Um terço dos vereadores de BH vai se candidatar em 2026
Mais da metade da Câmara Municipal avalia candidatura nas próximas eleições, mas apenas 13 já confirmam ir ao pleito
compartilhe
SIGA
          
        
            Um terço dos 41 vereadores de Belo Horizonte deve disputar cargos nas eleições de 2026. Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que 13 parlamentares confirmaram a intenção de concorrer, 10 ainda avaliam a candidatura, 13 afirmam que não irão participar da corrida eleitoral e 5 não responderam até a publicação desta matéria.
Embora 13 vereadores tenham confirmado publicamente que serão candidatos, boa parte dos que “avaliam” o cenário já se movimenta nos bastidores. Segundo apuração, muitos aguardam apenas definições partidárias e acordos de chapa para anunciar oficialmente a candidatura.
Somados, os dois grupos representam 23 dos 41 parlamentares da Casa, mais da metade do Legislativo, o que consolida a Câmara de Belo Horizonte como um dos principais trampolins eleitorais de Minas Gerais em 2026.
A movimentação atinge toda a mesa diretora da Câmara, incluindo o presidente Juliano Lopes (Podemos), que confirmou ao jornal que pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Também estão na lista a primeira vice-presidente Fernanda Pereira Altoé (Novo), a segunda vice-presidente Flávia Borja (DC), o primeiro secretário Wagner Ferreira (PV) e o segundo secretário Wanderley Porto (PRD).
Fernanda Altoé, que cumpre o segundo mandato consecutivo, afirmou ao EM que a experiência acumulada a motiva a buscar novos desafios. “Pretendo disputar para deputada estadual. Já estou no segundo mandato. Cumpri o primeiro na integralidade. Está na hora de voos mais altos”.
Wanderley Porto reforçou que o objetivo é ampliar o alcance do trabalho iniciado no Legislativo municipal. “Cumpri um ciclo importante na Câmara e quero representar Belo Horizonte na esfera estadual, levando a experiência que adquiri aqui”.
Da lista de diretores, apenas Pablo Almeida (PL) ainda não bateu o martelo sobre uma candidatura. Segundo apurou a reportagem, ele estuda os próximos passos para 2026. Ligado ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL), ele foi o vereador mais votado da história de Belo Horizonte em 2020 e hoje é uma das principais lideranças do PL na capital, peça estratégica nas articulações do partido para o próximo pleito.
Corrida aberta
Entre os nomes que já confirmaram a candidatura, a maioria busca uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). É o caso de Juliano Lopes, Fernanda Pereira Altoé, Flávia Borja, Wagner Ferreira, Wanderley Porto, José Ferreira (Podemos), Cleiton Xavier (MDB), Osvaldo Lopes (Republicanos), Sargento Jalyson (PL), Bruno Miranda (PDT) e Iza Lourença (PSOL).
Outros dois devem tentar mandato federal: Irlan Melo (Republicanos) e Bráulio Lara (Novo). Segundo o último, ele já foi convocado pelo partido, que confia em sua candidatura.
Nesse caso, há a possibilidade de uma dobradinha com Marcela Trópia (Novo), que avalia disputar a ALMG.
Leia Mais
Avaliações em curso
Dez parlamentares afirmaram que ainda não tomaram uma decisão sobre 2026. Entre eles estão Pablo Almeida, Loíde Gonçalves, Marcela Trópia, Dr. Bruno Pedralva (PT), Cida Falabella (PSOL), Lucas Ganem (Podemos), Rudson Paixão (Solidariedade), Helton Júnior (PSD) e Pedro Rousseff (PT). “Sou um soldado do presidente Lula e temos a missão de, além de ganhar do bolsonarismo em MG, eleger uma bancada federal pra ajudar Lula a governar”, afirmou o último.
O vereador Vile (PL) estuda se deve concorrer ao Senado ou à Câmara dos Deputados.
Em nota enviada, Trópia avalia o cenário com cautela. “Estou concluindo o primeiro ano do meu segundo mandato como vereadora de Belo Horizonte, um mandato pautado por ações assertivas, transparentes e com compromisso direto com o cidadão. É natural que, à medida que o trabalho ganha notoriedade e reconhecimento, surjam reflexões sobre possibilidades de ampliar essa atuação para o estado de Minas Gerais. No entanto, qualquer decisão nesse sentido passa por uma análise cuidadosa e por um processo de construção que ainda está em andamento”.
O petista Dr. Bruno Pedralva também trata a escolha como uma construção coletiva. “Se for, será para estadual. Estou em diálogo com MST, sindicatos e movimentos sociais que constroem nosso mandato pra decisão colegiva”, disse a reportagem.
Já Helton Júnior (PSD) destaca que o momento ainda é de priorizar o trabalho em andamento. “Ainda é cedo para tratar de candidaturas. Se meus eleitores entenderem como importante, avalio, mas sigo focado em BH”.
Quem fica de fora
Treze vereadores garantem que não estarão nas urnas no próximo pleito. Entre eles estão Luiza Dulci (PT), Pedro Patrus (PT), Professora Marli (PP), Helinho da Farmácia (PSD), Janaina Cardoso (União), Júhlia Santos (PSOL), Diego Sanches (Solidariedade), Tileléo (PP), Maninho Félix (PSD), Arruda (Republicanos), Neném da Farmácia (Mobiliza), Uner Augusto (PL) e Marilda Portela (PL).
Dulci explicou que o foco estará nas campanhas de reeleição de Lula e de aliados. “Não pretendo disputar as eleições no ano que vem. Irei participar ativamente da campanha de Lula e de nossas deputadas e deputados, mas não irei me candidatar dessa vez”.
A assessoria de Neném da Farmácia (Mobiliza) informou que ele também pretende cumprir integralmente o mandato atual. “O foco do vereador Neném da Farmácia neste momento é fazer o melhor trabalho possível na Câmara Municipal durante os quatro anos de mandato. Não há, por parte do mesmo, interesse em ser candidato em 2026”.
Leia Mais
Histórico recente
A movimentação para cargos superiores não é novidade na Câmara de Belo Horizonte. Nas eleições de 2022, 24 vereadores concorreram a vagas na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Seis foram eleitos, provocando a substituição de quase 15% dos assentos do Legislativo municipal.
Na ocasião, Bella Gonçalves (PSOL), Bim da Ambulância (Avante) e Macaé Evaristo (PT) conquistaram mandatos na ALMG, enquanto Duda Salabert (PDT), Nikolas Ferreira (PL) e Nely Aquino (Podemos) foram eleitos para a Câmara Federal.
Análise política
Para o cientista político César Araújo, da PUC Minas, o fenômeno reforça a Câmara de Belo Horizonte como trampolim eleitoral. Segundo ele, o alto número de pré-candidaturas tem impacto direto na rotina legislativa e na formulação de políticas públicas locais.
“BH virou uma vitrine para políticos de médio porte que buscam musculatura estadual. Quando metade da Casa entra no jogo eleitoral, o impacto é imediato: projetos param, debates esvaziam e o foco se desloca para as bases e alianças”.
Araújo chama atenção para a abrangência do movimento. “Quando o comando da Câmara também se lança, a instituição se torna palco de ensaio para candidaturas maiores. O capital político municipal se converte em ativo eleitoral, mas o risco é o esvaziamento do debate local”.
Situação dos 41 vereadores de Belo Horizonte
- Confirmaram candidatura (13)
 
