

O encontro marcado de Cleitinho com Gusttavo Lima
O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) confirmou à coluna que se encontrará com Gusttavo Lima, o "embaixador" do sertanejo, para discutir uma parceria
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Minas Gerais, fiel da balança nas eleições nacionais, pode ser palco de uma aliança inusitada em 2026. O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) confirmou à coluna que se encontrará com Gusttavo Lima, o “embaixador” do sertanejo, para discutir uma parceria.
A reunião, ainda sem local definido – Belo Horizonte ou Goiás, reduto do cantor, também mineiro, nascido em Patrocínio –, terá como foco a construção de estratégias para o próximo ciclo eleitoral e deve acontecer ainda este mês. Cleitinho não esconde sua ambição: “Primeiramente, Jair Bolsonaro, mas, se precisar, podemos enfrentar.”
Desde que o ex-presidente foi declarado inelegível, a direita brasileira parece à deriva. O bolsonarismo, órfão de seu principal líder, busca um sucessor que possa carregar a bandeira e reacender a militância até 2026. Entre os possíveis herdeiros, o senador mineiro, eleito com mais de quatro milhões de votos, desponta como um dos favoritos.
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O fato é que o cantor sertanejo segue firme em suas ambições, disposto a testar os limites de sua popularidade em uma eventual candidatura. Próximo de Caiado, Gusttavo já flertou com legendas como o PRTB e não descarta trocar os palcos pelos bastidores do poder.
O PRTB, aliás, também sinaliza para Cleitinho como possível candidato ao governo de Minas Gerais em 2026. O senador tem mantido conversas com Leonardo Avalanche, presidente da sigla, que destaca sua força nas redes sociais e nas pesquisas.
Enquanto isso, Cleitinho não disfarça o olhar atento ao cenário mineiro. Se Brasília não se confirmar como destino, a disputa pelo governo de Minas surge como uma alternativa concreta. Muito próximo de Euclydes Pettersen, presidente estadual do Republicanos – que quase perdeu o cargo para Alexandre Kalil, em uma manobra de Marcos Pereira, líder nacional da sigla –, o senador mantém, até agora, sua fidelidade. Kalil, por sua vez, segue distante dos holofotes, sem filiação oficial ou movimentações significativas. O ex-prefeito foi apontado como possível candidato em Minas.
Caso o projeto com Gusttavo Lima não avance, Cleitinho terá que enfrentar a força do Novo, que aposta em Mateus Simões como sucessor de Romeu Zema, além de lidar com os interesses do PL, de Jair Bolsonaro, e do PRTB, que enxerga no senador um grande potencial eleitoral.
Nos últimos dias, Zema tem lançado “indiretas” cada vez mais diretas ao senador. Em uma tentativa de desestabilizar uma possível candidatura, o governador entrou no jogo e deixou claro seu desafeto. A resposta do senador não poderia ser mais reta: “Nunca precisei dele para nada.”
Nos bastidores, outras movimentações chamam atenção. O deputado Eros Biondini (PL) apresentou uma PEC para reduzir a idade mínima de candidatura à Presidência, uma iniciativa que, na prática, abriria caminho para Nikolas. Cleitinho, inclusive, enxerga potencial no jovem colega e parece vê-lo como um herdeiro natural da extrema-direita.
Dentre as articulações, a ascensão de Cleitinho representa um teste crucial para a direita mineira, que tenta unificar bolsonaristas, conservadores e eleitores órfãos de um líder carismático. Paralelamente, o senador e Gusttavo Lima enfrentam um desafio ainda maior: manter vivo um movimento que precisa se reinventar na ausência de seu principal protagonista. Afinal, tanto na política quanto na música, sucessos não resistem sem intérpretes à altura.
Rumo à Esplanada
Nos corredores do poder, ganha força a possibilidade de Rodrigo Pacheco (PSD) assumir o Ministério do Desenvolvimento Econômico. Apesar disso, o martelo ainda não foi batido, já que Lula (PT) não descarta enviá-lo para a Justiça, caso o cenário demande.
Jogo em aberto
O desânimo de Pacheco tem gerado inquietação nos bastidores do PSD, principalmente entre aqueles que começam a projetar o cenário eleitoral de 2026. A dúvida sobre a candidatura tem feito o partido olhar para alternativas, e o nome do ministro Alexandre Silveira ganha força como uma possível opção para o futuro. O deputado Cássio Soares também foi cogitado, mas sua candidatura parece pouco provável. Ele, que já tem planos de migrar para a Câmara dos Deputados, não deve entrar na disputa.
Suplência
Se Rodrigo Pacheco deixar mesmo o Senado para assumir o cargo no governo federal, sua vaga será ocupada por Renzo Braz. Ex-deputado federal entre 2011 e 2018, o suplente vem se preparando para retornar ao Legislativo, agora com um assento no Senado.