‘Super Terra’: astrônomos identificam planeta habitável a 20 anos-luz
Planeta rochoso chamado GJ 251 c é considerado um dos mais promissores na busca por outros mundos habitáveis e pode reunir condições para vida alienígena
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Astrônomos identificaram um planeta rochoso, chamado GJ 251 c, localizado a menos de 20 anos-luz da Terra, que pode reunir as condições ideais para a existência de vida alienígena. A descoberta foi publicada no The Astronomical Journal e já é considerada uma das mais promissoras na busca por mundos habitáveis fora do Sistema Solar.
Astronomers have discovered a potentially habitable super-Earth just 20 light-years away The new exoplanet is named GJ 251 c. It orbits in the habitable zone of its star—such worlds are considered the best candidates for searching for https://t.co/xeboKfeVcE 30-meter ground-based… pic.twitter.com/zc1FAllHpV
— Black Hole (@konstructivizm) October 27, 2025
O exoplaneta tem cerca de quatro vezes o tamanho da Terra e orbita uma estrela anã vermelha na chamada “zona habitável” — a região em torno de uma estrela onde a água líquida pode existir na superfície. Esse fator faz do GJ 251 c um dos principais candidatos para estudos sobre vida extraterrestre.
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“Procuramos esse tipo de planeta porque eles representam nossa melhor chance de encontrar vida em outro lugar. GJ 251 c está na chamada ‘zona habitável’ — nem quente demais, nem fria demais — onde a água líquida poderia existir em sua superfície, caso o planeta possua a atmosfera adequada. Esta descoberta representa uma das melhores candidatas na busca por assinaturas atmosféricas de vida em outros lugares nos próximos cinco a dez anos”, afirmou o professor Suvrath Mahadevan, da Universidade Estadual da Pensilvânia, coautor do estudo, no artigo.
Décadas de observação e tecnologia de ponta
Para chegar à descoberta, a equipe analisou mais de 20 anos de dados astronômicos, observando pequenas oscilações na luz de estrelas distantes — movimentos sutis provocados pela gravidade dos planetas em órbita.
Essas oscilações são mínimas: no caso da Terra em torno do Sol, apenas nove centímetros por ano. Mas, como GJ 251 c é maior e orbita uma estrela menor, o efeito é perceptível o suficiente para ser detectado com instrumentos modernos, como o Habitable-Zone Planet Finder (HPF), um espectrógrafo de alta precisão capaz de separar os sinais da luz estelar.
Os cientistas já conheciam outro planeta no mesmo sistema, o GJ 251 b, que completa uma órbita a cada 14 dias. Mas, ao revisarem os dados com o HPF, encontraram um segundo sinal recorrente a cada 54 dias, revelando a presença do novo mundo — significativamente maior que seu vizinho.
Ainda não se sabe se o planeta possui atmosfera, condição essencial para a presença de vida. No entanto, com o avanço da tecnologia, os pesquisadores esperam que telescópios de próxima geração, com espelhos de 30 metros, possam analisar diretamente sua composição atmosférica dentro de uma década.
“GJ 251 c está à distância ideal de sua estrela hospedeira para que água líquida possa existir, dadas as condições atmosféricas adequadas. Isso o torna um alvo realmente interessante para estudos mais detalhados”, disse Mahadevan.
Apesar de estar entre as 100 estrelas mais próximas do Sol, o planeta ainda é inacessível às viagens humanas, mas pode ser observado da Terra com equipamentos de ponta. “Estamos na vanguarda da tecnologia e dos métodos de análise com este sistema”, afirmou o coautor Corey Beard, da Universidade da Califórnia, em Irvine.
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A descoberta reacende o debate sobre a Equação de Drake, criada para estimar o número de civilizações inteligentes no universo. Estudos recentes com base em dados do satélite Kepler, da Nasa, indicam que há bilhões de planetas potencialmente habitáveis, o que torna improvável que a humanidade seja a única forma de vida avançada já existente.