Death Stranding 2 é a jornada filosófica de Hideo Kojima sobre luto e laços
O novo jogo do diretor Hideo Kojima se torna mais dinâmico e atrativo para quem não se identificou com a jogabilidade do primeiro título
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Siga noNorman Reedus, Troy Baker, Léa Seydoux e Hideo Kojima estão de volta nessa nova aventura de interligar o mundo por meio de entregas de um carteiro futurista. 'Death Stranding 2: On The Beach' é o mais novo título exclusivo da Sony PlayStation para o seu console. Explorando mais uma vez o universo onde o além e o mundo dos vivos se conectaram, gerando várias mortes, e criando entidades espectrais invisíveis a olho nu que buscam os vivos, com isso a humanidade acabou se isolando em cidades e bunkers submersos. Sobrando apenas os entregadores na superfície, levando recursos e incinerando corpos para evitar novos desastres, o jogador assume Sam, um entregador da Bridges, capaz de retornar dos mortos.
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Uma nova rota
Sam Porter Bridges – Interpretado por Norman Reedus – conectou todas as pessoas e bases restantes nos Estados Unidos em uma expedição para salvar a filha da presidente, Amelie, de um terrorista chamado Higgs. Durante sua viagem ele enfrentou as Entidades da Praia, seres de antimatéria presos ao mundo dos humanos, capazes de ferir Sam e invocar EPs maiores. Além disso, fez muitos amigos e superou sua Afefobia – medo intenso de ser tocado ou tocar de alguém – e dividiu uma importante conexão com a ferramenta usada para localizar EPs, o Bebê Bridges, ao qual ele nomeou Louise.
Agora no segundo título, após ser bombardeado pela verdade sobre sua viagem, Sam e Lou desaparecem, ao fim do primeiro jogo o entregador libertou o bebê da cápsula e viveu com ela no que restou do México, escondido da Bridges e do novo presidente Die-Hardman. Sua vida pacífica e familiar com Lou é abalada com Fragile, uma antiga aliada na luta contra Higgs, aparece e pede para ele conectar o México, ajudando uma nova iniciativa, a Drawbridge que quer unir os sobreviventes do planeta Terra na rede quiral, assim como Sam fez com os EUA. Sam aceita a tarefa e volta aos seus dias de entregador, já que ele é o único que foi capaz de derrotar uma EP, Fragile confia nele o futuro da união mundial e Sam confia a ela o cuidado de Lou.
O carteiro do futuro
'Death Stranding 2' mantém tudo que o primeiro jogo já tinha construído em quesito de jogabilidade, Sam aceita um pedido no terminal, recebe as cargas que tem que levar do ponto A até o ponto B, o jogador separa elas como bem entender no corpo e na mochila do personagem, assim como também, os equipamentos que deve levar na rota. Escadas, âncoras de escalada, um par reserva de botas e uma arma, são alguns dos itens essenciais que o jogo disponibiliza para o jogador conseguir fazer a travessia até a entrega. As armas que no primeiro jogo apareciam, muito, muito à frente da história, agora estão presentes desde o prólogo, facilitando mais para os fãs de FPS de engajarem na trama e na jogabilidade. Novos equipamentos e armamentos vão aparecendo conforme o jogador vai progredindo pela história, incluindo veículos e ferramentas para carregar mais peso, como o exoesqueleto ou os tratores flutuantes.
Uma mecânica silenciosa do primeiro jogo também retorna na sequência, conforme você interliga a rede com as demais bases, construções e equipamentos feitas por jogadores aparecem e ajudam o Sam a atravessar com mais velocidade ou facilidade pelo caminho. O mesmo vale para construções feitas pelo jogador que podem aparecer no mundo de outras pessoas. Do mesmo jeito que equipamentos doados por outros podem aparecer durante batalhas de chefe, esses que são em sua maioria EPs gigantes.
E também como o primeiro, quanto mais o Sam entrega, mais chance de novos equipamentos e itens de customização advindos das pessoas, por exemplo: O Músico, um dos refugiados em um bunker, tem algumas missões secundárias de entrega, que são completamente opcionais, mas caso o jogador decida aceitar as entregas, Sam pode receber melhorias para sua escopeta, além de mais músicas para ouvir em suas andanças.
Além dos veículos para se locomover no mapa, tanto o novo modelo de Triciclo e a Picape, o jogador também tem agora o monotrilho instalado em algumas regiões, que pode ser usado para atravessar grande quantidades de material até uma localização específica, o que inclui atravessar, os recursos, um veículo e até o Sam. 'DS2' também traz uma nova forma de viagem rápida, a nave capaz de transitar entre o Alcatrão – Uma das matérias-primas do além – a DHV Magalhães, que conta com uma tripulação liderada pela Fragile.
Na tripulação, Tarman – que possui a aparência do diretor de Mad Max e Happy Feet, George Miller – é o piloto da nave, perdeu na mesma noite o filho e a mão para as criaturas do além-vida e por causa disso é capaz de navegar pelo Alcatrão com a DHV Magalhães, Charlie, uma espécie de robô manequim da nave, que financia a nova expedição da Drawbridge e possui um enorme mistério em torno de si e por fim, Dollman, um médium que tem a alma presa dentro de um bonequinho de ventríloquo.
