Dia das mães: quem ama cuida (principalmente da saúde)
Mentora em vida saudável e nutricionista confere sugestões para o bem-estar e a saúde holística das mulheres
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Siga noNo segundo domingo de maio (11/5) comemora-se o dia das mães e nesta celebração é importante dedicar um olhar profundo sobre a saúde integral da mulher, compreendendo que cuidar de quem cuida é uma prioridade que reverbera na saúde emocional e física de toda a família.
Segundo pesquisa da ONG Think Olga, um relatório feito sobre a saúde da mulher brasileira, que reúne dados que analisaram desde a sobrecarga de trabalho, insegurança financeira, o esgotamento mental e físico causado pela economia do cuidado, ao menos 38% das mulheres são as únicas provedoras de seus lares e em torno de 45% apresenta algum transtorno relacionado à saúde mental como ansiedade e depressão e entender esse cenário é fundamental para falarmos de mudanças necessárias neste cenário.
De acordo com a mentora em vida saudável e nutricionista clínica Jhenevieve Cruvinel, a saúde da mulher vai muito além de um corpo físico saudável, principalmente em relação à saúde das mães, é fundamental olhar para outros fatores: se no dia a dia ela consegue aderir as práticas de autocuidado; qual seu meio e as influências da convivência social; quais são seus desafios da rotina e as relações dentro e fora de casa?
“Todo este cenário afeta diretamente a qualidade de vida, a neuroquímica, sistema imune e hormonal. E, para promover verdadeiramente a saúde, é preciso dar importância, sim, à prática de uma alimentação funcional, à prática da espiritualidade e dos cuidados com a saúde mental e emocional, estas últimas muito afetadas muitas vezes pela sobrecarregada por múltiplos papéis que essa mulher desempenha”, adverte Jhenevieve.
Segundo a especialista, em relação à fisiologia feminina, já há uma oscilação hormonal natural do ciclo menstrual, que, quando somada à sobrecarga mental e emocional, afetam importantes neurotransmissores como a serotonina, dopamina e GABA, impactando diretamente o humor, foco e disposição. Estudos mostram que hábitos saudáveis e alimentação rica em triptofano (como nozes, banana, ovos) e antioxidantes (frutas vermelhas, cítricas, vegetais verde escuros, alimentos de coloração arroxeada) favorecendo a regulação dessas substâncias de forma natural.
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“Os alimentos anti-inflamatórios e ricos em antioxidantes auxiliam também no equilíbrio da flora intestinal, que está diretamente ligada ao cérebro pela eixo intestino-cérebro, criando um aporte para aumento da produção de serotonina e absorção de micronutrientes que melhoram a saúde a vitalidade e o bem-estar da mulher. Outros alimentos que são super ricos e podem promover o bem-estar são o abacate e as oleaginosas: que são excelentes fontes de gordura boa e magnésio e aliados no combate à ansiedade e ao cansaço mental”, indica a mentora que completa, “os peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha): combatem inflamação e melhoram o humor. Já as leguminosas (grão-de-bico, lentilha, ervilha, edamame, feijões): regulam glicemia e dão saciedade”.
De acordo com Jhenevieve, as mulheres devem apostar também nos chás, ricos em antioxidantes e catequinas, que são anti-inflamatórios naturais. Além disso, alguns tipos como chá verde, cidreira, camomila, melissa e passiflora, promovem relaxamento e melhor sono.
Além da alimentação
O autocuidado é um ato de amor-próprio e deve ser priorizado, olhando para as demandas e tarefas em busca de pequenos intervalos e pausas para uma meditação, respiração consciente, alongamento do corpo, contemplar a natureza ou apenas ouvir uma música.
“Reduzir a autocobrança é uma prática valiosa para todas as mães, mas principalmente aquelas com filhos pequenos, quase sempre enfrentando a fase da privação de sono, os desequilíbrios hormonais naturais no pós-parto que podem durar algo em torno de dois anos e toda uma mudança de perspectiva emocional de vida e rotina. Entender que estas fases passarão e utilizar o tempo que é possível de forma consciente, levando em consideração de que quem cuida precisa ser cuidada e estar bem para desempenhar todas as suas funções de maneira equilibrada e leve”, comenta.
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Para ela, neste quesito, a prática da espiritualidade, independentemente da religião, sem dogmas, pode oferecer suporte emocional e clareza para lidar com desafios cotidianos, ampliando a sensação de conexão e apoiando as mulheres especialmente no papel materno.
Algumas práticas simples que podem ser incorporadas a rotina:
- Respiração consciente três vezes ao dia. Fazer pausas de três a cinco minutos
- Caminhadas na natureza, ou pelo menos levantar-se e alongar o corpo três vezes ao dia
- Se colocar também como prioridade, criando uma agenda de autocuidado semanal, com tempo só para si, ainda que seja uma hora
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“Neste mês das mães, convido cada mulher a se olhar com mais gentileza, acolhimento e profundidade. Cuidar de si é uma semente de saúde emocional que floresce também em quem está ao seu redor. A mulher saudável transforma o mundo, começando por dentro de si. E a longevidade saudável da mulher é o pilar da família, portanto, cuidar-se também é um ato de amor para com as pessoas que você mais ama”, diz.
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