
A amamentação reduz o risco de câncer de mama
"Quanto menos a mulher ovular, menor será a exposição ao estrogênio e a seus efeitos cancerígenos"
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As mães sabem que a amamentação dará a seus bebês um começo de vida saudável. Adicionalmente, ela é uma excelente oportunidade para se criar laços com o bebê. Mas esse não é o único benefício para a saúde. Ela também reduz o risco de alguns tipos de câncer, principalmente o câncer de mama.
Mulheres têm em média um risco de 15% de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. O risco de câncer de mama é reduzido em 4,3% a cada 12 meses de amamentação, além da redução de 7% observada a cada parto. A amamentação reduz o risco de câncer de mama triplo negativo (20%) e em portadoras de mutações no gene de predisposição ao câncer de mama BRCA1 (22-55%).
Como a amamentação reduz o risco de câncer de mama?
A maioria das mulheres que amamentam apresenta alterações hormonais durante a lactação que atrasam o retorno da menstruação após o parto. Isso reduz a exposição ao longo da vida a hormônios como o estrogênio, que pode promover o crescimento de células cancerígenas da mama.
O corpo também elimina tecido mamário naturalmente durante a gravidez e a amamentação. Por esta razão é possível que elimine também células que teriam o potencial de se tornarem anormais ou malignas.
Os mecanismos de redução do risco em decorrência da gravidez estão relacionados a alterações no processamento do RNA e na diferenciação celular.
A amamentação previne outros tipos de câncer?
Sim. A amamentação também pode ajudar a reduzir o risco de câncer de ovário, prevenindo a ovulação. E quanto menos a mulher ovular, menor será a exposição ao estrogênio e a seus efeitos cancerígenos.
Por quanto tempo é preciso amamentar para colher os benefícios?
Deve-se amamentar exclusivamente por pelo menos seis meses para se obter os benefícios à saúde, de acordo com o Instituto Americano de Pesquisa do Câncer e a Organização Mundial da Saúde. Isso significa que o bebê receberá apenas leite materno — sem sólidos, água ou outros líquidos.
Depois disso, a mulher pode começar a introduzir gradualmente alimentos como cereais moídos finos, purês de frutas e vegetais. Mas o leite materno deve continuar a fornecer pelo menos metade das necessidades nutricionais do filho.
Quanto mais tempo se amamenta, mais proteção ocorrerá.
Em um estudo do Grupo Colaborativo sobre Fatores Hormonais no Câncer de Mama, pesquisadores descobriram que, a cada 12 meses que uma mulher amamentava, seu risco de câncer de mama diminuía em 4,3%. O estudo comparou mães que amamentavam com aquelas que não amamentavam. Também constatou que o período de 12 meses podia ser de um ou vários filhos ao longo do tempo.
Por outro lado, pesquisadores australianos descobriram que mulheres que amamentaram por mais de 13 meses tinham 63% menos probabilidade de desenvolver câncer de ovário do que mulheres que amamentaram por menos de sete meses. Mulheres que amamentaram vários filhos por mais de 31 meses puderam reduzir o risco de câncer de ovário em até 91%, em comparação com mulheres que amamentaram por menos de 10 meses.
A amamentação traz outros benefícios?
A amamentação não só reduz as chances de desenvolvimento de câncer da mãe, mas também do filho. Evidências mostram que ela pode ajudar a prevenir que o filho fique acima do peso ou obeso mais tarde na vida. A obesidade coloca uma pessoa em risco de mais de 10 tipos diferentes de câncer, incluindo câncer de pâncreas, mama, endométrio, esôfago, reto e rim.
A amamentação também fortalece o sistema imunológico da criança. Os anticorpos que a mãe desenvolve contra certas doenças podem ser passados para o filho através do leite. Isso pode reduzir o risco de infecções de ouvido, bem como de problemas respiratórios e digestivos. Além disso, pesquisas indicam que quanto mais tempo uma criança for amamentada, menores serão as chances de desenvolver alergias, futuramente, doenças mais graves como o câncer.
O suporte à amamentação
Deve envolver um conjunto de ações e recursos que visam a auxiliar as mães durante o período de amamentação, garantindo o sucesso do aleitamento materno e o bem-estar da mãe e do bebê. Isso inclui desde a oferta de informações e orientação até a criação de um ambiente favorável e o fornecimento de apoio prático.
Recursos e apoio à amamentação
* Rede de Apoio: uma rede de apoio sólida, composta por familiares, amigos, profissionais de saúde e até mesmo colegas de trabalho, é fundamental para o sucesso da amamentação. ?
* Profissionais de Saúde:? pediatras, consultores de lactação e outros profissionais de saúde podem oferecer orientações sobre técnicas de amamentação, manejo de dificuldades e apoio emocional. ?
* Bancos de leite humano: coletam e distribuem leite materno para bebês internados que não podem ser amamentados pelas próprias mães, além de oferecerem orientação e suporte. ?
* Licença Amamentação:a legislação garante à mãe o direito a intervalos durante a jornada de trabalho para amamentar o bebê, geralmente até os 6 meses de idade. ?
* Salas de Apoio à Amamentação: empresas podem criar salas de apoio à amamentação, proporcionando um espaço adequado para as mães amamentarem seus filhos durante o expediente.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.