
Tudo mudou no salão de beleza
Manicures, cabeleireiros e outros profissionais trabalham como autônomos. Deixaram de ser empregados e passaram a "sócios" do dono do estabelecimento
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Quem tem o costume de frequentar salões de beleza não sabe que mudou totalmente a composição econômica deste negócio. O espaço físico cabe a quem poderíamos chamar de dono. Mas cada profissional é responsável por seu trabalho. Em outros tempos, quem trabalhava ali era funcionário do titular; atualmente é uma espécie de sócio.
O dono do salão entra com o espaço físico, fornecimento de iluminação, telefone, água etc. O profissional entra com o trabalho e divide o que recebe com o proprietário do estabelecimento.
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Nesse novo arranjo, o dono do salão não é responsável por férias, décimo-terceiro e planos de saúde. O profissional cuida de seus encargos sociais, mas divide a metade do que recebe com o proprietário do espaço. Ou seja, o que a manicure cobra é dividido com o proprietário do negócio.
Nos tempos antigos, a manicure era funcionária, recebia salário do dono do salão e contava, principalmente, com as gorjetas vindas da clientela.
Acho que essas mudanças melhoraram de forma visível os serviços na área. Quem trabalha bem tem muitos clientes. Quem não é lá essas coisas fica apenas com o cliente que aparece e não tem relação com os profissionais do salão. Os donos de clientela cativa costumam marcar hora para que ninguém fique esperando.
Com a nova fórmula, proprietários de salão ficaram livres dos encargos sociais, cada vez mais pesados. E conseguem aumentar os lucros significativamente. O lado amargo é que o profissional fica dependendo apenas da qualidade de seu trabalho, não tem quem lhe pague férias e conquistas trabalhistas.
O lado positivo é que o serviço particular ganhou nova força. Em lugar de trabalhar só em salões, o profissional vai à casa do cliente fazer unhas, pintar cabelos, etc. Dessa forma, ele fica com o valor integral do serviço, sem dividir com donos de salão.
É melhor? Alguns profissionais aprenderam a trabalhar apenas nas casas dos clientes, porque ficam com tudo o que recebem, sem necessidade de pagar pelo espaço físico. Só para dar uma pálida imagem de quanto custa ter um salão aberto, a conta de água pode chegar a mil litros mensais.
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Antigamente, quem tinha salão podia se aposentar depois de algum tempo e viver bem, com muito dinheiro aplicado. Atualmente, poucos podem ir para casa sem passar o salão para parentes próximos ou arrendá-lo para obter uma renda mensal.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.