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Ana Mendonça
Ana Mendonça
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Por que deputados mineiros assinaram o pedido de impeachment de Lula

Bolsonaristas intensificaram a narrativa de que "o governo Lula acabou", numa tentativa de desmoralizá-lo para 2026

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Seis mineiros que assinaram o pedido de impeachment do presidente Lula (PT) tentaram justificar a decisão com “argumentos técnicos” ao serem questionados pela coluna. A ação, liderada por Rodolfo Nogueira (PL-MS), acusa o governo de crime de responsabilidade pela violação de normas fiscais na implementação do programa Pé-de-Meia, que destinou R$ 3 bilhões a estudantes do ensino médio em 2024. Até a tarde desta quinta-feira, 118 parlamentares haviam assinado o pedido.

 

 


Entre os mineiros que aderiram à iniciativa estão Cabo Junio Amaral (PL), Nikolas Ferreira (PL), Zé Vitor (PL), Eros Biondini (PL), Marcelo Álvaro Antônio (PL), Stefano Aguiar (PSD), Dr. Frederico (PSD), Domingos Sávio (PL), Maurício do Volêi (PL) e Emidinho Madeira (PL).

 

 

Em conversa com a coluna, dois parlamentares, sob condição de anonimato, acusaram o governo Lula de cometer crimes, citando a alta taxação de impostos, o aumento nos preços dos alimentos e o que chamam de “roubo de dinheiro público”. Ambos mencionaram as “pedaladas fiscais”, destacando que o texto de Nogueira era técnico e livre de ideologias partidárias.

 

O nome de Stefano Aguiar, que atualmente integra a base do governo federal na Câmara, chama a atenção na lista. O parlamentar foi procurado, mas não respondeu sobre sua assinatura no pedido.
Três parlamentares também alegaram questões técnicas para defender suas posições, mesmo integrando a base aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em 2022.

 

 

“Temos, claramente, mais um crime cometido. Fechar os olhos para isso é ser conivente e omisso com atitudes criminosas. Não é esse o papel de um parlamentar que propõe leis e defende a Constituição?”, afirmou Zé Vitor. Cabo Junio Amaral reforçou a tese: “A configuração de pedalada está muito clara? O governo pagou estudantes nesse programa sem aprovação orçamentária. É uma questão objetiva e técnica”.

 

Eros Biondini (PL) e Mauricio do Volei (PL) também justificaram suas assinaturas com o mesmo argumento. “O TCU determinou o bloqueio de R$ 6 bilhões do programa Pé-de-Meia, ao constatar que os recursos estavam sendo usados sem a devida inclusão no Orçamento Geral da União, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal – a chamada ‘pedalada’”, afirmou Biondini.

 

“Assinei o pedido de impeachment do presidente da República porque acredito que houve uma violação das regras fiscais com a criação do programa Pé-de-Meia. Meu papel como parlamentar é garantir que as leis que sustentam a saúde econômica do país sejam respeitadas. Qualquer iniciativa que impacte o orçamento público deve ser conduzida com clareza e dentro dos limites legais. O impeachment é uma medida legítima para garantir que aqueles que governam o país o façam com responsabilidade, sempre dentro da lei e em benefício da sociedade”, afirmou Maurício, por meio de assessoria de imprensa.

 

Embora esse seja o discurso da oposição, aliados de Jair Bolsonaro vêm explorando a baixa popularidade do governo Lula para desestabilizar o petista. A alta no preço dos alimentos tem impulsionado a reprovação, que atingiu 37% dos entrevistados na pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana – o maior índice desde o início do levantamento, em fevereiro de 2023. Outros 31% avaliaram positivamente o governo.

 

O movimento ganhou força nas últimas semanas, com a atuação de Nikolas Ferreira e a repercussão do vídeo do Pix. Bolsonaristas intensificaram a narrativa de que “o governo Lula acabou”, numa tentativa de desmoralizá-lo para 2026.

 

Segundo aliados do presidente, um processo de impeachment tem pouca viabilidade, mas, se a narrativa ganhar tração nas redes, pode se tornar mais uma dor de cabeça para o governo federal. Na visão deles, a ideia não seria retirar Lula do cargo, mas desgastá-lo. “O plano deles para 2026 é pintar o presidente como ladrão, taxador e, pior, alguém incapaz de governar”, afirmou um deputado da base do PT no Congresso.

 

Fato é que o novo pedido de impeachment, ainda em fase de coleta de assinaturas, pode se tornar mais uma peça na estratégia bolsonarista para enfraquecer Lula. Com a Secom ainda em estruturação e focada em vídeos virais para o TikTok, o desafio do governo é mostrar que o presidente tem entregas concretas para o país. Na avaliação de alguns membros da nova secretaria, consolidar a imagem de Lula como um bom gestor diante de seus eleitores será uma tarefa difícil, especialmente enquanto a oposição segue articulada e domina a disputa na maioria das narrativas.

 

Ameaça não sai de graça

A deputada estadual Lohanna França (PV) viu mais um caso de ameaça contra ela ter desfecho na Justiça. A autora das intimidações, feitas pelas redes sociais, firmou um acordo para evitar condenação. Pelo acerto, terá que pagar o equivalente a um salário mínimo, com o valor destinado a projetos sociais ou áreas como segurança, educação e saúde.


Cidade Administrativa

A chuva transformou a Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais, em um caos, nesta
quarta-feira. Uma janela despencou, o estacionamento foi alagado e os servidores tiveram que retirar os carros às pressas. Alguns andares foram tomados por infiltração, com água caindo torrencialmente do teto, e os elevadores pararam de funcionar. Entidades de classe que representam os servidores públicos já denunciaram as condições precárias da sede do governo e reivindicam a retomada do teletrabalho, reduzido por determinação do estado. O vice-governador Mateus Simões divulgou vídeo em que responsabiliza gestões passadas pelos problemas estruturais da Cidade Administrativa.

 

Mídia externa na pauta da Fiemg

A instalação do Grupo de Estudo e Desenvolvimento de Mídia Externa, voltado para a implantação de políticas estruturantes do setor, é o tema da primeira reunião do ano, nesta quinta-feira (30), da Câmara da Indústria da Comunicação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Será a partir das 16h, no 10º andar do Edifício Albano Franco, na Avenida do Contorno, 4.520, no Bairro Funcionários, em Belo Horizonte.

 

A convite do presidente da Câmara, Rodrigo Fernandes, o empresário Alex Sandro dos Santos, que preside o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior no Estado de Minas Gerais (Sepex-MG), vai coordenar as ações do grupo, que conta com a participação de empresas, associações, sindicatos e cooperativas.

 

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Além de comandar o Sepex-MG, Alex Sandro dos Santos é diretor seccional da Central e Outdoor, ex-presidente e atual diretor de Relações Institucionais da Associação das Empresas de Outdoor e Mídias Out of Home (Asdoor) e integrante do Conselho Fiscal da Federação Nacional de Publicidade Exterior (Fenapex).

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