Agenda fiscal de Lula preocupa, mas promessa sobre Petrobras traz alivio
Não custa lembrar mais uma vez: se o país continuar gastando muito, o agravamento do déficit fiscal será inevitável, o que deverá gerar desconfiança nos mercado
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SIGA NOO presidente Lula errou e acertou nas declarações que fez durante entrevista coletiva concedida ontem no Palácio do Planalto. Um equívoco está aqui: “Se depender de mim, não tem outra medida fiscal”, disse o presidente, ignorando a urgência de maior aperto nas contas públicas.
Não custa lembrar mais uma vez: se o país continuar gastando muito, o agravamento do déficit fiscal será inevitável, o que deverá gerar desconfiança nos mercados, aumento da inflação e mais pressão sobre a política monetária – além, é claro, de novas altas nos juros.
Mas é preciso reconhecer quando o presidente acerta. Eis um exemplo: “Aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e derivado s é a Petrobras, e não o presidente da República”. Isso mesmo. O país não suporta mais interferências desse tipo, praticadas nos últimos anos por presidentes de diferentes inclinações ideológicas. Resta saber se Lula cumprirá a promessa de deixar a estatal agir de forma independente.
Governo fecha contas de 2024 dentro da meta fiscal
As contas do governo central – que incluem o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social –fecharam 2024 com déficit primário de R$ 43 bilhões, o equivalente a 0,36% do PIB brasileiro. Se forem excluídos os gastos extraordinários, como a linha de crédito para a reconstrução do Rio Grande do Sul, o número cai para R$ 11 bilhões, ou 0,09% do PIB. Significa, portanto, que o governo encerrou o ano dentro da faixa de tolerância da meta fiscal de 2024, que se estendia até 0,25% do PIB.
Estudo aponta baixa adesão empresarial às metas de emissões
Enquanto as metas climáticas definidas no Acordo de Paris se tornam cada vez mais desafiadoras, apenas 35% das empresas deverão cumprir os objetivos de redução de emissões estabelecidos por elas mesmas. Por setor, companhias da indústria de vestuário, varejo e geração de energia são as que demonstraram maior progresso. Os dados constam no recém-lançado estudo Corporate Health Check, desenvolvido pela ONG internacional CDP em colaboração com o Fórum Econômico Mundial e a Oliver Wyman.
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Empresas brasileiras enfrentam recorde de impostos e de pedidos de recuperação judicial
Dois indicadores divulgados recentemente mostram como é difícil sobreviver no atribulado e instável ambiente de negócios do país. No ano passado, a arrecadação de impostos federais quebrou recordes, ao mesmo tempo em que os pedidos de recuperação judicial também alcançam as maiores marcas de todos os tempos. Ou seja, as empresas nunca pagaram tantos tributos e jamais enfrentaram tantas dificuldades para seguir adiante. Não é mesmo fácil a vida do empreendedor brasileiro.
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Rapadinhas
- Entre 2020 e 2023, o Brasil registrou um aumento expressivo de 36% nos eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, alagamentos, inundações e enxurradas, de acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Minas Gerais lidera o ranking de ocorrências, com 21% dos casos, seguido por Santa Catarina (19%).
- A intensificação dos desastres hidrológicos revela a fragilidade da infraestrutura existente e a falta de políticas públicas eficientes. “Precisamos de melhorias na infraestrutura de drenagem, recuperação e proteção dos rios, planejamento urbano e ações de conscientização pública”, diz Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.
- O fundador do LinkedIn, Reid Hoffman, investiu US$ 24,6 milhões (ou cerca de R$ 145 milhões) na criação de uma startup, a Manas AI, voltada ao desenvolvimento de medicamentos com a ajuda dos recursos da inteligência artificial. De início, a empresa focará as pesquisas em tratamentos para câncer de mama e de próstata.
- O Brasil nunca registrou tantos agrotóxicos como em 2024. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, 663 produtos foram autorizados no país – o recorde anterior havia sido batido em 2022, com 652 itens. O registro de produtos biológicos também quebrou novas marcas, com 106 bioinsumos permitidos pelo governo.