Mais de 15 milhões de brasileiros têm DPOC, doença com alta letalidade
A DPOC aumenta em até três vezes o risco de doenças cardiovasculares¹, mas pode ser evitada com ações simples de prevenção e diagnóstico precoce
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Quarta principal causa de morte no mundo, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) afeta cerca de 15 milhões de brasileiros e ganha destaque neste Dia Mundial da DPOC, celebrado na terceira quarta-feira de novembro. A data reforça a importância da conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e acesso ao tratamento. Embora seja uma condição progressiva, a DPOC é amplamente evitável e tratável, especialmente com controle dos fatores de risco, como o tabagismo, exposição prolongada à poluição e outros agentes irritantes.
Tabagismo: principal fator de risco para DPOC
O tabagismo continua sendo o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC, responsável por até 90% dos casos. Dados recentes do Ministério da Saúde acenderam um sinal de alerta: o número de fumantes no país cresceu 25% entre 2023 e 2024, revertendo uma tendência de queda que durava quase duas décadas.
“A DPOC é uma das principais consequências do tabagismo e continua sendo uma doença subdiagnosticada. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado podem reduzir drasticamente as complicações e melhorar a qualidade de vida”, afirma Renato Miranda Lima, pneumologista (FMUSP e SBPT), intensivista (AMIB) e médico assistente da Unidade de Vias Aéreas do InCor HC-FMUSP.
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DPOC e coração: uma conexão que exige atenção
Além do impacto respiratório, a DPOC está fortemente associada a doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). A inflamação sistêmica crônica e a redução dos níveis de oxigênio no sangue (hipóxia) em pessoas com DPOC contribuem para aumentar o risco de eventos cardiovasculares graves.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pacientes com DPOC têm duas a três vezes mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação à população geral. Já a European Respiratory Society aponta que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte entre pessoas com DPOC, respondendo por até 30% dos óbitos.
O tabagismo, fator de risco comum às duas doenças, potencializa a progressão de ambas, reforçando a necessidade de um cuidado integrado entre pneumologia e cardiologia. O controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da glicemia, aliado à cessação do tabagismo e ao diagnóstico precoce da DPOC, pode reduzir significativamente complicações pulmonares e cardíacas.
“A DPOC não afeta apenas o pulmão. É uma doença sistêmica, que impacta o coração e todo o organismo. Por isso, o manejo conjunto entre especialidades é essencial para reduzir riscos e melhorar a sobrevida”, explica o cardiologista pela USP-RP e doutor em medicina Adriano Senter Magajevski.
Diagnóstico precoce é fundamental
De acordo com diretrizes internacionais, o diagnóstico da DPOC deve ser confirmado por meio da espirometria, exame que mede a função pulmonar. No entanto, muitos pacientes aguardam longos períodos até obter o diagnóstico, em alguns casos, até dois anos de espera.
“O desconhecimento sobre os sintomas, aliado à limitação de acesso ao exame, faz com que muitos pacientes convivam com a DPOC sem saber. Tosse persistente, falta de ar e chiado no peito não devem ser ignorados”, ressalta o pneumologista.
Iniciativas como o Sistema de Tele-espirometria do Brasil, financiado pelo Ministério da Saúde, vêm contribuindo para ampliar o acesso ao diagnóstico da DPOC, principalmente na atenção primária. O programa permite que o exame de espirometria seja realizado em unidades básicas de saúde e interpretado à distância por especialistas respiratórios, reduzindo o tempo de espera e garantindo maior precisão nos resultados.
Considerado um case de sucesso, o sistema otimiza o fluxo entre os níveis de atenção à saúde e fortalece a capacidade diagnóstica da rede pública, permitindo que mais pacientes sejam identificados e tratados precocemente.
Prevenção é a melhor estratégia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que parar de fumar é o passo mais importante para prevenir e controlar a DPOC.
Outras medidas preventivas incluem:
- Evitar exposição à poluição e poeira;
- Praticar atividade física regularmente;
- Manter a vacinação em dia (contra gripe e pneumonia);
- Procurar acompanhamento médico diante de sintomas respiratórios persistentes.
Diretrizes internacionais
O tratamento da DPOC tem avançado nos últimos anos e hoje segue diretrizes internacionais que priorizam o controle dos sintomas, a melhora da qualidade de vida, além de prevenir e tratar adequadamente exacerbações da doença, com impacto em redução de mortalidade.
Para ajudar na prevenção de crises é fundamental, além de parar de fumar, manter vacinas em dia, praticar atividade física e seguir corretamente a orientação médica. O acompanhamento contínuo e cuidado integrado são essenciais para evitar complicações e garantir que o paciente possa viver melhor e por mais tempo.
Sobre a AstraZeneca
A AstraZeneca é uma biofarmacêutica global orientada pela ciência, comprometida em transformar a vida de pacientes por meio da inovação em saúde e da promoção de sistemas de cuidado mais sustentáveis. No Brasil, a companhia atua de forma integrada em Oncologia, Doenças Raras e Biofarmacêuticos, incluindo Doenças Respiratórias e Imunologia, e desenvolve ações contínuas para ampliar o diagnóstico precoce, melhorar o acesso a tratamentos e fortalecer a conscientização sobre doenças crônicas, como a DPOC.
Com presença em mais de 100 países, a AstraZeneca trabalha para garantir que prevenção, tratamento e sustentabilidade caminhem juntos, contribuindo para uma sociedade mais saudável e resiliente.