
Este inverno não está para brincadeira
Tento de tudo para me aquecer: meias e pijamas de lã, cobertores, arroz-doce quente. Fico com a impressão de que o exagero é só meu, mas a queixa é geral
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Bastou fazer frio para me lembrar dos agasalhos que uso quando estou fora do país, onde o inverno é mais moderado em certas regiões. Acabei constatando o roubo de meus paletós quando estive internada, depois de receber remédios dopantes de uma funcionária em minha casa. As noites geladas estão aí. Amiga minha que tem casa em Salvador resolveu fugir do frio, foi para a Bahia e voltou logo, porque só encontrou chuva por lá.
O certo é que me restou pouca coisa para enfrentar estes dias em que as mãos ficam geladas e o nariz parece de cachorro, de tão frio. Tenho a mania, que uma de minhas irmãs acusa sempre, de dar o que é meu. Fico procurando e não acho nunca, porque me esqueço de que dei.
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Quando fui visitar sobrinhos que moram no Canadá – dois dias dentro do avião, a viagem é uma canseira só –, levei o lindo casaco de vison. Cheguei lá, o frio era tão grande que o deixei para a sobrinha, pois sabia que tinha outro mais curto aqui.
Procurei este paletó e não encontrei, claro, porque me foi roubado, assim como minhas joias e até sombrinhas de chuva. Recebi algumas joias de volta, a polícia mineira conseguiu recuperar parte delas. Mas casaco, quem procura e quem acha? Então, estou sem agasalho legal para o frio terrível destes dias.
Já tentei tudo para não ficar tão gelada. O mais aconselhado é manter os pés bem quentes com meias de lã. Para enfrentar estes dias, o recomendável são as comidas quentes. Mas elas são uma dificuldade: peço sopa para o jantar, ela fica fria na metade da degustação.
Para compensar, estou doida de vontade de comer uma porção de torresmo de barriga bem-feito, mas onde é que tem?
Minha cozinheira tem fornecido muito arroz-doce como sobremesa, esquentado na hora de ir à mesa. Resolve um pouco, mas tenho uma tentação no freezer: o pote de sorvete de goiaba que meu sobrinho trouxe de presente do Rio.
O fim de semana é da feijoada, mas são necessários vários comensais para fazer o prato. Como estamos no período de férias, fica difícil encontrar convidados para dividir a comida de inverno.
Durmo com meias, mas as cobertas para espantar o frio não esquentam as pernas, mesmo quando uso pijama de lã. Fico com a impressão de que o exagero é só meu. Mas tenho perguntado aqui e ali – a queixa é geral.
Brasileiro não está acostumado com este inverno dos últimos dias. Um dos lances mais terríveis é lavar os cabelos na hora do banho. Enquanto o chuveiro está aberto, as coisas vão bem. Mas depois...
Estou aberta a dicas para me aquecer. Só não recomendem chá, mesmo inglês, que só finge que esquenta. No caso, melhor mesmo é um gole de cachacinha...
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.