ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Pelo menos 39 deputados vão disputar a reeleição

Levantamento do Estado de Minas com os parlamentares estaduais aponta que seja mantido o baixo índice de renovação de cadeiras registrado nas eleições de 2022

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Ao menos a metade dos deputados estaduais de Minas Gerais já decidiu que pretende disputar novamente uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026. Levantamento do Estado de Minas mostra que 39 dos 77 parlamentares anunciaram que tentarão a reeleição. Quatro ainda avaliam o cenário e três devem buscar outros cargos. Trinta e um ainda não se posicionaram sobre seu destino. A pouco menos de um ano das eleições, o número daqueles que pretendem permanecer na Casa indica um movimento de continuidade, como ocorreu em 2022, quando 56 tentaram renovar o mandato e 52 conseguiram, taxa que resultou no menor índice de renovação das últimas duas décadas.

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Entre os parlamentares que já confirmaram a tentativa de reeleição estão experientes e novatos. Mário Henrique “Caixa” (PV) disse que pretende continuar o trabalho iniciado em 2013, mas não descarta outros caminhos. “No momento, a intenção é disputar a reeleição a deputado estadual. Mas não descarto estar em alguma chapa majoritária, como vice-governador ou o Senado”, afirma.


O veterano Roberto Andrade (PRD) também confirmou que estará na disputa, mas ainda não definiu o partido. Ele sinalizou que deixará o PRD por divergências internas e deve buscar nova legenda até as convenções. Enes Cândido (Republicanos) aposta na continuidade de pautas ligadas à saúde e à gestão fiscal do Estado. “Acredito que um segundo mandato será uma chance de aprofundar e ampliar as ações que já iniciei, focando em garantir uma saúde mais abrangente e eficiente para os mineiros. O momento exige compromisso com o pagamento da dívida do estado, responsabilidade e propostas inovadoras para o desenvolvimento de Minas, e estou totalmente engajado nesse desafio”, afirmou.


Entre os poucos deputados que planejam trocar de cargo, três se destacam: Cássio Soares (PSD) e Lohanna França (PV), que devem concorrer à Câmara Federal, e Caporezzo (PL), indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como aposta do bolsonarismo mineiro para o Senado. Cássio Soares cumpre o quarto mandato consecutivo e afirma que sua decisão é resultado da experiência acumulada e da percepção de que Minas precisa de mais representação em Brasília. “Depois de quatro mandatos na Assemblei, compreendi que muitos dos desafios de Minas dependem de decisões em Brasília”, disse ele ao EM.


“Ser deputado federal é ampliar o trabalho municipalista que venho realizando, assegurando que Minas tenha voz nas pautas nacionais. Se assim desejar o povo mineiro, quero seguir trabalhando por Minas em Brasília, fortalecendo nossas cidades e defendendo os interesses do nosso estado”, afirmou também.


Lohanna, uma das vozes mais jovens da Assembleia, também confirmou que construirá candidatura à Câmara Federal. “Candidatura, necessariamente, é um processo coletivo. (…) Hoje, tem novamente esse grupo de pessoas, e um grupo ainda maior, que conheceu o nosso trabalho enquanto deputada estadual e tem defendido a pré-candidatura a deputada federal. Meu corpo, minha energia, meu coração e meus pensamentos estão à disposição do povo mineiro para ocupar uma cadeira onde a população preferir”, afirmou.


O mapa político da Assembleia mostra que PSD e PL concentram o maior número de deputados interessados na reeleição, seguidos por PT, PP, PV e Republicanos. Os dois primeiros são também os partidos que controlam os principais blocos parlamentares: Minas em Frente, ligado ao governo Zema e dominado pelo PSD, e a bancada do PL, que se fortaleceu com o avanço da direita no estado.


A maioria das lideranças avalia que o pleito de 2026 será marcado por continuidade, bases regionais sólidas e alianças locais reconfiguradas após as eleições de 2024. Deputados de cidades-polo, como Uberlândia, Juiz de Fora, Montes Claros e Divinópolis, tendem a concentrar recursos e visibilidade, fatores decisivos para reduzir a renovação.


