Plantas nativas da Serra do Curral para ter na sua casa; veja lista
Traga um pedaço da riqueza da Serra do Curral para seu lar; confira espécies que se adaptam bem a vasos e jardins e como cuidar delas
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Siga noA Serra do Curral, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, está no centro das atenções. Enquanto o projeto para seu tombamento definitivo avança, cresce também o interesse pela preservação de sua riqueza natural. Uma forma de celebrar e proteger essa biodiversidade é trazer um pedaço dela para dentro de casa.
Conhecer essas espécies é o primeiro passo. Elas são resistentes, adaptadas ao clima da região e, com os cuidados certos, florescem em ambientes domésticos, trazendo cores, aromas e texturas únicas para o seu lar. A seguir, apresentamos uma lista de plantas da Serra do Curral que você pode cultivar.
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1. Quaresmeira (Tibouchina granulosa)

A quaresmeira é talvez a mais icônica das árvores da região. Suas flores de um roxo intenso cobrem a copa durante o final do inverno, anunciando a chegada da Quaresma. É uma planta que simboliza a paisagem local e pode ser cultivada em casa, desde que em vasos grandes.
Para um bom desenvolvimento, ela precisa de sol pleno por pelo menos seis horas diárias. O solo deve ser rico em matéria orgânica e bem drenado. As regas precisam ser regulares, mantendo a terra úmida, mas nunca encharcada. Com podas de formação, é possível controlar seu crescimento e mantê-la como um arbusto vistoso na varanda ou no jardim.
2. Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis)

Parente próximo da quaresmeira, o manacá-da-serra oferece um espetáculo de cores. Suas flores nascem brancas, passam para o rosa e terminam em um tom de lilás, criando um efeito degradê na mesma planta. É uma espécie de porte menor, o que facilita seu cultivo em espaços reduzidos.
Diferente da quaresmeira, o manacá prefere a meia-sombra, com sol mais ameno pela manhã ou no final da tarde. O solo ideal é fértil e ligeiramente úmido. Por ser uma planta de mata, ela aprecia umidade no ar, então borrifar água em suas folhas nos dias mais secos pode ajudar. É perfeita para áreas externas protegidas do vento forte.
3. Cagaiteira (Eugenia dysenterica)

A cagaiteira é uma árvore frutífera típica do Cerrado. Além de fornecer frutos saborosos e ricos em vitamina C, possui uma copa arredondada e folhas brilhantes que a tornam uma excelente planta ornamental. Seus frutos, de casca amarela e polpa suculenta, atraem diversos pássaros.
Para cultivá-la em vaso, escolha um recipiente com no mínimo 50 litros de capacidade. Ela exige sol pleno e um solo arenoso, bem drenado, que imite suas condições naturais. A cagaiteira é muito resistente à seca, então as regas devem ser espaçadas, permitindo que o substrato seque entre uma e outra. A produção de frutos em vasos é possível, mas requer adubação regular.
4. Pau-santo (Kielmeyera coriacea)
Conhecido também como "flor-do-cerrado", o pau-santo se destaca por suas flores grandes, brancas e perfumadas, que surgem antes das folhas. Sua casca é grossa e corticosa, uma adaptação para resistir ao fogo comum no bioma. É uma árvore de pequeno porte e crescimento lento, ideal para quem tem paciência e busca uma planta escultural.
O cultivo exige as mesmas condições do Cerrado: sol direto e solo pobre em nutrientes e bem drenado. O excesso de água é seu principal inimigo, podendo levar ao apodrecimento das raízes. Regue apenas quando o solo estiver completamente seco. É uma planta de baixa manutenção que recompensa com uma floração exuberante e rara.
5. Orquídea-da-serra (Sophronitis cernua)
Para quem tem pouco espaço, a orquídea-da-serra é uma escolha delicada e encantadora. É uma micro-orquídea que, na natureza, cresce sobre troncos de árvores e rochas. Suas flores são pequenas, mas de um vermelho ou laranja vibrante, formando cachos que se destacam entre as folhas suculentas.
Ela não deve ser plantada em terra comum. O ideal é fixá-la em placas de madeira, casca de árvore ou em vasos para orquídeas com substrato específico, como casca de pinus e carvão. Gosta de muita luminosidade indireta e boa ventilação. As regas devem ser frequentes, mas o substrato precisa secar rapidamente para evitar fungos.
6. Sempre-viva (Paepalanthus)

As sempre-vivas são um símbolo dos campos de altitude da Serra do Curral. Suas pequenas flores, que parecem feitas de papel, são agrupadas em hastes finas e duram muito tempo, mesmo depois de colhidas. Elas trazem um ar campestre e delicado para qualquer ambiente.
Cultivá-las em casa é um desafio, mas possível. Elas necessitam de um vaso com solo muito arenoso e ácido, com excelente drenagem. Precisam de sol pleno e regas controladas, pois não toleram umidade constante nas raízes. O segredo é tentar replicar ao máximo o ambiente rochoso e ensolarado onde vivem naturalmente.