DÚVIDA

Biópsia inconclusiva: e agora?

Quando o exame não traz um diagnóstico definitivo, o acompanhamento médico e novos procedimentos podem ser fundamentais para a condução correta do caso

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Receber o resultado de uma biópsia como inconclusivo pode gerar dúvidas e ansiedade. Afinal, o exame, que tem como objetivo analisar alterações em tecidos suspeitos, é uma das principais ferramentas no diagnóstico de doenças como o câncer.

Quando a biópsia não permite confirmar se há ou não malignidade, o paciente deve redobrar os cuidados, seguir a conduta médica com atenção e, sempre que possível, procurar um especialista de referência, com experiência no tipo de biópsia realizada, para garantir uma nova avaliação precisa e segura.



Uma biópsia pode ser considerada inconclusiva por diversos fatores: amostra insuficiente, qualidade inadequada do material, localização de difícil acesso ou alterações celulares que não permitem uma análise definitiva. Isso não significa, necessariamente, que há algo grave — mas também não exclui a possibilidade de uma doença que precise ser tratada.

Em casos como os da tireoide, por exemplo, é relativamente comum que a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) apresente resultado Bethesda 1, o que indica ausência de células suficientes para análise. Quando isso acontece, uma alternativa importante pode ser a Core Biopsy de Tireoide, técnica que utiliza uma agulha especial para coletar fragmentos maiores e mais representativos do nódulo. Isso aumenta a chance de obter um diagnóstico definitivo e pode evitar a necessidade de repetir o exame.

Outro exemplo importante é a biópsia renal. Para que o exame seja eficaz, é essencial que o fragmento seja coletado com precisão na região do córtex renal, onde se concentram os glomérulos — estruturas fundamentais para o diagnóstico das doenças renais.

Quando a amostra é retirada fora dessa área, o risco de um resultado inconclusivo é alto. “Nos casos em que já houve uma biópsia inconclusiva do rim, é ainda mais importante garantir a qualidade do novo procedimento”, destaca o médico ultrassonografista Bruno Farnese. Nesses casos, é possível utilizar microscopia intraoperatória, que permite avaliar ainda durante o procedimento se o material coletado contém glomérulos suficientes — evitando a necessidade de repetir o exame.

Na próstata, o desafio é diferente: mesmo que a amostra seja analisada corretamente, o câncer pode não ser detectado se a região afetada não for amostrada, o que pode levar a um falso negativo. Para reduzir esse risco, atualmente é possível utilizar a Biópsia Transperineal da Próstata, uma nova tecnologia que realiza a coleta através da pele, com auxílio de um equipamento especializado, proporcionando maior segurança e precisão.

Quando associada à fusão de imagens (combinando ressonância magnética e ultrassom em tempo real), essa técnica direciona a agulha de forma muito mais assertiva para as áreas suspeitas. Além disso, o uso de uma agulha de calibre especial 16G permite a obtenção de fragmentos mais amplos e representativos, aumentando a taxa de detecção do câncer e reduzindo o risco de falso negativo.

Em situações de biópsia inconclusiva, o médico pode solicitar a repetição do exame, exames de imagem complementares (como ressonância magnética ou PET-CT) ou até a retirada cirúrgica da lesão para análise mais detalhada. A escolha da conduta depende de fatores como o histórico clínico, os sintomas, as características do tecido e o risco de malignidade.

“O mais importante é não ignorar um laudo inconclusivo. Ele é um alerta para que a investigação continue. Em muitos casos, repetir a biópsia ou adotar uma nova abordagem permite chegar a um diagnóstico definitivo e garantir o melhor tratamento para o paciente”, reforça Bruno Farnese.

É fundamental manter o acompanhamento médico regular e relatar qualquer mudança nos sintomas ou na evolução da lesão. A precocidade continua sendo um dos maiores aliados na condução de doenças potencialmente graves.

Segundo Bruno Farnese, um resultado inconclusivo não deve ser interpretado como uma boa ou má notícia. “É um sinal de que precisamos investigar mais. Em medicina, o tempo e a precisão são essenciais para cuidar da saúde do paciente com segurança e decidir sobre os caminhos mais adequados para o tratamento”, recomenda.

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