
Novo acelera preparativos para 2026
Embora Mateus Simões se mostre mais habilidoso no diálogo do que Zema, ele tem cometido falhas, como a exclusão de aliados de compromissos cruciais
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O partido Novo está decidido a manter Minas Gerais sob sua liderança. Para isso, aposta no fortalecimento de lideranças pelo estado. Como parte da estratégia, a legenda antecipou para a próxima quinta-feira (30) a eleição de seus diretórios estaduais, já mirando as articulações para 2026.
O movimento faz parte da estratégia para impulsionar Mateus Simões, vice-governador e sucessor natural de Romeu Zema. Reconhecido como um hábil articulador nos bastidores, ele agora enfrenta o desafio de se projetar como protagonista, em uma transição que exige troca de papéis: de operador para líder sob os holofotes.
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Como antecipado pela coluna EM Minas, o vice-governador já planejou uma intensa agenda de viagens pelo interior, começando pelo Leste de Minas na próxima semana, com a ideia de fortalecer alianças municipais. Antes de iniciar essa jornada, o Novo se reúne para escolher seus líderes.
A chapa que busca a reeleição, liderada por Christopher Laguna, atual presidente estadual, tem objetivo claro: viabilizar a candidatura do herdeiro de Zema em 2026. Frederico Papatella, presidente do diretório de Belo Horizonte, será candidato à vice-presidência estadual.
A votação, originalmente marcada para setembro, foi antecipada. A reorganização abrange diretórios em cidades-chave, como Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora. Segundo o Novo, a ideia é montar também chapas competitivas para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados.
Atualmente, o partido conta com apenas dois deputados estaduais em Minas e nenhum representante no Congresso Nacional. Dois estrategistas ouvidos pela coluna acreditam que o “fenômeno Zema” dificilmente se repetirá com a mesma força. Isso porque a eleição de um governador com tão poucos aliados partidários parece distante.
Fato é que a postura do vice-governador na Assembleia Legislativa pode ser um fator decisivo. Embora Mateus Simões se mostre mais habilidoso no diálogo do que Zema, ele tem cometido falhas, como a exclusão de aliados de compromissos cruciais, como a viagem ao Leste de Minas, agendada para a próxima semana.
A coluna também buscou o parecer de alguns parlamentares, que reconhecem a maior flexibilidade de Simões no trato com os deputados. Contudo, transformar essa habilidade em votos será um desafio. O que foi dito é que ele sabe negociar como poucos, mas o eleitor quer saber quem é Mateus Simões além das reuniões fechadas.
De fato, o vice-governador ainda tem pela frente o desafio de se apresentar a um eleitorado que, por sua vez, associa o Novo unicamente à figura de Zema. Esse impasse já vem sendo tratado de forma estratégica. A proposta é destacar Simões, colocando-o, inclusive, no comando do governo. Com seus olhos voltados para o Planalto, Zema deverá renunciar ao cargo até seis meses antes da eleição, conforme estipulado pelo TSE.
No entanto, segundo fontes da coluna, esse prazo pode ser antecipado. A saída mais cedo do Palácio Tiradentes permitiria que Simões ganhasse tempo para assumir a gestão. Com a contagem regressiva para 2026 já iniciada, o Novo aposta no planejamento para pavimentar o caminho de Simões. Resta saber se o partido conseguirá dar visibilidade ao nome do vice-governador e, principalmente, convencer o eleitor mineiro de que ele é a continuidade do projeto que levou Zema ao poder.
Pressão regional
A Associação Mineira de Municípios (AMM) intensificou a pressão sobre o governo de Minas para tirar do papel a criação de regiões metropolitanas na Zona da Mata e no Campo das Vertentes. Em evento recente, 68 prefeitos entregaram ao governador Romeu Zema (Novo) um documento oficializando a demanda.
Candidato único
O prefeito de Nova Lima, João Marcelo (Cidadania), está prestes a assumir a presidência da Associação de Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) sem concorrência. A eleição será nesta quinta-feira (30), às 10h, e, salvo surpresas de última hora, ele deve substituir Ilce Rocha (PSDB), ex-prefeita de Vespasiano, no comando da entidade.
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Candidatura simbólica
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) oficializou sua candidatura à presidência da Câmara nesta segunda-feira (27), com o objetivo declarado de fazer oposição ao governo Lula (PT). Apesar do discurso, a disputa no sábado (1º) parece definida. Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito na sucessão de Arthur Lira (PP-AL), conta com o apoio de 18 bancadas que somam 496 deputados — muito acima dos 257 votos necessários. A maioria dos parlamentares mineiros deve acompanhar Motta, indicando uma vitória tranquila.