Setembro Vermelho: mês de prevenção de doenças cardiovasculares no Brasil
Nível de colesterol é um forte indicador de saúde; cardiologista indica formas de diagnóstico precoce pelo perfil lipídico e diferentes exames de imagem
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Siga noAs doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil. De acordo com o cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já foram registradas, neste ano, mais de 285 mil óbitos no país em decorrência de problemas no coração e na circulação.
O Setembro Vermelho, mês de conscientização sobre a saúde cardiovascular, chama a atenção para a necessidade de prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento médico regular.
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Fatores de risco
Entre os fatores de risco mais comuns está o colesterol elevado, considerado silencioso por não apresentar sintomas até que surjam complicações graves.
Segundo o cardiologista Leonardo Severino, consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde, "O colesterol alto favorece a formação de placas de gordura nas artérias, reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a oxigenação dos órgãos." Ele explica que, por ser silencioso, só costuma apresentar sinais quando já existem alterações significativas.
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De olho no colesterol
O diagnóstico do colesterol elevado é feito principalmente por meio do perfil lipídico, exame de sangue que mede colesterol total, LDL (ruim), HDL (bom) e triglicerídeos. Em alguns casos, o exame é solicitado em jejum de 8 a 12 horas, embora muitos laboratórios hoje aceitem a coleta sem esse pré-requisito.
“O LDL é a principal ferramenta para definição do risco cardiovascular, enquanto o HDL é importante como segunda linha de prioridade”, afirma Severino, lembrando que metas específicas devem ser definidas pelo médico de acordo com o risco do paciente.
O controle do colesterol elevado envolve principalmente mudanças no estilo de vida: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle do peso. Quando necessário, medicamentos podem ser prescritos, mas a adesão a hábitos saudáveis continua sendo fundamental. “De nada adianta usar medicação se o paciente não estiver comprometido com dieta, atividade física e manutenção do peso ideal", diz Severino.
"Além disso, tomar os remédios corretamente é essencial, e eventuais efeitos colaterais devem ser discutidos com o médico para evitar interrupções desnecessárias”, alerta o cardiologista.
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Diagnóstico
Além das análises laboratoriais, os exames de imagem desempenham papel essencial na identificação precoce de alterações cardiovasculares.
- Ultrassom de carótidas, ou ecografia cervical: permite detectar placas de gordura nas artérias do pescoço, sinalizando risco maior de acidente vascular cerebral (AVC)
- Ecocardiograma: avalia a estrutura e a função do coração, incluindo a capacidade de bombeamento e possíveis alterações nas válvulas
- Teste ergométrico, ou teste de esteira: analisa como o coração responde ao esforço físico, auxiliando na detecção de obstruções nas artérias coronárias.
- Tomografia de coronárias, score de cálcio ou angiotomografia: mede o cálcio e detecta a presença de placas nas artérias coronárias, ideal para casos em que se busca identificar o risco de infarto de forma mais precisa
Segundo Severino, "esses exames complementam o perfil lipídico e permitem identificar alterações que poderiam passar despercebidas, oferecendo maior precisão na avaliação do risco e no acompanhamento do tratamento".
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