Anna Marina
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ANNA MARINA

O desafio de comprar e vender

O que encarece a mercadoria são os impostos, mais altos no Brasil do que em qualquer outro ponto do mundo

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Estava ouvindo o jornal da TV na última quarta-feira, espantada com a quantidade de bobagens divulgadas. Nunca vi levar para a televisão notícias tão fora da realidade, principalmente sobre a Rua 25 de março, em São Paulo. Fui dona de boutique numa fase de minha vida, ia com frequência a Sampa para adquirir meu estoque. Os endereços que levava eram de lojas que vendiam estoques próprios, comprados, copiados ou importados.

Pelo que sei deste país, acredito que tudo aconteça do mesmo jeito. O importante é distinguir entre o importado e o copiado, o que deveria ser vendido com nota fiscal para dar volume ao funcionamento de minha loja. O que encarece a mercadoria são os impostos, mais altos do que em qualquer outro ponto do mundo.

Há mais de 20 anos saí do comércio. No meu tempo, quando tomava conta das finanças da loja, tinha de saber 1.001 truques para conseguir ganhar algum dinheiro no fim do mês.

Outro lance comum era vender a prazo, com aquele histórico caderno de débitos que as clientes mais bacanas e mais compradoras usavam.

Se pagavam no dia marcado, tudo ia bem. Se deixavam a dívida para as calendas, era preciso ter fundo de caixa para as novas compras nos fornecedores.

Para comprar o estoque da loja, era preciso pagar na hora ou dar cheque para 15 ou 30 dias. Quem não honrava o compromisso perdia o fornecedor.

Fazer cópias nunca foi crime, aqui e em qualquer parte do mundo. Como compradora, ia muito ao exterior, com endereços de quem copiava tudo o que era lançado em Paris ou Londres. Vendia-se roupa super na moda por metade do preço da etiqueta original. Esses truques de comércio surgiram para poder manter a loja aberta, mesmo enfrentando os impostos, que desafiam a honestidade comercial de qualquer um.

Para falar a realidade, isso não existe só no comércio de roupas. Abrange praticamente todos os itens. A Rua 25 de Março não é diferente. Se fosse, não estaria funcionando até hoje.

Aliás, esse tipo de transação comercial não é invenção de brasileiro. Existe também nos Estados Unidos. O presidente americano, antes de acusar o Brasil de produzir sem nota fiscal, deveria olhar para seu país, onde isso existe até nos locais mais fortes de comércio de Nova York.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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