“A Assembleia vive um momento de consolidação. A baixa renovação não é apenas sinal de conservadorismo político, mas também de fortalecimento de lideranças locais que, muitas vezes, garantem governabilidade ao Executivo”, analisa o cientista político César Araújo, da PUC Minas. “Minas tem optado por preservar o equilíbrio institucional e figuras de diálogo, o que explica o predomínio das reeleições”, completa.


Com índice de 32,46% de renovação em 2022, a Assembleia teve o resultado mais baixo desde 2002, quando a taxa ficou em torno de 37%. Em 2018, 44% dos eleitos eram novos na Casa; em 2014, o índice foi de 43%. A tendência, segundo especialistas, está ligada ao encarecimento das campanhas, ao peso das emendas parlamentares e à forte presença territorial dos deputados que já exercem mandato.


Minas tem tradição de valorizar a continuidade e a moderação. No Legislativo estadual, isso se traduz em manutenção de quadros e estabilidade política. A composição atual, com blocos como Minas em Frente, Democracia e Luta e Avança Minas, reforça essa característica: há diferenças ideológicas, mas uma convivência pragmática.


Alguns parlamentares preferem adiar o debate eleitoral. A assessoria do presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB), informou que o deputado “não está pensando em eleições” e considera que “ainda não é o momento” de tratar do tema. Apesar da discrição, Tadeu é cotado nos bastidores para integrar uma chapa majoritária, possivelmente como vice-governador, em uma composição que ainda divide interpretações dentro do MDB e do entorno do governador Romeu Zema.

O RETRATO ATUAL

Levantamento do Estado de Minas sobre candidaturas de deputados estaduais


VÃO DISPUTAR A REELEIÇÃO

1. Amanda Teixeira Dias (PL)
2. Andréia de Jesus (PT)
3. Ana Paula Siqueira (Rede)
4. Arnaldo Silva (União Brasil)
5. Betinho Pinto Coelho (PV)
6. Bim da Ambulância (Avante)
7. Carlos Henrique (Republicanos)
8. Carol Caram (Avante)
9. Celinho Sintrocel (PCdoB)
10. Chiara Biondini (PP)
11. Delegada Sheila (PL)
12. Delegado Christiano Xavier (PSD)
13. Doutor Maurício (Novo)
14. Doutor Paulo (PRD)
15. Duarte Bechir (PSD)
16. Eduardo Azevedo (PL)
17. Enes Cândido (Republicanos)
18. Gustavo Santana (PL)
19. Gustavo Valadares (PSD)
20. Grego da Fundação (Mobiliza)
21. Leninha (PT)
22. Lincoln Drumond (PL)
23. Lucas Lasmar (Rede)
24. Luizinho (PT)
25. Marquinho Lemos (PT)
26. Mário Henrique “Caixa” (PV)
27. Mauro Tramonte (Republicanos)
28. Nayara Rocha (PP)
29. Oscar Teixeira (PP)
30. Professor Cleiton (PV)
31. Professor Wendel Mesquita (Solidariedade)
32. Rafael Martins (PSD)
33. Rodrigo Lopes (União Brasil)
34. Roberto Andrade (PRD)
35. Vitório Júnior (PP)
36. Zé Guilherme (PP)
37. Adalclever Lopes (PSD)
38. Charles Santos (Republicanos)
39. Beatriz Cerqueira (PT)

AVALIAM O CENÁRIO

1. Bella Gonçalves (Psol)
2. Raul Belém (Cidadania)
3. Tito Torres (PSD)
4. Tadeu Leite (MDB)

ALMEJAM OUTROS CARGOS

1. Cássio Soares (PSD) –
pré-candidato à Câmara dos Deputados
2. Lohanna França (PV)
3. Caporezzo (PL)

Obs: 31 dos 77 deputados ainda não se posicionaram publicamente

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