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DISTÚRBIO RARO

'Tenho que colar meus olhos abertos', diz jovem com blefaroespasmo

Britânica passou a mexer as sobrancelhas "sem querer" de repente, após acordar sem conseguir abrir os olhos em maio de 2023

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Contrair involuntariamente os músculos ao redor dos olhos e, consequentemente, passar a mexer as sobrancelhas "sem querer" de repente. Conhecido como blefaroespasmo, a condição é um distúrbio neurológico raro que afeta a britânica de 22 anos, Tia-Leigh. "Tenho que colar meus olhos abertos só para enxergar e não consigo piscar", disse Tia ao jornal britânico The Sun. 

Tudo começou em 2023, após um episódio assustador: a jovem acordou sem conseguir abrir os olhos.

Com febre e sem resposta das pálpebras, decidiu procurar atendimento médico. Inicialmente suspeitando de conjuntivite, os especialistas descobriram um distúrbio neurológico raro que causa contrações involuntárias dos músculos ao redor dos olhos.

A partir daí, a jovem passou a usar fita adesiva para abrir os olhos, diante da impossibilidade de manter as pálpebras abertas. No entanto, a prática trouxe riscos e causou ferimentos. "Quando uso fita, não consigo piscar e posso danificar meus olhos, o que pode levar à perda da visão", explicou ao jornal britânico The Sun.

O que é o blefaroespasmo?

A condição, que não afeta diretamente a visão, pode impedir completamente a abertura dos olhos em casos mais graves. Ela costuma surgir após os 40 anos e afeta uma a duas pessoas a cada 100 mil, principalmente as mulheres. As causas são desconhecidas, mas há hipóteses que envolvem fatores genéticos e ambientais, no entanto nenhum gene foi claramente associado à condição.

Ele é diferente do espasmo palpebral comum e temporário que pode ser causado por fadiga, estresse ou cafeína, segundo artigo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA.

Apesar de não haver cura, o tratamento, como o uso de injeções de toxina botulínica ajuda no relaxamento dos músculos palpebrais, podendo reduzir em até 80% o mal-estar causado pela condição.

A exposição à luz solar e artificial agrava o problema, e vem tornando a rotina da jovem ainda mais desafiadora. Desde o diagnóstico, Tia-Leigh tentou diversas abordagens terapêuticas, incluindo hipnoterapia e antidepressivos, mas sem sucesso. "Acho que a principal coisa com a qual luto é o lado da liberdade. Não consigo mais ser tão independente", ressaltou. 

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