ELEIÇÕES 2026

Disputa por protagonismo desafia frente ampla da direita em Minas

Partidos convergem no discurso pela unidade, mas divergem sobre cabeça de chapa e divisão das vagas ao Senado

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Republicanos e PL não endossaram a tentativa do PSD de lançar uma frente ampla da direita em Minas Gerais para 2026. O partido do vice-governador Mateus Simões oficializou sua pré-candidatura ao governo e apresentou o gesto como primeiro passo para unificar as legendas do campo conservador, mas a iniciativa não tem consenso entre os principais aliados. O Estado de Minas ouviu os líderes da articulação, que convergem no discurso pela unidade, mas divergem em dois pontos centrais: quem deve ocupar a cabeça de chapa e como será a divisão das vagas ao Senado.

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O Republicanos prefere atuar em compasso mais lento. O presidente estadual, deputado federal Euclydes Pettersen, afirmou ao EM que a legenda seguirá a regra pactuada em eleições anteriores: prevalecerá quem tiver mais viabilidade eleitoral. “Nós temos o mesmo interesse de articulação para unir essa frente da direita, mas desde que a gente mantenha um compromisso lá de trás, que quem tiver mais viabilidade eleitoral, mais necessidade eleitoral para que possa disputar a eleição, ser o candidato. Então, a gente está acompanhando as pesquisas com muita cautela, ao mesmo tempo fazendo conversas com diversos partidos”, disse.


A fala reflete o cálculo interno: nas pesquisas divulgadas até agora, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) lidera com folga em cenários sem o nome de Nikolas Ferreira (PL-MG). Em julho, o senador comentou essa liderança nos levantamentos: “Se estou com 40% das intenções de voto, é sinal de que quase a metade da população mineira me quer como governador… Eu não vou negar isso para o povo”, disse em plenário. Neste mês, levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostrou Cleitinho com 40,6% das intenções de voto.


O PL também exige protagonismo. O presidente estadual, deputado federal Domingos Sávio, foi taxativo ao falar com a reportagem. “Não se pode falar em uma frente de direita sem o maior partido de direita do Brasil. Sempre defendi a unidade em torno dos nossos princípios para o bem de Minas e para resgatarmos o Brasil do domínio da esquerda. O PL é hoje o maior partido do Brasil tanto considerando a dimensão de nossa bancada federal até a capilaridade e presença nos estados e municípios em todo país.” Para ele, a união só será viável se houver respeito à representatividade de cada legenda.


No tabuleiro do PL, a principal peça é Nikolas. Deputado mais votado do país em 2022 e um dos rostos mais expressivos do bolsonarismo, ele avalia se coloca ou não seu nome na disputa pelo governo de Minas. A decisão deve ser tomada até o fim do ano.


Uma eventual candidatura ao governo mineiro poderia alterar completamente a equação. Em cenários de segundo turno testados pelo Instituto Futura Inteligência, Nikolas aparece à frente de adversários, o que mostra sua força eleitoral. Esse capital o coloca como peça-chave: mesmo sem confirmar publicamente interesse, seu nome já pressiona os demais partidos e pode inviabilizar acordos costurados em torno de Simões ou Cleitinho.

O movimento do PSD


Na segunda-feira (27/10), PSD foi o primeiro a se mover no sentido da unificação. Em evento, oficializou o vice-governador Mateus Simões como pré-candidato ao Palácio Tiradentes. O movimento incomodou aliados, mas Simões defende que a antecipação é necessária para consolidar apoios.


“Se trouxermos Republicanos e PL, seria eleição de um turno”, disse em entrevista à coluna “EM Minas”. Reforçou também que não há disputa dentro do partido: “Foi anunciado hoje pelo presidente nacional da legenda que o pré-candidato do PSD é Mateus Simões. Então, ninguém pode pretender ocupar essa posição.” Para ele, a fragilidade do PT em Minas é o combustível da direita. “Se o Lula é forte, o PT é fraco em Minas.”

Senado


A equação para unir a direita em torno de Simões fica ainda mais delicada quando entra em cena a disputa pelo Senado. São apenas duas vagas, mas três partidos querem espaço. O Republicanos, caso lance Cleitinho ao governo, exige contrapartida na chapa e trabalha com a possibilidade de indicar Pettersen. O PSD já havia prometido uma vaga ao secretário da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP), aliado desde o início. O PL, por sua vez, também reivindica espaço para nomes como Domingos Sávio e do deputado estadual Caporezzo (PL).

O próprio Simões admitiu a dificuldade. “Deixo uma vaga em aberto. Temos Marcelo Aro (PP) colocado … e teríamos um nome em aberto para o PL. Se eles precisarem de duas vagas, teremos problema, porque não vou descumprir compromisso com quem chegou desde o começo no processo.”

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Ao ser questionado sobre a fala do vice-governador, Domingos Sávio reforçou a cobrança por equilíbrio. “Penso que quando se busca construir uma aliança, havendo comunhão de propósitos torna-se imprescindível conciliar também comunhão de interesses. Portanto, tanto a formação da chapa majoritária nacional como a estadual deverá estar na mesa de negociação.”

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