Anna Marina
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ANNA MARINA

Talentos e facilidades da vida moderna

Comércio de roupas mudou agora que pelo celular é possível encontrar tudo que se precisa, sem ter que procurar loja por loja

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Na última quinta-feira (10/7), este jornal publicou uma matéria sobre bordados – onde existem aulas ensinando como fazer. E também como é que são feitas figuras de crochê. Como sou de uma família muito grande – fomos 10 irmãos, dos quais só restam duas – aprendíamos tudo isso, sem ninguém ensinar. Apenas vendo umas e outras como se fazia.

 


Minha mãe era craque em tudo e deve ter herdado de minha avó, que era costureira, como é que se faziam costuras das mais simples às mais complicadas. Aprendi vendo, quando era mocinha, com muitas festas para ir e sem grana suficiente para comprar roupa pronta ou pagar costureira, sentava na máquina de costura pela manhã e saía com uma roupa nova à noite. Bem feita, certinha no corpo, parecia ter sido feita por uma boa costureira profissional.

 


Porque elas existiam, eram muitas, requisitadíssimas pelas mulheres que não sabiam costurar. Quem tinha muito dinheiro encomendava suas roupas no Rio ou em São Paulo. Quem não tinha encomendava por aqui mesmo. Minha avó materna, quando se mudou de Santa Luzia para BH, alugou uma casa na Rua Antônio de Albuquerque, na Savassi, e costurava o dia inteiro.


Curiosidade: tinha uma vizinha, com filhas mocinhas, que pegava com ela os retalhos para fazer roupas para as filhas. Por herança materna, minhas tias também sabiam costurar, uma delas teve uma filha que costurou até se casar.

 


O certo é que, até onde se sabe, as costureiras que sobraram na cidade especializaram-se para fazer vestidos de noiva. Costureira para roupas comuns não existem mais. Ou, se existem, não são muito divulgadas. O ofício parece que não existe mais, ou tem mais força na periferia, grandes costureiras são raras. O setor facilitou a vida de muitos, basta ir a uma loja e comprar o que antes devia ser feito.


Outro lance importante é que as roupas podem ser compradas pelo celular, são mais em conta do que as vendidas em lojas. E pelo celular compra-se roupa do mundo inteiro. Recentemente, comprei um vestido de seda, muito bonito, pelo celular. Foi feito na China, chegou na data marca e não sei como ficaria em meu corpo, porque chegou junto com uma sobrinha que gostou tanto que foi presenteada com ele.


Esse tipo de compra pelo celular, aliás, é um dos responsáveis pelo esvaziamento das lojas que transformaram a Savassi num bairro de moda; as roupas são muito mais baratas. Mas o “esvaziamento” das costureiras provocou outro problema: BH tinha lojas que vendiam tecidos do mundo inteiro, hoje só restaram algumas, que vendem principalmente tecidos brasileiros.

 


Longe vai o tempo em que vendiam tecidos – sedas principalmente – feitas na China. Estou dentro do sistema. Usando o celular de uma das minhas funcionárias, acabei comprando pantalonas e blusas que estão para chegar. Como não tenho saído de casa, na minha fase atual de cadeirante, resolvi entrar nesse tipo de compra. Se as roupas chegarem dentro das medidas anunciadas, não haverá nada de melhor. Pelo celular é possível encontrar tudo que se precisa, sem ter que procurar loja por loja.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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