ASTRONOMIA

Cometa 3I/Atlas: o que significa o sinal de rádio do objeto interestelar

A detecção inédita anima cientistas e abre uma nova janela para se entender a composição de corpos celestes formados fora do nosso Sistema Solar

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Pela primeira vez na história, cientistas captaram um sinal de rádio vindo de um cometa interestelar, o 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025 pelo projeto ATLAS no Chile e que atualmente viaja pelo nosso Sistema Solar após uma longa jornada iniciada em outra estrela.

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Essas ondas de rádio foram identificadas como linhas de absorção de radicais de hidroxila (OH), nas frequências de 1.665 GHz e 1.667 GHz, produto da sublimação do gelo quando o cometa se aproxima do Sol. É um fenômeno conhecido em cometas do nosso próprio sistema.

A grande novidade é conseguir registrar esse tipo de emissão de um objeto visitante. O sinal foi captado em 24 de outubro de 2025 pelo radiotelescópio MeerKAT, localizado na África do Sul, após tentativas anteriores sem sucesso em setembro.

A análise do sinal funciona como uma espécie de "impressão digital" química, permitindo que os pesquisadores identifiquem os elementos que compõem o cometa sem a necessidade de enviar uma sonda até ele.

Uma janela para outras estrelas

Estudar a composição do 3I/ATLAS — o terceiro objeto interestelar já identificado, após 1l/'Oumuamua e 2I/Borisov — é como abrir um pacote que viajou por trilhões de quilômetros. Como ele foi formado em torno de outra estrela, sua composição química oferece pistas valiosas sobre as condições existentes em outros cantos da galáxia, muito diferentes das que deram origem à Terra.

A próxima oportunidade de observação ocorrerá em março de 2026, quando o cometa passará próximo a Júpiter, e a sonda Juno, da NASA, tentará captar novos sinais.

Terceiro visitante

Descoberto em julho de 2025 pelo projeto ATLAS no Chile, o cometa é o terceiro objeto interestelar já identificado, depois do 1l/'Oumuamua e 2I/Borisov.

Objetos interestelares são, basicamente, cometas e asteroides que não se originaram no sistema solar. Eles foram ejetados de seus próprios sistemas estelares e vagaram pelo espaço por milhões ou bilhões de anos até que a gravidade do Sol os capturasse temporariamente em sua passagem, antes de seguirem viagem pela galáxia.

Comportamento inesperado

O 3I/ATLAS vem intrigando astrônomos ao apresentar um comportamento inesperado. Identificado como um cometa, o corpo celeste mostrou uma aceleração incomum e uma misteriosa mudança de cor.

O que mais surpreende os cientistas é sua aceleração não gravitacional. Em outras palavras, o 3I/ATLAS ganhou velocidade de uma forma que não pode ser explicada apenas pela atração do Sol. Esse tipo de impulso é comum em cometas, quando o calor solar vaporiza o gelo de sua superfície, criando jatos de gás que funcionam como propulsores naturais.

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Para aumentar o mistério, observações recentes revelaram que o objeto apareceu mais azulado durante seu periélio, embora inicialmente tivesse uma luz avermelhada.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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