Juliano Lopes (Podemos); Fernanda Pereira Altoé (Novo); Flávia Borja (DC); Wagner Ferreira (PV); Wanderley Porto (PRD); José Ferreira (Podemos); Cleiton Xavier (MDB); Osvaldo Lopes (Republicanos); Sargento Jalyson (PL); Bruno Miranda (PDT); Iza Lourença (PSOL); Irlan Melo (Republicanos); Bráulio Lara (Novo).
- Avaliam candidatura (10)
 
Pablo Almeida (PL); Vile (PL); Loíde Gonçalves (MDB); Marcela Trópia (Novo); Dr. Bruno Pedralva (PT); Cida Falabella (PSOL); Lucas Ganem (Podemos); Rudson Paixão (Solidariedade); Helton Júnior (PSD); Pedro Rousseff (PT).
- Não vão disputar (13)
 
Luiza Dulci (PT); Pedro Patrus (PT); Professora Marli (PP); Helinho da Farmácia (PSD); Janaina Cardoso (União); Júhlia Santos (PSOL); Diego Sanches (Solidariedade); Tileléo (PP); Maninho Félix (PSD); Arruda (Republicanos); Neném da Farmácia (Mobiliza); Uner Augusto (PL); Marilda Portela (PL).
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
- Não responderam até o fechamento (5)
 
Juninho Los Hermanos (Avante); Edmar Branco (PCdoB); Cláudio do Mundo Novo (PL); Dra. Michelly Siqueira (PRD); Leonardo Ângelo da Itatiaia (Cidadania).