Mais variedade no combate
Variedade é a palavra-chave para resumir o combate de 'DS2'. Durante suas travessias, Sam vai ter que lidar com várias coisas no caminho, o que inclui ladrões de carga, e o jogador tem vários jeitos de enfrentar essas adversidades. No novo título, existe uma variedade muito grande de armas, as tradicionais com balas de pólvora, as de choque, as de bala de borracha e as multi-uso, projetadas para lidar com vários tipos de inimigos, incluindo as EPs. As granadas também tem a mesma seleção de variedades, com granadas de fumaça, granadas de luz, e as granadas de sangue do último jogo retornando.
Mas se o jogador quiser evitar o modo barulhento e tentar uma aproximação planejada e mais silenciosa durante os combates, Kojima também permite, inspirado no sua obra-prima de espionagem, Metal Gear, Sam com a ajuda de Dollman, pode arremessar o boneco até uma certa altura e ele faz o reconhecimento do acampamento, podendo marcar inimigos e entender melhor o ambiente. Com isso, Sam tem alguns equipamentos para distrair os inimigos e executar ataques furtivos com a corda, passando despercebido pelo acampamento.
Sua entrega vai chegar, a qualquer custo
Além da interferência humana, a natureza vem dificultando o jogador chegar até o Ponto B da entrega. A Chuva Temporal, um dos vários impactos do Death Stranding na Terra, conhecida do primeiro jogo é capaz de envelhecer as encomendas e os seres vivos, assim Sam deve andar preparado com um spray que revitaliza suas cargas para entregar com o máximo de qualidade possível.
Do mesmo jeito que a Chuva Temporal acontece subitamente, outros fenômenos da natureza também apareceram agora em DS2, graças a chuva o nível da água de rios podem subir dificultando a travessia mais ainda por lugares com água, obrigando o jogador a pensar criativamente para atravessar. No México, ainda no prólogo, somos apresentados aos Tremores Tunelares que causam deslizamentos e modificam a paisagem, com as rochas sendo movidas e Sam tendo que se agarrar ao terreno para evitar quedas. Lá, também acontece a primeira tempestade de areia que dificulta a visibilidade, arrasta objetos e suja completamente Sam. Outros fenômenos, como incêndios, queda de meteoritos e avalanches acontecem mais a frente do jogo, todos como uma adição excepcional de Kojima ao mundo vivo, que agora conta com uma passagem de dia e noite, retratando com mais vigor o tempo que Sam gasta caminhando pelo mundo.
Visuais absurdos
Além de todo esse pacote de história mais jogabilidade, 'Death Stranding 2: On the Beach' eleva ao máximo o poder do motor gráfico Decima Engine – Mesmo utilizado pela Guerrila Games em Horizon Forbidden West – que mostra a qualidade absurdo de projeção de sombras e luz dentro do ambiente, além das construções únicas de nuvens, marca registrada da ferramenta. Para coroar, o ambiente criado pela Kojima Productions, desde as montanhas mexicanas até as florestas e picos nevados na Austrália mostram o poder e o investimento do estúdio em repetir o interesse na formação geológica de cada bioma, com as montanhas cheias de formações irregulares que mimetizam as vistas no mundo real, enaltecendo uma Terra prejudicada pelo Death Stranding e com cacos de um passado esquecido onde os seres humanos habitaram a superfície.
Por fim, o maior salto tecnológico é como Kojima Productions conseguiu passar uma veracidade, poderoso nos rostos de cada ator presente em Death Stranding 2: On The Beach, com muitas comparações sendo feitas internet a fora mostrando a diferença gritante entre o Sam do primeiro jogo e o do segundo. E todo esse poder gráfico sendo exibido no console normal do PlayStation 5, mostrando o polimento monstruoso que a empresa fez no jogo para levar a melhor experiência possível para os jogadores.
Considerações Finais
'Death Stranding 2: On The Beach' não é só o Walking Simulator – Simulador de Caminhada – que muitos pintam sobre o primeiro jogo, a história rica de Kojima, cheia de mistérios, que quando surgem parece sem pé nem cabeça, e conforme o enredo se desenrola, o jogador vai encaixando as peças do quebra-cabeça gigante que o diretor japonês quer montar.
O Death Stranding conectou o mundo dos vivos e o além, e silenciosamente Kojima conecta novamente todos os jogadores na jornada de Sam pela Austrália. O segundo jogo expande o universo de Hideo Kojima, trazendo mais opções para o jogador viajar pelo seu mundo, enfrentando as ameaças humanas e da natureza, tudo isso enquanto: lida com um vazio no peito, ouve música, troca o par de botas, toma banho, dorme, se levanta e aceita o próximo pedido.
* Está análise foi feita a partir de uma cópia enviada pela Sony PlayStation Brasil para PlayStation 5.
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