OPERAÇÃO NO RIO

Oposição acusa Zema de ‘pegar carona na barbárie’ após apoiar Castro

Bloco Democracia e Luta divulga nota contra o governador, afirmando que Minas vive uma das maiores crises na segurança pública, com avanço de facções no estado

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O Bloco Democracia e Luta, que reúne os deputados de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), divulgou nesta sexta-feira (31/10) uma nota de repúdio às declarações do chefe do Executivo mineiro sobre a operação no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 pessoas mortas. O grupo acusa o governador de usar o episódio para construir uma imagem falsa de gestor na área da segurança pública e de ignorar o colapso vivido pelas forças policiais em Minas Gerais.

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Zema participou, na quinta-feira (30), de uma comitiva de governadores e políticos de direita que foi ao Rio em apoio ao governador Cláudio Castro (PL). Em entrevista coletiva, classificou a ação que deixou ao menos 120 mortos como “a operação mais bem-sucedida da história” e disse não ter ouvido falar de inocentes entre as vítimas.

Na nota, os parlamentares do bloco afirmam que “Romeu Zema se esconde da realidade e usa o holofote do estado vizinho, comandado por um aliado, para bradar uma falsa imagem de gestor”. O texto diz que o governador tenta “pegar carona na barbárie” para esconder que Minas “vive uma das maiores crises na segurança pública”.

Os deputados citam dados recentes para sustentar as críticas. Segundo o Anuário 2025 de Segurança Pública, o estado registrou um aumento de 5% nas mortes violentas entre 2023 e 2024, enquanto o Brasil apresentou queda de 5,4%. Já o Mapa da Segurança Pública coloca Minas no terceiro lugar entre os estados com maior crescimento percentual de homicídios dolosos, com alta de 7,38%, na contramão da tendência nacional.

Para a oposição, os números escancaram um cenário de desmonte. “O crime organizado já está entranhado em Minas, e faltam condições materiais e humanas para atuação. A situação é grave”, destacou o Sindicato dos Policiais Civis, em audiência pública na ALMG no último dia 13 de outubro, em trecho que foi reproduzido na nota. Segundo o texto, a presença de facções como o Comando Vermelho e o PCC tem se intensificado no território mineiro nos últimos cinco anos, com disputas internas e avanço sobre rotas do tráfico e de roubo de cargas.

O documento também menciona que as forças de segurança enfrentam um “déficit de efetivo crônico”, a ponto de ser necessário fazer rodízio de viaturas por falta de combustível. A defasagem salarial, segundo o bloco, chega a 44,79%. Atualmente, há pouco mais de 10 mil policiais civis em atuação no estado, quando o ideal seria cerca de 18 mil para cobrir os 853 municípios mineiros.

Em meio à insatisfação, policiais civis e militares têm demonstrado descontentamento com o governo. A categoria civil, inclusive, aprovou recentemente a chamada “estrita legalidade”, em que os agentes se comprometem a realizar apenas o mínimo previsto em lei, uma forma de protesto silencioso contra a falta de valorização e condições de trabalho.

Para os parlamentares, o discurso de Zema sobre segurança pública não passa de “populismo” em um momento eleitoral. “O populismo de Zema em torno da pauta da segurança pública às vésperas da eleição escancara dois únicos movimentos: pegar carona em cima do sangue derramado e jogar para debaixo do tapete a falência e a falta de planejamento e de investimentos para combater o crime organizado no estado para o qual foi eleito e não governa”, afirma a nota.

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Os deputados encerram o texto com críticas às viagens do governador. “Enquanto isso, viaja pelo país e engrossa uma farra de quase 400 voos neste mandato, segundo levantamento da imprensa mineira”, diz o documento.

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