Carlinhos de Jesus aparece em cadeira de rodas e revela bursite e tendinite
Causadas por movimentos repetitivos comumente realizados por dançarinos, condições podem levar a dor e limitação da movimentação
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Siga noApós aparecer em um vídeo sentado em uma cadeira de rodas, o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus publicou uma nota em seu Instagram detalhando seu diagnóstico para os seguidores. “Já há algum tempo venho sentindo dificuldades para andar, com dores que limitaram meus movimentos. Depois de exames e avaliações, recebi o diagnóstico de um quadro sério de bursite trocantérica bilateral, complicada com tendinite nos glúteos, também dos dois lados. Resultado: muita dor e mobilidade bastante comprometida”, disse o artista.
O diagnóstico não é incomum em dançarinos, devido aos movimentos repetitivos realizados com o quadril. “Trata-se de um processo inflamatório devido a atritos, queda, traumas ou até mesmo a realização de movimentos repetitivos e o uso excessivo do quadril, como ocorre em trabalhos que envolvem escadas, atletas amadores e até mesmo atletas profissionais, principalmente quando não há um alongamento e um fortalecimento adequado dessa região”, explica o ortopedista Fernando Jorge, especialista em intervenção em dor (Hospital Albert Einstein) e em medicina intervencionista em dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto), membro efetivo da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).
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Segundo o especialista, a bursite, especificamente na região do quadril, é o processo inflamatório das bursas, pequenas bolsas que se localizam ali sobre o trocanter, precisamente o trocanter maior, uma proeminência encontrada na parte superior do fêmur e próxima ao quadril. “As bursas são ‘bolsinhas’ cheias de líquido sobre o trocanter maior que ficam entre os ossos, o tendão e os músculos. Elas têm a função de diminuir o atrito do osso sobre o tendão e os músculos. Precisamente no trocanter maior, nós temos essas bursas evitando que os tendões e músculos entrem em atrito, o que favorece uma mecânica melhor da região do quadril”, detalha o médico, que explica que, devido a traumas e movimentos repetitivos, ocorre um processo inflamatório que causa a bursite.
Já a tendinite nessa região, de acordo com Fernando, é, mais precisamente, a tendinite dos tendões do glúteo médio e do glúteo mínimo, que se inserem nessa mesma área do trocanter, próxima ao fêmur. “Quando esses tendões são usados excessivamente, ou por uma questão degenerativa, pode ocorrer uma inflamação, que é chamada de tendinite”, diz o ortopedista. “Se não forem tratados de maneira correta, esse processo inflamatório dos tendões pode progredir para uma tendinopatia, que é a degeneração, e para uma tendinose, que é o processo de necrose desses tendões que estavam previamente inflamados, podendo até romper”, alerta.
O médico afirma que a bursite e tendinite podem causar dor e desconforto na região, além de limitação da movimentação e muitas vezes afastamento do trabalho e das atividades rotineiros. “É fundamental buscar um especialista para receber o tratamento adequado, que envolve a utilização de medicações anti-inflamatórias e analgésicas, mas a base é a fisioterapia. É importante ressaltar que não é um tratamento rápido. É de médio a longo prazo. Mas tem que ser realizado, pois a dor incomoda muito e limita a função do quadril”, reforça Fernando Jorge.
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