsabilizadas pelo conteúdo disseminado. É impossível que as mães consigam ficar 24 horas vigiando o que seus filhos estão fazendo. A segurança das crianças passa pela regulamentação, e o futuro delas só estará garantido se a sociedade, o poder público e as famílias agirem juntos.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.