Bolsonarista que matou petista já foi direto para o presídio

De mãos dadas com os filhos, Heitor, de 18, e Leonardo, de 29 anos, Alexandra Miranda de Arruda chorou quando ouviu o resultado do júri popular que condenou o ex-policial bolsonarista Jorge Guaranho a 20 anos de prisão por matar o petista Marcelo Arruda, seu ex-marido.

Guaranho aguardou o julgamento em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, mas, nesta quinta-feira, 13, saiu do tribunal diretamente para o presídio.

Ela e o advogado da assistência de acusação, Daniel Godoy, contaram à coluna que estavam confiantes com o julgamento e que logo perceberam que a tese da defesa, de que Guaranho estava intimidado por Arruda, não vingaria. O petista foi morto em sua festa de aniversário, cujo tema era a eleição de Lula, há dois anos em Foz do Iguaçu.

A mulher de Arruda, Pâmela, mãe de seus dois filhos pequenos, também acompanhou cada minuto dos três dias de julgamento, assim como as irmãs e o irmão de Arruda. Embora o crime tenha ocorrido em Foz, o júri aconteceu em Curitiba.

Alexandra contou:

“Foi uma emoção muito grande, apesar de que a gente estava bem confiante nas pessoas do júri, que eles iam entender a dor da gente. A parte mais difícil foi ver os vídeos da morte e ouvir os insultos. Era como se o Marcelo estivesse sentado na cadeira do réu.”

A defesa de Guaranho já anunciou que vai recorrer da decisão por ter considerado a pena muito alta. Ele foi condenado por homicídio com duas qualificadoras, o motivo torpe, que foi a questão eleitoral, e o risco levado ao conjunto das pessoas que estavam na festa.