Anna Marina
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Os almoços dominicais estão cada vez mais raros

Em tempos não tão distantes assim, eram muito comuns os almoços sem convite e sem aviso-prévio na casa de parentes aos domingos. Os encontros uniam a família

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Não sei o que houve com os domingos. A vida continua na mesma e os encontros dominicais terminaram. Em tempos não tão distantes assim, eram muito comuns os almoços sem convite e sem aviso-prévio na casa de parentes. A família se encontrava aqui e ali, e era isso que ligava os parentes.


Os almoços dominicais eram “para quem chegar”, não havia pouca comida em casa nenhuma. Parece que o costume, que nasceu nas cidades do interior – em Santa Luzia era assim –, continuou firme por aqui; lá, eram os parentes que chegavam e se instalavam onde tinha cama boa e passavam os feriados ou a Semana Santa.


Na casa de meu avô, que era dono do cartório, as refeições eram regadas a vinho português e os ajantarados rolavam o dia. Minha avó, que não era mão-aberta, costumava esconder algumas garrafas no armário da cozinha. Agora, você não vê nas mesas dominicais pessoas que não são da família bem próxima, como irmãos e sobrinhos, e olhe lá. Os visitantes aparecem à tarde, para tomar um café com biscoitos, feitos em casa. Ou então refrigerantes de latinha, quase quentes.

O certo é que os visitantes dominicais sumiram da casa dos parentes. As pessoas preferem ir aos clubes, onde a meninada vai para as piscinas e onde os almoços são bons e baratos. Esses costumes que eram tão mineiros foram diminuindo, até acabar. Raras são as famílias que recebem parentes para passar o domingo, principalmente nas cidades. A dificuldade começa com a locomoção, porque os táxis são mais raros.

Na minha família, era muito comum a cozinha funcionar no sábado para as variedades que eram reservadas para as visitas dominicais. Nos dias atuais, é muito mais fácil e mais barato comprar um belo bolo na padaria mais próxima. A vida diária está tão cansativa que domingo bom é o passado na cama. Ou então numa rede para quem tem esse conforto.

Mudando totalmente de assunto, li uma matéria neste jornal, feita com um dono de restaurante, dizendo que uma refeição no seu estabelecimento fica em R$ 300. Para um casal, bate nos R$ 600, sem serviço e sem bebida, o que dá para comprar uns 3kg de camarão sem casca. É só colocar uma panela com alho e azeite no fogo, juntar os camarões e fazer um belo e farto almoço.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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