André Murad
André Murad
Diretor-executivo da Clínica Personal Oncologia de Precisão de BH. Oncologista e oncogeneticista da OncoLavras.
ONCOSAÚDE

O papel dos probióticos na nossa saúde

Obesidade, diabetes tipo 2, autismo, osteoporose e algumas doenças imunológicas estão entre as condições que se beneficiam dos probióticos

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Os probióticos  são micro-organismos  vivos, capazes de melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal, também conhecida como flora intestinal. Eles facilitam a formação da chamada barreira probiótica no intestino, inibindo o desenvolvimento (na microbiota intestinal) de bactérias que causam doenças. 

Um número crescente de produtos contendo probióticos está no mercado e seu uso está aumentando. Acredita-se que os probióticos contribuam para a saúde da microbiota intestinal, o que, por sua vez, pode prevenir ou retardar o aparecimento de distúrbios do trato gastrointestinal.

Obesidade, diabetes tipo 2, autismo, osteoporose e algumas doenças imunológicas estão entre as condições que comprovadamente se beneficiam dos probióticos. Além da capacidade de afetar favoravelmente as doenças, os probióticos representam um sistema de defesa que melhora a saúde intestinal, nutricional e bucal. Dependendo do tipo de cepa microbiana utilizada, eles podem ter propriedades benéficas variáveis. 

Embora muitas espécies microbianas estejam disponíveis, as mais amplamente utilizadas são as bactérias lácticas e as bifidobactérias. A utilidade dessas bactérias depende tanto da origem quanto da capacidade de promover saúde. Os probióticos representam uma ferramenta clínica valiosa para apoiar a saúde gastrointestinal, a função do sistema imunológico e o equilíbrio metabólico. Quando usados adequadamente, os probióticos podem proporcionar benefícios como redução do risco de distúrbios gastrointestinais, aumento da imunidade e melhora da saúde metabólica. 

Como a microbiota humana desempenha um papel bem estabelecido tanto na saúde quanto na doença, torna-se cada vez mais importante desenvolver estratégias para moldar uma microbiota humana mais saudável. Após a descoberta da correlação entre a microbiota intestinal e a saúde, inúmeros estudos foram realizados para determinar o mecanismo exato subjacente a essa associação. Tornou-se evidente que espécies bacterianas individuais dentro da microbiota intestinal tendem a estar positivamente correlacionadas com um estado geral de saúde melhor.   

 

LONGEVIDADE 

Os probióticos ganharam interesse significativo nas últimas décadas devido ao seu potencial para melhorar a saúde e até mesmo tratar certas doenças quando usados em conjunto com outras terapias. Para descrever esses efeitos benéficos das bactérias intestinais, o termo "probiótico" foi introduzido pela primeira vez em 1965 por Stillwell e Lilley. No início do século 20, as propriedades dos produtos lácteos fermentados foram notadas pelo ganhador do Prêmio Nobel, Élie Metchnikoff, em Paris. Ele postulou que os produtos lácteos fermentados incluíam bactérias lácticas, que contribuíam para a saúde do sistema imunológico e aumentavam a longevidade. 

Inicialmente, acreditava-se que os probióticos exerciam um efeito favorável na composição da microbiota intestinal, mas estudos subsequentes demonstraram que eles também podem se conectar positivamente com muitas condições crônicas de saúde. Cada cepa bacteriana tem qualidades únicas; algumas podem ajudar a melhorar o diabetes mellitus, outras no controle da obesidade e algumas no tratamento da osteoporose. Além desses efeitos, inúmeras pesquisas sugerem a importância dos probióticos nos contextos de autismo, síndrome do intestino irritável e cicatrização de feridas. 

Devido aos efeitos positivos na homeostase intestinal, os probióticos são cada vez mais utilizados como suplemento alimentar. Embora os efeitos e mecanismos de processamento dos probióticos nem sempre sejam evidentes, seu uso para reduzir doenças é uma área ativa de investigação científica atual.

Além disso, existem algumas preocupações de segurança que precisam ser abordadas, especificamente para indivíduos imunocomprometidos, como aqueles com HIV/Aids, aqueles em quimioterapia ou recebendo medicamentos imunossupressores após transplante de órgãos, bebês prematuros, particularmente aqueles com peso extremamente baixo ao nascer, pacientes gravemente enfermos, idosos com comorbidades graves e adultos mais velhos com condições de saúde subjacentes significativas, especialmente aquelas que afetam a função imunológica ou a saúde gastrointestinal. 

Essas populações são altamente propensas a eventos adversos ao tomar probióticos. Isso inclui a possibilidade de que certas cepas probióticas possam transferir fatores de virulência intrínsecos e/ou determinantes de resistência a medicamentos antimicrobianos. 

Preocupações adicionais envolvem reações adversas (infrequentes), como interrupções metabólicas, infecções do trato urinário, sepse, infecções oportunistas e isquemia. A ausência de ensaios clínicos completos e a deficiência de recomendações clínicas abrangentes relacionadas aos probióticos são motivos adicionais de preocupação. 

 EFEITOS COLATERAIS

Os probióticos são geralmente considerados seguros para uma população saudável, mas subgrupos específicos da população com condições médicas subjacentes, como infecções sistêmicas, atividades metabólicas deletérias, estimulação imunológica excessiva e transferência genética, são altamente sensíveis à ingestão de probióticos. As interações entre os microrganismos intestinais e o hospedeiro têm grande influência no estado geral de saúde. 

Considerando que os efeitos adversos causados pelos probióticos estão documentados e que as características adequadas das relações entre a estrutura e a função dos probióticos reduziriam a possibilidade de efeitos colaterais, é necessário compreender completamente os mecanismos de atividade das bactérias probióticas.]

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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