ENTREVISTA

Transplante de medula: a busca por um bom "match"

Juliana Cardoso, business unit manager da Unidade de Transplante da Werfen

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Formada em ciências biológicas, mestre em morfologia e doutora em biologia humana e experimental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Juliana Cardoso atua há mais de 20 anos na área de histocompatibilidade e transplantes. A especialista se destaca em atividades laboratoriais, gestão da qualidade e atividades educacionais em cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde. Atualmente, é business unit manager de transplante na Werfen, empresa global em diagnósticos especializados. Em entrevista ao Estado de Minas, Juliana esclarece dúvidas sobre o tema e fala sobre a compatibilidade genética entre familiares, determinante para o sucesso dos transplantes. 

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Quais são os tipos de transplantes de medula óssea? E qual é a diferença entre o transplante autólogo e o alogênico?

O transplante de medula óssea pode ser realizado de duas formas principais. O transplante autólogo usa as células-tronco do próprio paciente. Elas são coletadas, armazenadas e reinfundidas após o tratamento, reduzindo o risco de rejeição. Já o transplante alogênico usa células de um doador compatível, que pode ser um familiar ou um doador voluntário. Nesse caso, o sistema imunológico do doador substitui o do paciente, o que pode trazer benefícios no combate à doença, mas exige uma compatibilidade maior para reduzir riscos e complicações.

Juliana Cardoso, especialista
Juliana Cardoso, especialista Werfen/Divulgação

No caso da influencer Isabel Veloso, o pai dela será o doador. O que determina a compatibilidade entre eles?

A compatibilidade é determinada principalmente pelos antígenos de histocompatibilidade, conhecidos como HLA, que funcionam como o “código genético imunológico” de cada pessoa. Quanto mais semelhantes forem os HLAs do doador e do receptor, maior a chance de o transplante ser bem-sucedido e menor o risco de rejeição. No caso da Isabel Veloso, o pai apresentou um grau de compatibilidade adequado segundo os critérios médicos estabelecidos, o que permitiu que ele fosse escolhido como doador.

Como são feitos os testes de compatibilidade para transplantes de medula óssea?

O primeiro passo é a tipagem HLA, um exame que identifica as características imunológicas do paciente e do possível doador. Depois, os perfis são comparados para verificar o nível de compatibilidade. Quando há um bom “match”, outros exames clínicos e laboratoriais são feitos para confirmar se o doador está saudável e apto a doar. O objetivo é garantir segurança para ambos e reduzir o risco de rejeição após o transplante.

Como funciona o Redome? Quem pode se voluntariar para ser doador de medula óssea?

O Redome é o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. Ele reúne os cadastros de pessoas que concordam em doar caso sejam compatíveis com um paciente. O banco hoje conta com quase seis milhões de doadores cadastrados em todo o Brasil. Qualquer pessoa entre 18 e 35 anos, em bom estado de saúde, pode se inscrever. O cadastro é simples: é feita uma coleta de sangue ou saliva para identificar o HLA do voluntário, que entra para o banco de dados. Se algum paciente no Brasil ou no mundo tiver um perfil compatível, esse doador é acionado. Estar no Redome não significa que a pessoa será chamada, mas aumenta as chances de salvar uma vida.

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