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Como a caixa preta funciona e por que ela é vital em acidentes aéreos

Entenda o que o aparelho grava, como opera e quanto tempo leva para disponibilizar uma análise completa do acidente

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Quando ocorre um acidente de avião é de extrema importância saber o que aconteceu nos momentos finais do voo. E é justamente para entender os motivos que existe a chamada caixa preta, um dos equipamentos mais importantes da aviação moderna. Saber como a caixa preta funciona ajuda a entender por que ela é fundamental para esclarecer tragédias aéreas.

Apesar do nome, a caixa preta é na verdade laranja, para facilitar sua localização entre os destroços. Segundo a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) e o BEA (órgão francês de investigação de acidentes aéreos), esse dispositivo pode resistir a temperaturas de até 1.100°C e impactos de até 3.400 G — o que a torna praticamente indestrutível em acidentes.

O que é a caixa preta de um avião?

Na verdade, o termo "caixa preta" se refere a dois gravadores diferentes, que geralmente ficam na cauda da aeronave:

  • CVR (Cockpit Voice Recorder): grava o áudio da cabine, incluindo conversas entre os pilotos, alertas do sistema e sons ambientais;
  • FDR (Flight Data Recorder): registra dados técnicos do voo, como velocidade, altitude, rota, posição dos flaps, aceleração e centenas de outros parâmetros.

Juntos, esses dispositivos permitem reconstruir todo o voo, minuto a minuto, e entender com precisão o que levou à queda ou emergência.

Como a caixa preta funciona em um acidente

Assim que a aeronave sofre um impacto, os gravadores param de funcionar e preservam os dados captados. Os dispositivos são equipados com uma baliza de localização (pinger) que emite sinais por até 30 dias, facilitando a busca por mergulhadores ou drones em áreas remotas, como oceanos.

Depois de encontrados, os dados são levados para laboratórios de análise. O processo envolve:

  • extração dos arquivos de áudio e dados de voo;
  • sincronização dos registros;
  • interpretação por equipes técnicas e engenheiros especializados;
  • em alguns casos, cruzamento com imagens de radar e torre de controle.

Dá para saber tudo o que aconteceu com base na caixa preta?

Na maioria dos casos, sim. Mas isso depende da integridade dos dados. Se os gravadores estiverem danificados ou corrompidos, pode haver perda de informações.

Ainda assim, muitos acidentes foram completamente esclarecidos graças às caixas pretas, como os voos Air France 447 (2009) na qual dados do Atlântico foram recuperados após dois anos de buscas e o Germanwings 9525 (2015), onde o CVR revelou que o copiloto trancou o comandante fora da cabine.

Caixa preta
Ela grava voz, dados e ajuda a reconstituir voos inteiros gk-6mt de Getty Images

Demora muito para sair o resultado da análise?

Sim, e com razão. Embora a extração de dados possa levar poucos dias, a investigação completa pode levar meses ou até anos. Isso acontece porque:

  • o áudio é analisado segundo por segundo;
  • técnicos precisam comparar dados com manutenção, meteorologia e desempenho da aeronave;
  • relatórios finais devem ser precisos e imparciais, já que influenciam em protocolos de segurança do mundo inteiro.

É possível fraudar uma caixa preta?

Não. A tecnologia atual torna praticamente impossível alterar os dados sem danificá-los. Qualquer tentativa de manipulação é detectável durante a análise técnica. Além disso, as gravações são protegidas por múltiplas camadas de segurança e criptografia, com backup redundante.

Por que elas não transmitem tudo em tempo real?

Essa é uma dúvida comum. E a resposta está em limitações de tecnologia e custo. Embora existam aeronaves com transmissão parcial de dados em tempo real (como jatos executivos), transmitir tudo que a caixa preta grava exigiria banda larga contínua via satélite, o que ainda é muito caro e complexo para voos comerciais.

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