Anna Marina
Anna Marina
MEMÓRIA

Princesa revela o cotidiano e horrores da Segunda Guerra

Livro ‘Diários de Berlim 1940-1945’, de Marie Vassiltchikov, descreve o dia a dia da cidade alemã em meio a bombas, festas e enforcamentos

Publicidade

Mais lidas

 

Com o frio que está fazendo, nada melhor que uma cama, um bom cobertor e um bom livro. Nesta minha temporada, busco descobrir tudo sobre a guerra e sobre Hitler. E o livro que estou lendo, “Diários de Berlim 1940-1945”, de Marie Vassiltchikov, vai fundo no assunto.

 

A autora é uma princesa russa radicada na Alemanha, que frequenta as mais variadas rodas de sua época, inclusive os bastidores da operação que planejou o assassinato do ditador alemão.

 

 

Como o texto é em forma de diário, dá para conhecer os meandros de tudo. Um filme americano nos mostrou como a bomba foi colocada onde Hitler ficava sempre, mas ele havia ido para outro lugar e um dos presentes recebeu o explosivo que deveria ser para ele.

 

 

A Gestapo se vingou: “As execuções eram realizadas na prisão de Plotzensee, a uma distância relativamente pequena de Lehrterstrasse, onde a maioria dos condenados ficava. Como não havia cadafalsos na Alemanha (o método mais comum de execução era a guilhotina), ganchos comuns de açougue, para pendurar a carne, foram colocados no forro da cela de execução – um prédio especial, dentro do conjunto da prisão. Os enforcamentos eram filmados, com refletores iluminando a cena; o promotor-chefe do Reich estava presente, mais um par de guardiões, dois câmeras, o carrasco e seus dois assistentes. Numa mesa havia uma garrafa de brandy – para a audiência”, revela a princesa Marie.

 

A autora prossegue: “Os condenados eram trazidos um por um; os carrascos punham cordas ao redor do pescoço da vítima (Hitler exigira as cordas de piano, em vez de cordas comuns, para que a morte sobreviesse pelo vagaroso estrangulamento e não pela quebra do pescoço). Enquanto se contorciam e se debatiam, algumas vezes por vinte minutos e as câmeras rodavam, o carrasco, famoso por seu humor macabro, dizia piadas obscenas. O filme era então levado para o QG de Hitler, onde o Führer se divertia com ele.”

 

 

O livro vai contando a vida em Berlim, a autora e seus amigos não deixavam de ir à missa, principalmente nas comemorações de fim do ano. Bombas caindo e a vida seguindo se curso normal. Quando o sinal de bombardeio soava, quem estava longe de casa corria para o abrigo mais perto. Mesmo assim, ninguém deixava de ir ao cinema, ao teatro, ao restaurante.

 

A comida estava totalmente racionada – quando se conseguia provar um biscoito com manteiga de peru, a comemoração era grande. Os moradores levavam a vida, o importante era não capitular.

 

 

Uma das curiosidades do livro é que os banhos quentes estavam proibidos, só eram permitidos os de chuveiro, duas vezes por semana.

 

Andava-se principalmente a pé, mas alguns carros trazidos do estrangeiro circulavam pelas ruas, com a polícia civil controlando tudo, onde paravam e para onde estavam indo.

 

Quem trabalhava tinha direito a férias anuais, as mais desejadas eram aquelas na Itália – Roma ou Capri. O importante era não se deixar influenciar pela situação de guerra mundial.

 

As casas abriam os salões à noite para receber amigos, que iam sempre em busca da possibilidade de comer algo novo – e em quantidade para matar a fome, que era sempre grande.


Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

 

Quando podiam, os moradores de Berlim corriam para os bosques em torno da cidade procurando por cogumelos, que alimentavam bem, pois substituíam a carne, que simplesmente não existia. 

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Tópicos relacionados:

berlim livro segunda-guerra

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay