JULHO AMARELO

ONU destaca hepatites virais como questão de saúde pública

Inflamações estão na Agenda 2030 da organização; hepatologista explica os diferentes tipos da doença, bem como as formas de diagnóstico, tratamento e prevenção

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As hepatites virais fazem parte da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para eliminação de doenças como problema de saúde pública até 2030, entre outros objetivos, para promover o desenvolvimento sustentável no mundo.

Dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pelo Ministério da Saúde em julho do ano passado, mostram que entre 2020 e 2023 foram 785.571 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 171.255 (21,8%) são referentes a hepatite A, 289.029 (36,8%) a hepatite B, 318.916 (40,6%) a casos de hepatite C, 4.525 (0,6%) casos de hepatite D e 1.846 (0,2%) casos de hepatite E.

O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais é em 28 de julho, mas o mês todo ganha a cor amarela para conscientizar as pessoas sobre essa doença. O hepatologista Rafael Ximenes, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta a importância desta campanha. “O Julho Amarelo é uma campanha nacional que visa alertar a população sobre os riscos das hepatites virais, incentivar o diagnóstico precoce, promover a vacinação e orientar sobre a prevenção. A conscientização pode salvar vidas e ajudar no controle de uma das principais causas de cirrose e câncer de fígado no Brasil e no mundo”.

Segundo o especialista, quando não tratadas, alguns tipos da doença podem gerar complicações. “As hepatites B e C podem evoluir silenciosamente ao longo dos anos e causar sequelas graves, como cirrose e suas complicações (ascite, encefalopatia hepática, sangramento digestivo) e câncer de fígado. Menos comumente, podem ainda ocorrer alterações de outros órgãos, como rins, articulações e pele. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces são tão importantes”, ressalta.

Frequência

Segundo Rafael, as hepatites virais mais comuns no Brasil são as causadas pelos vírus A, B e C. "A hepatite A leva a quadros agudos (geralmente auto-limitados) e é transmitida pela água e por alimentos contaminados, estando, portanto, relacionada a condições precárias de saneamento e higiene. A hepatite B pode ser transmitida por relações sexuais desprotegidas, sangue ou material contaminado com sangue (como tatuagens, piercings, uso de drogas injetáveis, transfusões, hemodiálise, cirurgias, procedimentos odontológicos, procedimentos estéticos, manicure/pedicure) e de mãe para filhos. Já a hepatite C é transmitida principalmente por sangue ou material contaminado com sangue. Estas duas últimas são mais preocupantes por poderem se tornar crônicas e evoluir para complicações graves, como cirrose e câncer de fígado”, detalha o médico.

 

Sintomas

O hepatologista lembra que as hepatites virais não apresentam sintomas na fase inicial. “Quando presentes, os sinais podem incluir cansaço excessivo, febre, enjoo, dor abdominal, urina escura, fezes claras e pele e olhos amarelados (icterícia)”, elenca. “Em fases avançadas, especialmente nos casos de cirrose e câncer de fígado, podem surgir sintomas graves, como aumento da barriga por acúmulo de líquido (ascite), confusão mental (encefalopatia hepática) e sangramentos digestivos (vômitos com sangue ou sangue nas fezes)”, completa.

Diagnóstico

“Por serem silenciosas, as hepatites muitas vezes são descobertas por acaso, em exames de rotina ou durante doações de sangue. Por isso, é fundamental que pessoas com fatores de risco façam testes sorológicos, que estão disponíveis nos laboratórios privados e gratuitamente na rede pública e são rápidos, simples e confiáveis. É recomendado que todas as pessoas com mais de 40 anos e/ou com histórico de exposição às formas de transmissão mencionadas acima conversem com seu médico para que ele solicite tais exames”, pontua o especialista.

Tratamento

“A maioria dos casos as hepatites virais tem cura ou controle efetivo da doença. A hepatite A tem resolução espontânea, sem necessidade de medicação específica, sendo o tratamento apenas de suporte e, nos raros casos de evolução mais grave, transplante de fígado. A hepatite B pode ser controlada com medicamentos antivirais que evitam a progressão da doença e que na maioria dos casos são mantidos pela vida toda. Já a hepatite C tem cura em mais de 95% dos casos com tratamentos modernos, seguros, de curta duração e disponíveis gratuitamente pelo SUS”, destaca Rafael Ximenes.

Prevenção

“As principais formas de prevenção incluem vacinas contra as hepatites A e B, uso de preservativos nas relações sexuais, não compartilhar agulhas, seringas, escovas de dente ou lâminas de barbear", detalha o hepatologista, que ressalta a importância do cuidado em procedimentos com risco de contato com sangue, como tatuagens, piercings e manicure, além do acesso à água tratada e boa higiene para prevenir a hepatite A.

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