
Família é tudo de bom
Sempre fui a maior furona, ia às casas de parentes passar férias, fins de semana, só para almoçar ou fazer o lanche da tarde
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Família grande é ótimo, principalmente quando se tem notícias de todos que moram fora. Melhor ainda quando eles chegam e enchem a casa de hóspedes.
Pelo lado materno, sou Teixeira da Costa – quem conhece a história sabe o que acontecia em Santa Luzia, principalmente nas comemorações da Semana Santa. Parentes apareciam de todos os lados. Quando as camas estavam ocupadas, quem vinha por último não tinha o menor problema em dormir em colchões no chão. Não sei se o hábito ainda existe, mas como tenho sobrinhos até na Finlândia, acredito que continua valendo.
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Esta semana, tive notícia do sobrinho-neto que esteve em minha casa com pouco mais de 2 anos e agora, com 8, fala português, toca violão, joga futebol e tênis. Como a mãe é finlandesa, o menino aprendeu desde cedo a língua do país natal, mas o pai é brasileiro, ensina a ele o português, falado correntemente.
Na primeira vez em que aqui esteve, vivia enfiado na piscina, por causa do calor que sentia. Quando saía da água e recebia as roupas de algodão, deitava-se logo no chão da sala, que é de pedra e mais fresco. Falava com todos em português, só com a mãe recorria à língua de seu país. Quando estava nervoso ou com raiva, o menino gritava tudo em finlandês – era uma graça.
Tenho sobrinhas-netas também no Canadá, uma é professora em escola local e a outra trabalha com computador. Esta, já casada, mora em uma casa imensa que comprou com o marido e vive me chamando para passar uns tempos com ela. Mas meu tempo de sair do país já passou, então fico por aqui recebendo as notícias.
Notícias, aliás, que nos dão conta de tudo: meu sobrinho-neto finlandês, com pouco mais de 2 anos, vestido a caráter, pedia esmola na esquina ao lado do Papai Noel. Adorava, ficava assim a tarde inteira.
Acho a maior graça em quem não curte a família, nem sabe quantos sobrinhos ou primos tem. Sempre fui a maior furona, ia às casas de parentes passar férias, fins de semana, só para almoçar ou fazer o lanche da tarde. Nunca me arrependi, sempre fui recebida com o maior carinho e com muitos agrados.
Curtia uma raridade: eu sempre tinha assunto para os maridos de minhas primas, que gostavam de longos papos depois do jantar.
Tive a sorte de pertencer a uma família grande, descubro parentes por tudo quanto é lado.
O lado Vianna já não é tão “aparentado”, porque são banqueiros, embaixadores ou alta sociedade; a convivência é mais difícil e mais rara. Mas quando se entabula o conhecimento, a amizade é muito boa e diferente, abre caminhos.
Acho difícil desconhecer parentesco, negar o sangue mais ainda... Há nas famílias um tipo raro de elemento que acaba unindo a todos. As brigas são raras, mas quando acontecem, um lado não quer saber que o outro existe.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.