
Canetas emagrecedoras ficarão fora do Sistema Único de Saúde
Comissão recomendou ao MInistério da Saúde não incorporar ao SUS medicamentos à base de liraglutida e semaglutida, como o Wegovy e Saxenda
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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou ao Ministério da Saúde não incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a liraglutida e a semaglutida, princípios ativos de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. Eles estão presentes no Wegovy, Saxenda e similares.
A avaliação foi solicitada pela Novo Nordisk, farmacêutica fabricante do Wegovy, informa a repórter Paula Laboissière, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
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De acordo com nota do ministério, as decisões da Conitec sobre a incorporação de medicamentos ao SUS "consideram as melhores evidências científicas disponíveis, abrangendo eficácia, segurança e análises de custo-efetividade".
No caso da liraglutida e da semaglutida, o impacto financeiro estimado é de R$ 8 bilhões anuais, aponta a reportagem da EBC.
O comunicado destacou também que há dois acordos de parceria firmados entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS para a produção da liraglutida e da semaglutida no Brasil. Ambos estabelecem a transferência de tecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final para a Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.
Desde junho, farmácias e drogarias começaram a reter receitas de canetas emagrecedoras. Além da semaglutida e da liraglutida, a categoria inclui ainda a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida.
A decisão pelo controle mais rigoroso na prescrição e dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.
A agência informou que a medida tem como objetivo proteger a saúde da população brasileira, "especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa".
A retenção do receituário de canetas emagrecedoras era defendida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Em nota aberta, as entidades afirmam que a não retenção da receita pela farmácia "facilita o acesso indiscriminado e a automedicação, expondo indivíduos a riscos desnecessários".
* Isabela Teixeira da Costa/Interina
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.